O GALO BACANA E OS VETERINÁRIOS

O Bacana é um galo muito bonito e garboso, desfila no terreiro com admirável elegância, cobiçado pelas galinhas velhas, balzaquianas e brotinhos, invejado com despeito pelos outros galos, frangos e frangotes, dissimulados fingindo aceitarem seu domínio de incontestável rei do pedaço, receosos de suas destreza e possantes esporões, não o desafiam para uma luta pela conquista do poder.

Certa manhã cheguei no sítio, vi o Bacana passar andando com dificuldade e cabisbaixo, se deitando à sombra de um arbusto. Perguntei ao caseiro o que havia com ele, se estava doente. Ele me disse não, o detectado ocorria decorrente do cansaço e do calor.

Na semana seguinte, não o vi. O caseiro disse-me que estava amoitado em algum lugar. Disse vamos pegá-lo, vou leva-lo ao veterinário.

Na clinica o veterinário, atestou que a inflamação nos seus pés, o dificultando se locomover era decorrente do seu peso, e a solução era mata-lo. Disse-lhe ter recorrido a um médico para o medicar evitando a sua morte.

Dirigi-me a segunda clinica, a solução foi idêntica a da anterior, a impressão era de estarem combinados.

Segui para a terceira clinica, na qual o Bacana foi atendido, sendo pesado, receitado uma ração balanceada para a perda do peso, aplicação de medicamentos injetáveis nos dias 3,7 e 11 de junho, na clinica e tintura de iodo nos pés diariamente, em casa. Retorno no dia 24 de junho, para avaliação do resultado do tratamento. Sendo injetado medicamento, nos dias 24, 27 e 30 de junho, o liberando a completar o restabelecimento da saúde com as aplicações de tintura de iodo e pomada própria.

O Bacana se reanimou, canta alto e sonoro, breve voltará a reinar no terreiro do sítio, bajulado por suas fãs, livre da pena de morte decretada por alguns veterinários.         

Abnael Machado de Lima
Membro efetivo da Academia de Letras de Rondônia
e do Instituto Histórico e Geográfico de Rondônia
Prof° de História do Amazonas na Universidade  Fed. Do Pará