Segunda-feira, 26 de setembro de 2022 - 21h25
Estatística do pescado em Humaitá-AM: um trabalho educativo
Na cidade de
Humaitá-AM, a 690 km de Manaus, principal cidade do Sul do estado do Amazonas,
ocorreu neste último dia 16 de setembro de 2022 a 3ª. Etapa do trabalho sobre Estatística
Pesqueira, junto ao Mercado Municipal de Humaitá, Hélio de Souza Lôbo, nos
principais Boxes de Venda do Pescado.
O
Governo do Amazonas, através da SEPA/SEPROR, tem dado uma atenção muito
especial ao setor pesqueiro artesanal, extensivo as populações tradicionais
extrativistas, incluindo povos indígenas e quilombolas — que segundo o projeto Nova
Cartografia Social Brasileira existem mais de 1.000 comunidades quilombolas na
Amazônia Legal, em sua grande maioria enfrentando dificuldades para manter o
sustento de suas famílias, abaixo da linha da pobreza, num verdadeiro estágio
de insustentabilidade alimentar e estão sendo socorridos com os programas
sociais dos governos Federal, Estadual e Municipais.
EQUIPE TÉCNICA:
·
Antônio de Almeida Sobrinho – Engenheiro de
Pesca – SEPA/SEPROR;
·
Bruno Gonsalves Botão – Engenheiro Agrônomo -
SEPA/SEPROR;
·
Irineu Cecconello Neto – Técnico em Recursos Pesqueiros
- SEPA/SEPROR.
Como
parte do Convênio de Cooperação Técnica entre Governo do Estado do Amazonas
(SEPA/SEPROR) e Prefeitura Municipal de Humaitá – PMH (SEMAPA), este trabalho
tem como objetivo principal conscientizar o pescador artesanal e associados à
Colônia de Pescadores Z-31 de Humaitá e do quadro de comercialização do pescado
– formado por pescadores recém-aposentados que até bem recente faziam parte do
efetivo de pescadores ativos, no âmbito da pesca artesanal — para se conscientizarem
sobre o tamanho mínimo permitido para as capturas das principais espécies de
peixes comercializadas, no âmbito da bacia Amazônica.
Este
trabalho, ora desenvolvido pela SEPA/SEPROR, em parceria com a Prefeitura
Municipal de Humaitá, tem respaldo legal, através de dispositivos
constitucionais, como leis, portarias e decretos, de cunho eminentemente educativo, e tem um papel preponderante para
a preservação da ictiofauna da bacia Amazônica, uma vez que o pescador
consciente de que: “todo peixe só poderá ser capturado se este já tiver
atingido a sua primeira maturidade sexual”, isto é, se este peixe já tiver
desovado ao menos a primeira vez, que com certeza os resultados esperados
trarão a preservação, a conservação e a renovação dos estoques pesqueiros,
esperados por todos e, assim, a ictiofauna preservada servirá como geradora do alimento básico para
alimentar as presentes e futuras populações das famílias de extrativistas que
habitam às margens de rios, igarapés e de tributários da bacia hidrográfica da Amazônia
brasileira.
Todo pescador vem sendo conscientizado
sobre a primeira maturidade sexual das espécies de valor comercial, exploradas
na Amazônia brasileira.
Se o peixe já realizou a primeira
desova, este já poderá ser comercializado.
Para tanto, os estudos têm revelado
que cada espécie tem um tempo e um tamanho para que o exemplar realize a sua
primeira desova, como se podem exemplificar:
·
Aruanã (Osteoglossidae bicirhossum)
– 40 cm
·
Aruanã negra/preta (Osteoglossidae
ferreiral) - 44
·
Caparari (Pseudoplatystoma
tigrinum) – 80 cm;
·
Curimatá (Prochilodus
lineatus) – 25 cm;
·
Jaraqui escama grossa (Semaprochilodus
insignis) – 20 cm;
·
Jaraqui escama fina (Semaprochilodus
taeniurus) – 20 cm;
·
Pacu (Mylossoma
duriventre) – 15 cm;
·
Pirarucu (Arapaima
gigas, SHINZ, 1822) – 150 cm;
·
Tambaqui (Colossoma
macropomum, Cuvier, 1818) – 55
cm;
·
Tucunaré (Cichla
ocellaris) – 25 cm;
·
Surubim (Pseudoplatystoma
fasciatum) – 80 cm
A
maioria das espécies de peixes exploradas comercialmente na bacia Amazônica
estão em declínio populacional.
Quando
se percebe que uma determinada espécie de peixe se encontra ameaçada de
extinção?
Indicadores
técnicos são facilmente detectados, tais como:
· Redução
do volume de desembarque do pescado;
· Redução
do tamanho dos exemplares;
· Presença
constante de exemplares jovens nos boxes de comercialização;
· Redução
do pescado na mesa do pescador.
Para
tanto, este trabalho de conscientização junto aos pescadores e vendedores de
pescado tem um papel fundamental, uma vez que a única saída para recuperação
dos estoques pesqueiros é não capturar exemplares ovados e não permitir a
captura de peixes jovens, que ainda não desovaram. Todo pescador está careca de
falar e de ouvir: “a ova de hoje é o peixe de amanhã”.
UMA FÓRMULA SEGURA:
Se pescadores um peixe ovado
Alimentarás um homem por um dia;
Se deixares um peixe ovado desovar
Alimentarés as futuras gerações.
Preserve as nossas espécies de peixes
comerciais, um dever de todos nós.
(Antônio de Almeida Sobrinho – Campanha
Nacional Premiada).
Existe uma grande diversidade de espécies de peixes na
bacia hidrográfica da região Amazônica com potencial para beneficiamento e
transformação para produção de produtos e subprodutos para a alimentação
humana, para pequenos animais e para atividades agrícolas.
O Governo do Estado do Amazonas tem consciência de que o
setor pesqueiro artesanal se ressente de infraestrutura básica para fortalecer
as pilastras de sustentação da cadeia produtiva de pescado, em todos os níveis
— passando pelos setores produtivos, principalmente das Colônias de Pescadores,
entidades associativistas filiadas à Federação dos Pescadores dos Estados do
Amazonas e Roraima – FEPESCA, em todos
os municípios pesqueiros, tais como: fábricas de gelo em escama, câmaras
frigoríficas, câmaras frias, entrepostos de pesca para recepção, atracamento, acondicionamento e conservação do pescado.
Por outro lado, tornam-se, também necessários se dar
prioridades aos serviços desenvolvidos junto aos mercados de comercialização do
pescado e que seja dada uma devida atenção para as adequações necessárias, tais como: iluminações natural e elétrica, ventilação
natural e mecânica, câmaras frigoríficas, melhoria dos padrões sanitários das
instalações hidráulicas e sanitárias e coletas de resíduos sólidos e líquidos, vestimentas apropriadas e sempre limpas para
os vendedores de pescado a fim de propiciar um melhor padrão de higiene pessoal
e material, implicando diretamente na melhor da conservação do pescado, com um
alto padrão sanitário e higiênico, nos
principais mercados e boxes de comercialização do pescado.
No munícipio de Humaitá, por exemplo, no presente momento, a maior reinvindicação do setor pesqueiro, dentre tantas, na pessoa de Samuel Mendonça de Moraes, Presidente da Colônia de Pescadores Z-31 de Humaitá, é, sem dúvida, a aquisição e instalação de uma Câmara Frigorífica para apoiar o setor pesqueiro, junto ao Mercado Municipal de Humaitá, a fim de apoiar os vendedores de pescado, para conservarem seus produtos perecíveis por mais tempo e com melhores padrões sanitários, com a qualidade compatível com as necessidades dos consumidores, através da aquisição de um produto fresco e saudável.
COMO ANDA A PISCICULTURA NO ESTADO DO AMAZONAS?
Durante a administração do Governador Wilson Lima a
piscicultura teve um impulso sem precedentes na história do estado do Amazonas,
graças a dinamicidade da gestão da Secretaria de Produção Rural (Sepror),
leia-se Petrúcio de Magalhães Júnior, impulcionado com apoio da Secretaria Executiva Adjunta de Pesca e Aquicultura, sob
a administração do dinâmico e combativo Engenheiro de Pesca Leocy Cutrim,
contando com apoio contínuo de uma equipe de profissionais, com formação
multidisciplinar, que não tem medido esforços para desenvolver e consolidar a
pesca e a aquicultura, em nível estadual, com atuação em todos os município do
estado do Amazonas.
Colhendo os frutos do planejamento estratégico
elaborado pela Secretaria de Produção Rural (Sepror), na gestão do Secretário
Petrúcio de Magalhães Júnior, respaldado com as ações da Secretaria Executiva
Adjunta de Pesca e Aquicultura, sob a administração do Secretário da SEPA,
Leocy Cutrim, em atuação conjunta, respectivamente, por si só expressam,
nitidamente, o alinhamento de preocupações do Governador do Amazonas, Wilson
Lima, em parceria com as prioridades da administração do prefeito de Humaitá,
Dedei Lobo, em apoiar o setor primário, setores carentes de baixo poder
aquisitivos, chamados carinhosamente de “os povos da floresta”, incluindo
pescadores ribeirinhos e extrativistas, populações tradicionais e de etnia
indígena e quilombolas — que se alimentam de peixes, frutas e de subprodutos
extrativistas da biodiversidade da bacia Amazônica — e que hoje
estão sendo amparados por programas emergenciais dos governos
federal, estadual e municipais para alimentar suas famílias.
Para o Secretário da SEMAPA – PMH, Amarildo dos
Santos, a parceria entre SEPA/SEPROR, na região do Sul do
estado do Amazonas, o Centro de Treinamento e Tecnologia de Produção de
Alevinos de Humaitá – CTTPAH/SEPA/SEPROR- PMH, produziu, neste ano de 2022,
cerca de 1.500.000 pós-larvas da espécie tambaqui e os distribuiu na ordem de
700.000 alevinos desta espécie para os produtores rurais e a piscicultores dos
municípios de: Humaitá, Lábrea, Canutama, Manicoré, Tapauá e Apaí, (Sul do
Amazonas) e, como também, para piscicultores de Rondônia, no município de
Itapuã do Oeste.
O Secretário da SEMAPA, Amarildo dos Santos, nas
entrelinhas deixou muito claro e aposta todas as suas fichas como:
- que a piscicultura do Sul do Amazonas
depende apenas de vontade política para se desenvolver, através de apoio com
recursos humanos, financeiros e materiais. Porque o resto torna-se praticante possível se
fazer.
O CTTPAH conta com o amparo tecnológico de uma equipe
de profissionais, com formações multidisciplinares, na seguinte ordem:
· Sebastião Batalha de Souza Pinto – Engenheiro de Pesca – Me –
SEPROR/CTTPA - Balbina-AM;
· Antônio de Almeida Sobrinho – Engenheiro de Pesca – Me – AADESAM/SEPA/SEPROR;
· Bruno Gonsalves Botão – Engenheiro Agrônomo
AADESAM/SEPA/SEPROR;
· Irineu Cecconello Netto – Técnico em Recursos Pesqueiros
AADESAM/SEPA/SEPROR;
De acordo com informações do Secretário Executivo Adjunto de Pesca e Aquicultura, SEPA/SEPROR, Leocy Cutrim, “[...] com o objetivo de fomentar a cadeia produtiva de peixes no Amazonas, o Governo do Estado beneficiou mais de 2,8 mil produtores com alevinos e pós-larvas de espécies prediletas do cardápio local, como o tambaqui e o matrixã. Em quatro anos, o programa de incentivo da Secretária de Produção Rural (Sepror) entregou 4,9 milhões de alevinos e 18,3 milhões de pós-larvas em 24 cidades (municípios) amazonenses”.
Neste sentido, temos a acrescentar que a piscicultura no Sul do estado do Amazonas, apesar de incipiente, tem potencial para se desenvolver, a curto e médio prazos, e para que isto ocorra de forma concreta tornam-se necessários uma injeção de esforço governamental e que novas estratégias sejam adotadas para que o Centro de Treinamento e Tecnologia de Produção de Alevinos de Humaitá-AM — CTTPAH seja revitalizado e posteriormente dotado de recursos humanos, financeiros e materiais suficientes para atingir seus objetivos preconizados e passe a produzir alevinos em quantidade e qualidade para atender as demandas de produção de pós-larvas e de alevinos para atender as necessidades de produtores rurais e de piscicultores, na região e do entrono, em parceria com os serviços de ATER e, assim, proceder a devida assistência técnica para que a atividade piscícola propicie a produção de alimento para atender as necessidades proteicas das famílias dos produtores e de piscicultures que apostaram nesta nova atividade e possam comercializar para outros centros consumidores o excedento do consumo familiar.
Antônio de Almeida Sobrinho é
Engenheiro de Pesca e Engenheiro de Segurança do Trabalho, com Pós-Graduação
(Lato sensu) em Tecnologia do Pescado (FAO/UFRPE); com Pós-Graduação MBA em
Gestão de Cooperativas (IFRO/UAB); Pós-Graduação (Lato sensu) em Análise
Ambiental na Amazônia Brasileira (UNIR) e com Mestrado em Desenvolvimento
Regional e Meio Ambiente, na área de Tanques-rede. Antônio de Almeida Sobrinho
é Membro da Academia de Letras de
Jaguaruana – CE.
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