CUNHA & DILMA: UNIDOS PELO ABISMO

“Vamos viver ou vamos morrer? Que nada. Temos forças ocultas’.

Apesar de todas as acusações e baixas nos últimos meses, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva tem se tornado no atual momento um interlocutor de peso, na ótica de aliados políticos, e com energias suficientes e capazes de abrandar a fúria dos desafetos da presidente Dilma Rousseff (aqueles que querem o seu impeachment) e, ao mesmo tempo, frear a efervescência dos obstinados, velozes e ferrenhos adversários políticos de Eduardo Cunha, ambos unidos pelo abismo, no fundo do poço, com múltiplas chances de terem suas cabeças decepadas.

Apesar de todas as evidências e possíveis provas veiculadas na mídia escrita, falada e televisada, não restam dúvidas de que o presidente da Câmara Eduardo Cunha feriu o regimento interno da Câmara dos Deputados e, assim, quebrou o decoro parlamentar, através da abertura de contas milionárias em paraísos fiscais, com provas materiais, através de cópias remetidas por bancos da Suíça para a Procuradoria Geral da República e, no momento, de conhecimento público.

Por mais otimista que um político aparente ser e contrariar todas as premissas da lógica e do consenso popular, todos assistem, ao vivo e a cores, ao filme em um teatro da vida real e do cotidiano da política brasileira: a convicção que aparenta ter e demonstra nas entrevistas o presidente da Câmara Eduardo Cunha e em afirmar no recente depoimento que fez junto à CPI da Petrobras que ‘nunca abriu contas em bancos de paraísos fiscais’ e insistir em reafirmar reiteradas e sucessivas vezes que tudo que estão falando e mostrando‘são mentiras, mentiras e mentiras’.

A política é uma ciência flexível que é capaz de somar 2 + 2 = 5 e, ao mesmo tempo, provar que o poder de magnetização e magnificação que tem em atrair dois corpos distintos, adversos e bem opostos (EDUARDO CUNHA + DILMA ROUSSEFF), com tantas forças contrárias sejam capazes de mantê-los no topo do poder, mesmo contrariando a lógica e a ética, na contramão da vontade popular e em detrimento da moralidade e do patriotismo do povo brasileiro, que por diversas vezes tem frequentado as ruas e as praças públicas pedindo por justiça e bradando um não à corrupção.

Se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que nos dias atuais tiver realmente se tornado um conciliador de ‘forças ocultas’, exorcizando os demônios dos indomáveis defensores do mandato da presidente Dilma Rousseff, que querem comer o fígado do Eduardo Cunha — como moeda de troca para salvar ambos os mandatos: que Cunha pare com esta história de colocar em pauta a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff e em troca estas mesmas energias se encarregariam em amenizar as forças do pedido de votação na Comissão de Ética na Câmara dos Deputados.

Nos bastidores políticos afirmam, em alto e bom som, que é mesmo verdade de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem nos últimos dias utilizando toda a sua criatividade e utilizando de suas estratégias políticas capazes de transformar o impossível em possível e através de suas forças sobrenaturais promoverem e ressuscitar dois mortos: a presidente da República Dilma Rousseff e o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.

Em assim sendo, o povo brasileiro a partir de agora passará a ter duas certezas, que até então tínhamos dúvidas: o ex-presidente  Lula nunca viu nada e  nunca soube de nada.

Mesmo tentando tapar o sol com uma peneira — diante de um massacre do erário público, revelado através do Mensalão e do Petrolão e de centenas de escândalos de corrupção, ao longo destes quase 11 anos de gestão do partido dos vermelhos e das pedaladas e tal — o ex-presidente Lula parece que estar mesmo apostando todas suas fichas e seu prestígio político junto aos companheiros para que eles deem uma trégua no caso do Eduardo Cunha e, assim, salvar o mandato da presidente Dilma Rousseff e, consequentemente, o mandato político do presidente da Câmara, porque na política, com ausência de ética e desprovida de moralidade ‘favores se pagam com favores’.

Façam todos,  agora, bem rápido, suas apostas!

Antônio de Almeida Sobrinho