A votação neste dia 2 de agosto, último passado, no Plenário da Câmara dos Deputados, com um placar de 263 votos SIM, pró-governo x 227 CONTRA, para a oposição — quando seriam necessários de 342 votos para aprovar a admissibilidade da denúncia a desfavor do presidente da República Michel Temer para daí, seguir para apreciação e julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), denunciado pelo Procurador-geral da República e chefe do Ministério Público Federal (MPF), junto ao STF, ministro Rodrigo Janot.
De acordo com o anúncio da segunda secretária da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, Deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO), dos 513 Deputados votaram 492: 263 a favor e 227 contra e duas abstenções. Houve 19 parlamentares que estiveram ausentes.
Qual a leitura que pode ser feita deste placar de 263 votos SIM x 227 votos CONTRA e as consequências para os parlamentares de ambos as situações, que votaram SIM e CONTRA?
LEITURA 01: O presidente Michel Temer provou pela segunda vez que tem mesmo muita habilidade política — quando no dia 10 de junho foi salvo pelo gongo, com um voto de Minerva do presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, pelo placa de 4 x 3 e, agora, em 2 de agosto, pelo placar de 263 votos SIM x 227 votos CONTRA.
LEITURA 02: Com esta votação da denúncia contra o presidente Michel Temer, neste dia 2 de agosto, próximo passado, a base de apoio do Governo encolheu e, agora, o governo terá um pouco de dificuldade em aprovar as reformas estruturais, previstas para entrarem em pauta de votação nos próximos dias e meses. Será necessário de muita habilidade política para que as principais lideranças contornem as insatisfações, que as águas que se esparramaram sobre seus taludes voltem ao leito normal, que os partidos não punam os dissidentes que votaram CONTRA o Planalto e, ao mesmo tempo, retribuam aos parlamentares que compõem o CENTRÃO com as rotineiras benesses governamentais, tais como: liberações de Emendas Parlamentares, cargos em todos os níveis da máquina governamental, etc & tal;
LEITURA 03: Os parlamentares que votaram SIM, a favor do Governo, assim o fizeram impulsionados por várias razões:
- Por fidelidade partidária, em obediência a orientações dos partidos políticos e em defesa dos benefícios diretos e indiretos que a liberação de recursos financeiros, provenientes de Emendas Parlamentares, trarão para seus eleitores e a população, em geral;
- Por barganha política, que é muito óbvio, lhes trarão dividendos políticos, junto as suas bases políticas;
- Por considerar a fragilidade da denúncia feita pelo PGR, ministro Rodrigo Janot , e da não bem explicada homologação de Delação Premiada, aceita de forma unilateral pelo Relator da Operação Lava-Jato, junto ao STF, ministro Luiz Edson Faquim, uma vez que o delator cometeu inúmeras arbitrariedades e se constituir em um réu confesso, fugindo da prisão;
- Por entender que é uma denúncia com cunho político e retaliativo, como uma vingança em retribuição à madrinha política do PGR, ministro Rodrigo Janot, uma vez que a ex-presidente Dilma Rousseff foi responsável pela nomeação e recondução de Rodrigo Janot à PGR e, ao mesmo tempo, o de chefe do Ministério Público Federal, junto ao STF.
LEITURA 04: Os parlamentares que votaram CONTRA, a desfavor do Governo, assim o fizeram impulsionados por várias razões:
- Por fidelidade partidária, em obediência as orientações de seus partidos políticos sendo, em sua maioria, os mesmos parlamentares que estiveram defendendo a ex-presidente Dilma Rousseff, para não sofrer o impeachment em agosto de 2016, com algumas exceções;
- Por alguns parlamentares que acreditam que toda denúncia deva ser investigada, de imediato, com rigor, por acreditar que o presidente Michel Temer cometera um crime muito grave, mesmo sem a materialidade da ação, e mesmo sabendo das consequências políticas da descontinuidade do avanço econômico, quando a economia está dando sinais visíveis de recuperação de crescimento, através de alguns indicadores, e a investigação se tornaria prioridade para este momento;
- Por não aceitar na gravidade da denúncia de corrupção passiva que o presidente Michel Temer foi denunciado, mesmo sabendo que o Procurador-Geral da República (PGR), ministro Rodrigo Janot, é um fiel escudeiro da ex-presidente Dilma Rousseff;
- Em respeito ao pensamento de suas bases eleitorais que não mais aguantam os atuais níveis de desmandos administrativos da classe política e, sendo, portanto, uma forma de combatê-la, de forma frontal e sistemática, e, assim, amenizar a corrupção endêmica e desenfreada que se proliferou no Brasil, neste atual momento político.
FATOS NOVOS QUE ESTÃO POR VIR
É muito óbvio e natural que o Planalto está se preparando e montando trincheiras para se defender dos próximos ataques, das flechas que o PGR Rodrigo Janot prometeu e que estão por vir.
O ‘bambuzal’ que o PGR, ministro Rodrigo Janot, anunciou, em tempos atrás, ainda tem estoque para produzir muitas flechas, e como é do conhecimento de muitos algumas Delações Premiadas estão em curso e outras se manifestando, quando se podem citar a do ex-deputado Eduardo Cunha que promete revelar e provar fatos inusitados e bombásticos, capazes de desmoronar as colunas de sustentação do Governo de Michel Temer.
O PGR, Rodrigo Janot, ainda tem pouco mais de um mês no cargo e com tanto poder nas mãos ainda e poderá fazer um estraik no Governo do presidente Michel Temer e estão todos a postos e entrincheirados porque a qualquer momento poderá começar os lançamentos destas flechas. O ministro Rodrigo Janot pode a qualquer momento ingressar junto ao STF com uma outra denúncia contra o presidente Michel Temer e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), por crime de obstrução da Justiça, por pagar propina com recursos da JBS para comprar o silêncio do ex-deputado e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
De acordo com o pensamento dos ferrenhos escudeiros do Partido dos Trabalhadores (PT) e para aqueles que acreditam que os ‘vermelhos’ ainda tenham chances em reassumir das cinzas, seguindo o exemplo da Fênix, e reassumir o poder, após tantas trapalhadas, de tantas cabeçadas, de encontros e de desencontros e de tantas roubalheiras e de uma coisa acreditam: o governo do presidente Michel Temer pode ser comparado a uma MALA de surpresas: tanto pode terminar, aos trancos e barrancos, como, também, pode tropeçar e cair na próxima pedra.
Acredita-se, por aqui, que o Governo do presidente Michel Temer pode ser comparado a um Titanic avariado, entrando água por todos os lados e sem saber em qual porto ele irá ancorar e qual o volume de água que irá comprometer o calado desta nau, quando todos os ratos pulam para se salvar, como já começaram a medir a temperatura da água para, depois, começarem a se jogar.
Na opinião de seus ferrenhos opositores, aqueles que não perdoam o golpe que fora orquestrado por seus fiéis escudeiros e marujos de plantão: a qualquer momento ele pode afundar, não se sabendo nem o dia, nem a hora e em qual porto ele irá ficar soçobrado.
Tenham todos um ótimo final de semana.