Quinta-feira, 2 de outubro de 2014 - 07h30
CENTENÁRIO DO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO
02 DE OUTUBRO DE 1914 – 02 DE OUTUBRO DE 2014
(HOMENAGEM AOS AUTÊNTICOS DESTEMIDOS PIONEIROS)
O Município de Porto Velho foi criado por intermédio da Lei n.º 752 de 02 de outubro de 1914, sancionada por Dr. Jonathas de Freitas Pedrosa Governador de Estado do Amazonas, e instalado no dia 24 de janeiro de 1915, no povoado de Porto Velho, surgido em 1907 na margem direita do alto curso do Rio Madeira.
Rememoro os episódios de maiores relevâncias e seus protagonistas, ocorridos no espaço tempo de 1907 a 1931 relativos ao surgimento, evolução e consolidação politica, urbana, econômica e social de Porto Velho, tendo por objetivo resgatar e perpetuar a memória desses personagens, homens e mulheres, os autênticos desbravadores pioneiros edificadores do patrimônio material e sócio-cultural da comunidade portovelhense , direcionando os esforços de seus trabalhos em prol do desenvolvimento investindo as rendas usufruídas de seus empreendimentos, na construção de casas residenciais, de prédios comerciais , escolares, cinemas, hospital, hotéis, panificadoras e outros, dado continuidade por seus descendentes e por aqueles que vieram a eles se agregarem somando esgorços para a construção de Porto Velho.
Aos pioneiros rendo especiais homenagens, evocando-os no regozijo do transcurso do cenário do nosso Município como segue:
Mister May um dos sócios da empresa norte-americana May, Jekyll Randolph, contratada pelo empresário norte-americano Percival Farquhar para construir a ferrovia Madeira-Mamoré. Transferiu de Santo Antônio do Rio Madeira para um local abaixo 7 km, o Porto do Velho, o ponto de inicio da ferrovia, em junho de 1907, instalando o povoado ferroviário dotado de uma estrutura com equipamentos e instalações modernos de ultimas gerações. Próximo a este surgiu um desorganizado povoado constituído de um aglomerado de barracas construídas de palha de palmeira, habitadas por pessoas sem vinculo com a empresa Madeira-Mamoré. Era o povoado dos brasileiros e estrangeiros, núcleo original da cidade de Porto velho.
George João Resky, libanês chegou ao Brasil em 1909, vindo dos Estados Unidos da América do Norte, no qual se estabeleceu e 1902 no Estado da Califórnia, como proprietário de uma haras participando os seus cavalos nas corridas no hipódromo da cidade de São Francisco, dos quais dois da raça árabe foram campeões. Aceitou o convite do seu amigo o engenheiro Randolph, um dos sócios da empresa May and Jekill, para vir morar no Brasil. Em Santo Antônio do Rio Madeira se estabeleceu numa casa comercial de armarinho e gêneros alimentícios, por pouco tempo, mudando –se para o povoado de Porto Velho dos brasileiros , surgindo em 1907. Os seus empreendimentos contribuíram para o desenvolvimento econômico e social assim como para urbanização desse nascente núcleo populacional. De sua primeira loja localizada na rua da Palha (atual Nataniel de Albuquerque)expandiu-se, construiu a primeira casa de alvenaria na rua dos Portugueses (Barão do Rio Branco), esquina com a rua José de Alencar, outras na rua do Comercio (7 de Setembro), esquina com a rua José de Alencar; na Avenida 7 de Setembro construiu o edifício Genny (nome de sua esposa), no qual instalou o primeiro cinema sonoro (o cine Catega, posteriormente Brasil) e em outro prédio uma moderna panificação. Na rua Natanael de Albuquerque esquina com a praça General Rondon, construiu um majestoso prédio , neste instalado o Cine Teatro Resky.
Instituiu a empresa “Organizações Resky” gerida por ele e seus filhos. Faleceu em 13 de março de 1963, com 83 anos de idade, sendo sepultado no Cemitério dos Inocentes, em Porto Velho.
Seus herdeiros constinuaram os empreendimentos , investindo em diversificados segmentos econômicos.
Abidão Bichara comerciante libanês, se estabeleceu no povoado de Porto velho dos brasileiros em 1908, com comercio de estivas ferragem, armarinho, tecidos e perfumaria. Era auxiliado por seus irmãos Jorge, Elias e José. Antes de se definirem por Porto Velho, trabalharam na Vila do Abunã e Santo Antônio do Rio Madeira, em atividades comerciais. Os lucros obtidos investiram em novos empreendimentos ou ampliando os implantados. Construíram em 1915, o edifício “Monte Líbano” em alvenaria, com dois pavimentos situado na esquina da rua José de Alencar com a rua Floriano Peixoto. Sediava loja de comercio varejista e os escritórios da firma Abidão Bichara, da Agência Empresa Aérea Cruzeiro do Sul, da Shele Mex Brasil Limited e da Representação Cia. Nacional Air France. Construiu um prédio na rua José do Patrocínio e outro na rua José de Alencar, acoplados, ambos de alvenaria e dois pavimentos. Contribuíram com seus trabalhos para o desenvolvimento econômico social e urbano de Porto velho.
João Pedro da Rocha (seu João Brasil) destacado comerciante no meio social e estimado pelo povo. Nos primórdios de Porto Velho, ele e sua mãe exerciam relevante ação de filantropia em prol dos carentes marginalizados, lhes prestando assistência médica e alimentar, os abrigando num galpão às suas expensas. Nos anos vinte do século recém passado, mesmo sendo maçom, membro de uma instituição combatida pela igreja católica, era imprescindível apoiador do padre João Nicoletti colaborando na realização de suas obras sócias. Além dos donativos pecuniários, lhe presentiou um cavalo (o Mossú) para facilitar os seus deslocamentos de visitas aos enfermos em suas barracas à quaisquer horas do dia e da noite. Empreendedor comercial construiu um prédio na atual Avenida Presidente Dutra esquina com a Avenida 7 de Setembro, instalando o Bar Central frequentado por todos os seguimentos sócias. Em sua frente , no eixo da segunda citada avenida, construiu o Cliper, ponto de encontro da elite. Mais adiante, próximo a praça Jonathas Pedroza construiu outro Cliper. Comprou um sobrado em Santo Antônio do Rio Madeira (o histórico Casarão como passou a ser conhecido , construído pelos Collis). Nele instalando a sede sua fazenda de gado bovino. Foi um dos contribuídores para a implantação, consolidação e desenvolvimento material e social da cidade de Porto Velho.
A Avenida Presidente Dutra, Divisória até 1931 e Rui Barbosa até 1947, era chamada pela população, Ladeira do João Brasil, em sua homenagem.
Felinto Costa primeiro agente postal, da Agencia instalada em 26 de julho de 1910 no povoado de Porto Velho dos brasileiros.
Miguel Rodrigues Souto primeiro gerente da Mesa de Rendas Alfandega instalada em 13 de setembro de 1912, no povoado de Porto Velho dos brasileiros .
Labibe Aicher Bártolo , artista produtora cultural, escritora de peças teatrais dirigindo-as e sendo integrante de seus elencos como uma dos interpretes. Organizadora de eventos sociais, tertúlias, bailes, saraus, desfiles de moda e corsos carnavalescos. Palestrante , oradora, declamadora e ativista politica partidária. Chegou ao povoado de Porto Velho dos brasileiros, em 1912 com três anos de idade, vinda de Manaus/AM, trazida por seus pais, os quais se estabeleceram com uma casa comercial na rua da Palha. Ainda criança com apenas oito anos de idade integrou o elenco artístico do Grande festival comemorativo do aniversario da República Portuguesa promovido pelo Teatro Fenix, declamando a poesia “Os Pobres” e cantando no Côro, conforme o programa publicado no Jornal Alto Madeira na edição de 20 de outubro de 1917. Foi sua estreia, não parou mais. Ela foi a primeira e a maior ativista cultural de Porto velho, merecendo sem nenhum favor, o teatro estadual ostentar seu nome , conforme indiquei aos governantes Narciso Ivo Cassol e Confucio Aires Moura, com a devida justificativa do pleito.
José Benjamim Rosas instalou em 1908 na rua da Palha o Cine Teatro Fenix. Adquirido em 1915 pelo Intendente Álvaro de Almeida Rosas, proprietário do café Pilão e do cinema Risos.
José Z. Camargo– em 1911 instalou em um prédio situado na Avenida 7 de Setembro esquina com a Divisória (atual Presidente Dutra), o primeiro cinema no povoado de Porto velho dos brasileiros.
Sabino Joaquina Costa em 1912 – inaugurou o Cine Caripuna, o segundo a funcionar no povoado de Porto Velho dos brasileiros.
Emiliano de Melo Sampaio Tenente da Marinha, primeiro Agente da Capitania dos Portos instalada em Porto Velho, no dia 15 de janeiro de 1912.
Dr. Jonathas de Freitas Pedrosa, governador do Estado do Amazonas sancionou a Lei n.º 741, de 30 de outubro de 1913, criando o Termo Judiciário de Porto Velho, instalando no povoado da mesma denominação, no dia 30 de janeiro de 1914. Nomeando: Dr. Nataniel de Albuquerque Juiz de Justiça Municipal; Joaquim Raulino Sampaio, José Braga Vieira e Felinto Costa suplentes juiz; Francisco Fernandes da Rocha Adjunto de Promotor de Justiça e José Vieira Escrivão e Tabelião.
Por intermédio da Lei n.º 752 de 02 de outubro de 1914, criou o Município de Porto Velho, instalando no povoado deste nome, no dia 24 de janeiro de 1915.
Fernando Guapindaia de Souza Brejense, Major reformado do exército, foi nomeado por decreto do governador do Estado do amazonas, no dia 24 de dezembro de 1914, no cargo de Superintendente (Prefeito) do Município de Porto Velho, com a incumbência de instalá-lo, estrutura-lo urbanisticamente, no administrando o período de 1915 a 31 de dezembro de 1916, e realizar a eleição do Superintendente, dos Intendentes Vereadores), e seus Suplentes, constituintes do Conselho Municipal (Câmara). Presidiu em 1º de dezembro de 1916 a primeira eleição municipal, dando posse aos eleitos no dia 1º de janeiro de 1917. Missão cumprida com elevada capacidade administrativa e empreendedora; com altivez opondo-se e coibindo a ingerência da empresa Madeira Mamoré em atos privativos do Município.
Teivelinda Guapindaiaprimeira professora funcionária municipal docente e diretora da Escola Pública Municipal Jonathas Pedrosa, criada pela Lei n.º 5, de 1º de março de 1915.
Aristides Leitetenente da policia estadual do amazonas, primeiro Delegado de Policia de Porto Velho, da Delegacia criada em 1º de fevereiro de 1915.
José Ribeiro de Souza Júnior– contratado pelo , major Guapindaia elaborou a planta do povoado de Porto Velho, pela qual, após aprovada pelo Conselho Municipal , pela qual passou a ser ordenado o espaço urbano.
João Alfredo de Mendonça– fundou o Jornal o Município” em 1º de dezembro de 1915, sediado na rua Floriano Peixoto (ex. curral das Éguas). Circulou até 1917, sendo substituído pelo Jornal “lto Madeira, fundado por Dr. Joaquim Augusto Tanajura.
José Vieira Braga, em 1915 instalou o Diretório Municipal do Partido Republicano Conservado (PRC), por ele presidido , a primeira agremiação politica partidária estabelecida em Porto Velho.
Membros da elite social, fundaram a Associação Dramática Recreativa e Beneficente de Porto velho, em 1915. Posteriormente passou a ser denominada Clube Internacional, em 1919.
Esperança Rita, mãe-de-santo, fundou no bairro do Mocambo, em, 1914 a Irmandade Beneficente de Santa Bárbara. Construiu a capela em 1916. Posteriormente transferiu as instalações do terreiro do Mocambo pra a rua Almirante Barroso esquina com a Avenida Guanabara, construindo nova capela, inaugurada com missa solene, em 4 de julho de 1946, celebrada por Monsenhor Pedro Massa, bispo da Diocese do Amazonas. Pessoa prestigiada pela população e pelas autoridades, as quais compareciam ao banquete anual oferecido em seu terreiro de candomblé em homenagem à Santa Bárbara, Yemanjá Ogum e demais sete orixás.
Mr. Leonard Craney, fundou o Clube de Futebol União Esportiva em 11 de junho de 1916. O primeiro time futebolístico de Porto velho, do qual era presidente.
Dr. Joaquim Augusto Tanajura, tenente médico do exercito brasileiro, membro da Comissão Rondon, primeiro prefeito do município de Santo Antônio, eleito em 1º de dezembro de 1916, Superintendente do município de Porto Velho, tomando posse no dia 1º de janeiro de 1917 com mandato até 31 de dezembro de 1919. Demarcou de acordo com a Lei n.º 46, de 25 de julho de 1917 as quadras suburbanas do bairro favela, até então área agrícola. Aterrou o charco Barreiro das Antas, no qual construiu a Praça Amazonas, atual Jonathas Pedrosa. Criou a Secção Especial da Lavoura para prestar apoio aos pequenos agricultores. Elaborou o projeto de instalações das redes d’agua encanada, de esgoto e de iluminação elétrica. Fundou o Jornal Alto Madeira instalando no edifício Jovino Lemos recém construído, situado na rua Prudente de Morais esquina com a Avenida 7 de Setembro. Sua primeira edição circulou em um domingo chuvoso, de 15 de abril de 1917. Em seu editorial o definia “ser uma tribuna sem defesa dos interesses sócias inspiradora de idéias sãs e profícuas”.
Retorna ser eleito em 1º de dezembro de 1922, tomando posse no cargo de Superintendente no dia 1º de janeiro de 1923. Adquiriu por compra, um prédio de alvenaria de dois pavimentos, pertencente ao empresário João Soares Braga, para ser a sede Administrativa do município, a instalando no dia 13 de maio de 1924.
José Pordeus lencar– em 1916 fundou em Abunã (então Presidente Marques/MT), a loja Maçônica União e Perseverança, sendo o seu primeiro venerável, a transferido para o povoado de Porto Velho, em 08 de julho de 1916.
José Vieira de Souza, primeiro tabelião do 1º Cartório de Registro Civil instalado em Porto Velho no dia 20 de janeiro de 1919.
Dr. Pedro de Alcântara Bacellargovernador do Estado do Amazonas, sancionou a Lei n.º 900 de 31 de agosto de 1917, criando a Comarca de Porto Velho sediada no povoado desta denominação, nomeando os doutores Juventino Lins Themudo, juiz de Direito e Jorge Severino Ribeiro Promotor público. E sancionou a Lei n.º 1011, de 7 de setembro de 1919, elevando o povoado de Porto Velho à categoria de cidade.
Miguel Chakian, sírio, se estabeleceu em Porto Velho em 1917 com uma casa comercial, chegou ao Brasil em 1911, trabalhando em Curitiba/PR e São Paulo/SP decidindo a mudar-se para à Amazônia. Investia o capital gerado por sua empresa, na expansão dos seus empreendimentos comercias, na aquisição de propriedades e construções imobiliárias. Um dos seus filhos, (Thomaz Miguel Chakian) foi prefeito municipal de Porto Velho e Suplente de deputado federal de Rondônia. O senhor Miguel Chakian foi um dos destacados empreendedores comerciais, contribuidor com seu desempenho para a consolidação e o desenvolvimento econômico e social de Porto Velho.
Abdon Jacob Atallah libanês naturalizado brasileiro, se estabeleceu no Povoado de Porto velho dos brasileiros com uma casa comercial, em 1914 na rua da Palha. Com seu irmão Chucre, construíram a empresa “Chucre e Jacob & Irmão” instalando uma loja comercial na rua José de Alencar esquina com a Avenida 7 de Setembro. Posteriormente o seu irmão regressou ao Líbano, desfazendo a sociedade e desativaram a empresa. Ele constituiu outra firma denominada “Au Boon Marché” e instalou uma loja de armarinho e tecidos, situada na rua Barão do Rio Branco esquina com a rua José de Alencar, onde permanece gerida por seus descendentes . três filhos, dois médicos e um odontólogo; duas filhas uma professora a outra contabilista. Sua dedicação ao trabalho foi da mais alta relevância para o desenvolvimento econômico e social de Porto Velho.
Vitor Sadeck libanês naturalizado brasileiro, chegou à cidade de Porto Velho na década de vinte do século recém passado, com apenas 16 anos de idade. Tornou-se comerciante ambulante (regadão) percorrendo o alto Rio Madeira e o rio Abunã, adentrando na Bolívia, remando solitário, sua canoa com toldo de palha carrega de arcas contendo variados produtos desde os alimentícios, os tecidos de vestuários, os calçados, os utensílios de trabalho, as bebidas alcoólicas, as perfumarias e os remédios. Estes ele mesmo prescrevias aos doentes e por milagre os curando, logo difundindo-se a fama de médico curandeiro, a quem recorriam os moradores dos povoados e dos seringais brasileiros e bolivianos da bacia do Abunã. Aliada a essa, a de conselheiro e juiz conciliador das querelas e desavenças, cujo veredicto proferido era acatado sem contestações pelos litigantes. Ampliando seus investimentos comprou um barco movido a vapor e um seringal. Instalou em Fortaleza do Abunã um cinema mudo, o ingresso pago com pelas de borracha, e um bar de elevado numero de frequentadores curiosos em conhecerem a geladeira a querosene, importada de Manaus. Transferiu-se para Porto Velho, sendo comerciante , funcionário público municipal e ativista político partidário. Homem probo de conduta exemplar, pai de uma prole de homens e mulheres de elevado conceito social, comprometidos em promoverem o desenvolvimento econômico e cultural de Rondônia.
Jornal Alto Madeira fundado em 1915 por Dr. Joaquim Augusto Tanajura, sua primeira edição ocorreu no dia 15 de abril de 1917, um domingo chuvoso, prosseguindo continua sem nenhuma interrupção num percurso de noventa e sete anos, sob a administração de competentes intelectuais, Tanajura (fundador), Ignácio de Castro, Carlos Augusto de Mendonça professor, membro efetivo da Academia de Letras do Pará, Arnaldo Fernandes Costa e Euro Tourinho, estes três últimos no período em que o jornal se integrava aos Diários Associados de propriedade do empresário jornalista Assis Chateuabrind. Posteriormente adquirido pelo Grupo Tourinho , constituindo o jornal, a Empresa Alto Madeira Ltada tendo como slogan “Para frente em busca do futuro”. O jornal Alto Madeira é História de Rondônia, e a História de Rondônia é o Jornal Alto Madeira, assim como é o seu Diretor Euro Tourinho.
Euro Tourinho empresário, jornalista, intelectual exponente da cultura, membro honorário da Academia de Letras de Rondônia, acima de tudo, impoluto e cívico cidadão. Ao assumir à administração do jornal Alto Madeira, na condição de diretor proprietário , transformou sua sede na rua Barão do Rio Branco, anteriormente ficava na rua Prudente de Morais esquina com a Avenida 7 de Setembro no edifício Jovino Lemos, em ponto convergente da intelectualidade, e o jornal um veiculo não só informativo, mais também divulgador do saber e da ciência, um formador de opinião pública, uma academia de formação de profissionais de comunicação.
O Conselho Estadual de Educação Outorgou-lhe a comenda de Emérito Educador.
Patriarca do clã Tourinho todos de distintas e elevadas qualificações comprometidos com a promoção do progresso e do bem social de Rondônia.
Emídio Alves Feitosa empresário seringalista, politico opositor contrario a Aluízio Pinheiro Ferreira diretor da Madeira-Mamoré, por adotar o comportamento dos seus anteriores administradores estrangeiros, o de não reconhecerem a autoridade dos dirigentes municipais e menosprezarem os munícipes. E mais o de exercer indevida ingerência nas atribuições e assuntos da exclusiva e privativa competência do Estado e do Município, se intrometendo diretamente nas nomeações de prefeitos municipais, juízes, promotores, delegados de policia, coletores de renda, diretores escolares e até de professores. Sendo ele Delegado de policia Municipal do Estado do Amazonas, impunha a prevalência das prerrogativas legais do Município sem distinções e privilégios em todo seu espaço territorial. Era admirado e respeitado pelo povo. Fundou a Cooperativa dos Seringalistas. Quando em 1943 foi criado o Território Federal de Guaporé. Aluízio Ferreira nomeado seu governador, o convidou para assumir o cago de Chefe de Policia, ele não aceitou. Era um empreendedor, além de suas propriedades rurais e urbanas, construiu um imponente edifício comercial de dois pavimentos na rua José de Alencar esquina com a rua Barão do Rio Branco, no qual ficava a sede do PSP, partido de oposição ao Aluízio Ferreira. Foi um dos destacados pioneiros contribuindo com seu trabalho para a edificação econômica e social de Porto Velho, dado continuidade por seus filhos e netos.
Alencarliense da Costa engenheiro elaborador da planta artística do monumento comemorativo do centenário da Independência do Brasil, construído pelo mestre de obras, José Ribeiro de Souza Júnior, situado no Centro da Cidade, atualmente circundado pela praça Getúlio Vargas.
Maria Alves de Andrade, beata devota de São Francisco, construiu em 1926 com recursos monetários próprios e de donativos a capela dedicada a esse santo, situada na rua Campos Sales esquina com a Avenida Pinheiro Machado, o primeiro templo católico da cidade de Porto Velho.
Antônio Carlos Peixoto Secretário Geral da Prelazia de Porto Velho e João Nicoletti, ambos padres salesianos, desenvolveram intensa prestação de assistência espiritual, educativa e social às populações urbanas e rurais da cidade e do município de Porto Velho, a partir de 1926. Construíram os prédios escolares Dom Bosco e Maria Auxiliadora, o prédio do Hospital São José e a Catedral Sagrado Coração de Jesus, como também capelas nos povoados ribeirinhos do Rio Madeira e os ao longo da ferrovia Madeira-Mamoré. O padre Peixoto prestava assistência religiosa à Guajará Mirim até a posse de Dom Rey, bispo prelado, dessa diocese.
Eurico A. Nelson pastor, fundou no dia 16 de outubro de 1921, a primeira Igreja Batista na cidade de Porto velho.
Paul Ennes pastor missionário norte-americano, participou em 1922 da fundação da primeira Igreja Pentecostal Assembleia de Deus, na cidade de Porto Velho.
Aluízio Pinheiro Ferreira tenente do exército brasileiro, em 1930 exercia a chefia do 3º distrito Telegrafo da Linha Telegráfica Mato Grosso/Amazonas da Comissão Rondon sediada na cidade de Santo Antônio do Rio Madeira. Vitoriosa a revolução liberal de 1930, Aluízio foi designado para substituir o coronel Rondon na chefia das Linhas Telegráficas, transferiu a sede da Seção Norte para Porto Velho. No dia 10 de junho de 1931 a Empresa Madeira-Mamoré, antecipando-se a decisão judicial, paralisou a tráfego ferroviário e demais serviços prestados pelas concessionarias .
O Ministro de Viação e obras Dr. José Américo de Almeida determinou a Aluízio que intervisse, assumindo militarmente à administração da Madeira-Mamoré e suas subsidiarias, repassando-as para o governo federal brasileiro, por intermédio do Decreto n.º 20.200, de 10 de julho de 1931. Concomitante, o tenente Aluízio Pinheiro Ferreira foi nomeado para o cargo de Superintendente da empresa até então anglo-canadense. Por intermédio do Decreto n.º 1.547 de 5 de abril de 1937, foi definitivamente rescindido o contrato com a Madeira-Mamoré. Encerra-se uma etapa da história do Município e da cidade de Porto Velho, iniciada em 1907, com o surgimento dos dois antagônicos povoados, os dos americanos da Madeira-Mamoré a modernidade na selva, e o dos brasileiros, a improvisação, o desordenamento, o caos na selva. A partir de 10 de julho de 1931, extingui-se a duplicidade administrativa, prevalecendo a municipal do Porto velho dos brasileiros absorvendo integrando em si o acervo do povoado norte-americano, iniciando-se uma nova etapa na História de Porto Velho/Estado de Rondônia.
Este artigo conforme me referi no seu inicio, tem por objetivo rememorar com vista a preservação da memoria dos fatos e dos seus protagonistas ocorridos no período de 1907 a 1931, muitos dos quais os historiadores não fazem referência. Os episódios anteriores a 1907 e os posteriores à 1931, encontram-se registrados nos livros de minha autoria; “Terras de Rondônia”; “Porto Velho de Guapindaia a Roberto Sobrinho”; “Guaporelândia”; “50 Anos da Caravana Ford” e nos artigos publicados no Jornal Alto Madeira: “Comissão Rondon Cem anos de sua Criação 1907/2007; “Expedição Cientifica Roosevelt/Rondon no Espaço Geográfico do Atual Estado de Rondônia”; Santo Antônio a Fenix do Rio Madeira”; “Cachoeira de Teotônio”; “A Veneranda Senhora Labibe Acéch Bártolo”; “A Face Oculta da História”; “27 Anos da Elevação do Território Federal de Rondônia à Categoria de Estado”; “A Memoria e Perene Reconhecimento aos Edificadores da Sociedade e da Cidade de Porto Velho”; “Conheça sua História-Origem da Cidade de Porto Velho”; “Origem do Município de Porto Velho”; “Síntese Histórica de Guajará Mirim”; “Santo Antônio do Alto Madeira”; “São Carlos do Rio Madeira”; “Calama”; “10 de julho de 1931”; “Tratado de Petrópolis – Antecedentes”; “Os Heróis Esquecidos Vinicius Danin e Milton de Jesus”; “Descobrimento e Colonização do Rio Madeira”; “Jornal Alto Madeira um Jovem de 79 Anos”; “Cem anos do Reinicio da Construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré”; “História e Arte Catedral do Sagrado Coração de Jesus”; “Origem, Trajetória e Consolidação da Cidade de Porto Velho”; “Conquista do Vale do Guaporé”; “Padre João Sam Payo Primeiro Missionário do Alto Madeira”; “Porto Velho Rumo ao Primeiro Século”; “30 de Outubro de 2013 Cem Anos de Instalação do Poder Judiciário em Porto Velho”; “A Muralha Beira Rio”.
Menciono os dedicados profissionais que contribuíram com seus labores na constituição de Porto velho, os médicos: Jaime Pereira; Joaquim Augusto Tanajura; João Nicoletti; Antônio Magalhães; Sebastião Públio Dias; Kronge Perdigão; Clodomiro marques e José Collyer. Os docentes: Joaquim Carvão; Januário Norberto; Heitor de Figueiredo; Manuel Afonso Júnior; Isaura Arrais Lima; Paranatinga Filho; Alice Borges; Egydio Bourtgnon; João Nicoletti; Carlota Rena, todos de ensino particular, 1916/1931. Mestres de obras operários: construtores de prédios públicos e particulares de obras de infraestruturas, de pontes , de aterramento de área alagadiças, de canalização de igarapés e outros serviços: José Ribeiro de Souza Júnior; Joaquim Luiz Lourenço; Pedro de Renda; Simplício José da Silva; Joaquim Garcia e Luiz Joaquim Paes.
Referencio a todos citados e os não citados, impossibilitado pela falta de fonte, pedindo desculpas e compreensão dos seus familiares os tendo como homenageados alvos de nosso acatamento e admiração, por terem sido os fundadores do povoado de Porto Velho dos brasileiros enfrentando com denodo e a determinação de superarem todas vicissitudes e obstáculos, o que conseguiram, construindo a cidade que completou 107 anos, sede do Município de Porto Velho o qual festeja os seus cem anos da criação, por DR. Jonathas de Freitas Pedrosa.
ABNAEL MACHADO DE LIMA
Prof.Ap. de História da Amazônia na Universidade Federal do Pará
Membro do Instituto Histórico e Geografia e da Academia de Letras de Rondônia
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