Ridicularizar tem Limites

Ao participar de uma sessão solene na Assembléia Legislativa realizada para outorga da maior comenda do Estado a dois ilustres cidadãos, o Padre Zenildo Gomes da Silva e o jornalista João Ciro Pinheiro de Andrade, por nossa Casa de Leis, em homenagem e reconhecimento aos relevantes serviços prestados os quais continuam prestar à comunidade rondoniense, me deparei com uma ocorrência hilária se não fosse tão ridícula.

No setor especial reservado aos parlamentares, encontrava-se um vaqueiro ostentando um vistoso chapéu de cowboy enfiado na cabeça, indaguei a uma das gentis recepcionistas, quem era o personagem, informou-me ser um dos deputados.

Estranhei o Cerimonial se quedar omisso não coibindo a transgressão de desrespeito ao decoro regimental. Imagine se forem eleitos deputados estaduais um jogador de futebol, um indígena e uma bailarina, e resolverem com amparo nesse precedente a comparecerem as sessões, o atleta de camiseta, short e chuteiras; o índio descalço, de tanga, cocar e burduma; a dançarina de saiote, sapatilhas e corpete. Montado o grotesco cenário circense de Rondônia divulgado pela internet expondo nós seus habitantes, ao ridículo, a zombaria, rotulados de imbecis pelos demais estados do país.

Portanto alvitra-se, se o propósito do deputado cowboy é se distinguir dos seus pares e se tornar visível para os seus eleitores, deve ser persuadido a proceder com ética, observando os ditames regimentais da Assembléia. Se é para se destacar, que dispense o indumentário de vaqueiro e assuma o de parlamentar, formulando e defendendo indicações de projetos em prol à promoção do desenvolvimento econômico, social e cultural de nossa Rondônia.

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ABNAEL MACHADO DE LIMA

Membro da Academia de Letras/RO