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Antônio de Almeida

Bolsonaro quer ‘restabelecer a verdade’: a demissão de Sérgio Moro


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Foto: Jorge William/Agência O Globo

Em plena “pandemia” do novo Coronavírus — quando o Brasil está mergulhado num mar de incertezas, com a crise na saúde, com a proliferação do vírus chinês, sem precedentes na história contemporânea do Brasil; com crise política e institucional, agravada com o atual momento econômico, potencializada esta crise com o isolamento da população, em todos os estados e cidades do país, acarretando consequências avassaladoras, em níveis catastróficos  para a economia do país.

Em plena crise generalizada que atravessa o Brasil, o Governo Bolsonaro teve que exonerar o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandeta, um profissional da área da saúde (médico) e um político (Deputado Federal), muito   habilidoso na comunicação e no trato com as palavras; inteligente e preparado e que entrou em choque com o presidente Bolsonaro sob a alegação de convicções técnicas e teve sua demissão justificada politicamente por contrariar em público as orientação do presidente da República.

Hoje, 24 de abril de 2020, uma outra baixa, desta feita, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, ex-Juiz Federal e ex-coordenador da Operação Lava Jato que fez uma devassa com a corrupção endêmica do Brasil, quando condenou e colocou na cadeia uma verdadeira quadrilha de corruptos, desde um simples doleiro  ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e de outros aproveitadores e ladros dos cofres públicos.

O então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, num gesto coerente com sua atuação profissional, até então, não nos surpreendeu, talvez tenha surpreendido ao presidente Bolsonaro que não acreditava que pelo simples fato de o presidente exonerar o Delegado Geral da Polícia Federal, sem nenhuma justificativa técnica e profissional, segundo palavras do próprio ex-ministro Sérgio Moro, e de acordo com rumores na mídia eletrônica exista por traz desta cortina de fumaça alguns interesses em blindagens de membro da família.

Por este motivo, aparentemente simples, é que para o leigo possa  parecer sem relevância, porém, quando apreciado aos olhos da justiça, quando observado na ótica da ética, se torna relevante e com a cor e a forma de muita gravidade  sendo, portanto, estes os principais motivos que levaram o então ministro Sérgio Moro a pedir sua demissão do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública a não ter uma outra saída: se não aquela em defender sua coerência profissional, sua história e seu caráter, uma vez que a indicação deste Delegado da Polícia Federal fora feito por este ministro e por critérios técnicos.

Agora, diante destas duas perdas nas pastas da Saúde e da Segurança Pública o presidente Bolsonaro se fragiliza ainda mais com a perda de dois auxiliares de peso, se equiparando a duas verdadeiras colunas de sustentação que desabaram, quando as ameaças de Impeachment se fortalecem e o presidente da República se fragiliza diante da revelação de motivos, até então  ocultos, e que com a entrevista por motivos da demissão de Sérgio Moro na mídia eletrônica, foram feitas revelações bombásticas e graves — dando conta de que o principal motivo da exoneração do Delegado da Polícia Federal para o presidente Bolsonaro seja o de interesse muito reservado e que ele quer uma indicação que ele posso obter informações confidenciais e privilegiadas, a qual hora, ao seu bel prazer e querer. 

Por estas e outras nem Sérgio Moro tinha intenções em desenterrar e nem tampouco o presidente Bolsonaro imaginara que fossem reveladas. São palavras contra palavras, qualquer um pode afirmar e qualquer um pode negar.

 

 

No bojo das intenções de um homem sério e probo pode ter seriedade e

falácias. Com o decorrer do tempo, tudo é revelado, nada tende a se esconder eternamente.

 

    Antônio de Almeida Sobrinho é Engenheiro de Pesca e Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente e escreve semanalmente neste veículo de comunicação.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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