Quarta-feira, 5 de junho de 2019 - 09h11
COBRA DO MAL COBRA DO BEM
Um velho índio de nome
jamais revelado, vulgarmente apelidado de SÁBIO, se tornara Pajé de uma aldeia no
Alto Solimões, ainda muito jovem e, ao longo do exercício como autoridade
silvícola, prestara bons serviços a todas
as demais tribos indígena da região e de
outras aldeias do entorno e chegou a realizar centenas de pajelanças, curas
milagrosas, praticamente impossíveis.
Sua fama percorreu longas distâncias,
até ganhar notoriedade e prestígio em toda floresta e até do Peru e Colômbia,
países fronteiriços.
Em um determinado dia, com sol
no centro do céu, calor tropical escaldante de 40º C, no meio da floresta
amazônica, o SÁBIO descansava deitado à sombra de uma frondosa árvore, ouvindo
o gorjear dos pássaros, e o borbulhar das águas de uma cascata ao cair de um
penhasco ao lado, quando de súbito surgiu um “curumim”, um filhote de índio muito
jovem, ainda na primeira idade, criança, cheio de dúvidas e a cabeça encharcada de interrogações que queria saber por que o
Pajé se tornara tão “sábio” e tinha resposta para todas as perguntas?
O SÁBIO respondeu com uma pergunta, com
duas respostas:
— você já ouvira falar que dentro de
todo sábio existem duas serpentes que vivem em verdadeiro conflito, numa
verdadeira guerra?
— a primeira, é uma cobra verde, a cobra do bem, que fala somente a verdade, que não aceita suborno, que não recebe propina e que não concorda em conviver com pessoas que matam e roubam.
O SÁBIO responde na ponta da língua.
— a segunda, é uma cobra vermelha, a
cobra do mal, que mente todas as vezes que fala, que se alimenta de propina e
como come ... e somente aceita em conviver em quadrilha, é aterrorizante e
voraz.
O curumim ficou aterrorizado com as respostas do Pajé e meio atordoado e atônito questionou: qual a cobra que deve se tornar a vencedora?
O Curumim quer tirar suas dúvidas.
Quando o SÁBIO retrucou na ponta da
língua:
— será aquela que você alimentar.
— se você gostar da mentira, da roubalheira,
alimenta a cobra vermelha.
— se você gostar da verdade, da
seriedade, da honestidade, alimenta a cobra verde, até porque, também, o verde
é a cor do bem, da vitória e do campeão Palmeiras.
CONCLUSÃO:
A escolha da serpente é uma questão de
caráter e de nacionalidade. Cada um alimenta a serpente que tem afinidade e que
o convém.
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Tenham todos um bom dia.
Antônio
de Almeida Sobrinho tem Graduação em Engenharia de Pesca, UFC, com
Pós-Graduação (Lato sensu) em Tecnologia do Pescado FAO/UFRPE; Pós-Graduação
(Lato sensu) em Análise Ambiental na Amazônia Brasileira – UNIR/CREA-RO;
Pós-Graduação (Lato sensu) em Docência do Ensino Superior – UCAM/PROMINAS;
Pós-Graduação (Stricto sensu), em nível de Mestrado, em Desenvolvimento
Regional e Meio Ambiente – UNIR; Presidente de Honra da Academia de Letras de
Jaguaruana – A. L. J.
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