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Abnael Machado

Origem da Capela de Santo Antônio de Pádua



Antecedentes

Em 20 de março de 1728, os padres Jesuítas portugueses João de San Payo e Manuel Fernandes, instalaram na margem direita do Rio Madeira, em frente a Cachoeira Aroaya[1], a primeira desse rio, no sentido foz/nascente, a Missão de Santo Antônio das Cachoeiras, constituída por tapirís construídos com achas de madeira, cobertos com folhas de palmeiras, concentrados em derredor da CAPELA construída da mesma fOrigem da CAPELA de Santo Antônio de Pádua - Gente de Opiniãoorma. Tendo em frente uma grande cruz de madeira (Cruzeiro). O povoado missionário circundado pela densa floresta, era precariamente protegido por paliçadas resguardando-o das investidas das feras e dos constantes assédios dos indígenas Caripuna, Torá, Munduruku, Mura e outros. Tinha por finalidade servir de base a exploração do alto Rio Madeira e de seus tributários, a catequese dos indígenas empregando-os como força de trabalho e o apoio aos navegantes que se dirigiam aos arraiais auríferos do alto Rio Guaporé, e os que desses seguiam com destino à Santa Maria de Belém do Grão Pará.

A missão prosperava, reunindo mais de cem habitantes. Porém em 1742 foi atacada e totalmente destruída, incendiada pelos indígenas da nação Mura, os quais trucidaram mais da metade de seus habitantes, expulsando os remanescentes padres e missionados, os acossando rio abaixo, até a missão de Trocano (atual cidade de Borba/AM). Santo Antônio das Cachoeiras desapareceu relago ao abandono. Ressurgindo na segunda metade do século XIX no primeiro ciclo econômico da borracha, tornando-se importante empório comercial.

 

Construção da Capela

Em 08 de abril de 1908 após transcorridos 166 anos da destruição da CAPELA, foi criada a Paróquia de Santo Antônio. E em 15 de outubro de 1909, o governador do Estado do Amazonas mandou demarcar o terreno para sua construção. Prestigiaram o ato da demarcação o tenente Francisco Aracaty Padilha Subdelegado de policia, o senhor Enéas Franco agente fiscal municipal, e os comerciantes Esron Menezes, Antônio Marcelino Cavalcante e Nelo Gomes Rezende.

O Prefeito Municipal Dr. Joaquim Augusto Tanajura, em 1912, visando a instalação da Paróquia mandou construir a casa paroquial e instituiu a Comissão Pro Construção da Igreja, integrada pelos senhores José Fortunato da Conceição, José Ribeiro Dantas e o Coronel Luzitano Barreto, os quais se puseram em ação conseguindo donativos de materiais e recurso em dinheiro. O superintendente da Ferrovia Madeira-Mamoré Dr. Rudolph O. Kessebing doou 20 barricos de cimentos e 500,$000 (quinhentos mil reais). Fizeram doações os comerciantes, os seringalistas e o povo em geral, deram início a construção da CAPELA, concluindo-a em junho de 1914.

 

Primeira Missa

A primeira missa foi oficiada pelo padre Raimundo Oliveira pároco de Humaitá, na CAPELA ainda em construção.

Em 13 de junho de 1914, foi solenemente inaugurada, sendo entronizada a imagem de Santo Antônio de Pádua seu padroeiro.

Em 2013, completou 100 (cem) anos, erguida no mesmo sítio da construída pelo padre João de San Payo em 1728, a qual se não tivesido destruída pelos Mura, teria completado 285 anos.

 

Restauração

A Santo Antônio Energia, comprometida em promover  a preservação dos bens históricos e culturais do Estado de Rondônia, procedeu a sua restauração e a revitalização do espaço em seu entorno. Os quais o povo tem por obrigação zelar e proteger.

 

Abnael Machado de Lima

Membro fundador da Academia de Letras/RO

Ex-professor de História da Amazônia na Universidade Federal do Pará



[1]Nome indígena da atual Cachoeira de Santo Antônio. Denominada São João pelo Sargento-mor Francisco de Melo Palheta, em 1723.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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