Quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014 - 06h05
█ Quem não se recorda naquele famoso refrão adotado pelo último Governo Militar João Figueiredo: “Plante que o João garante.” Sabe qual foi o resultado? O produtor rural acreditou e plantou e o João não garantiu o preço mínimo para comprar a produção naquela época. Quem arcou com os prejuízos? O produtor rural que se endividou junto aos bancos e o Governo do João que se desgastou com a falta da palavra.
█Para que o Governo de Rondônia incentivasse a produção de pescado, e anunciasse uma meta política em passar a produção de pescado de 12 mil toneladas para 80 mil toneladas, no final de seu Governo, em dezembro de 2014, o Estado teria que ter sido dotado de infraestrutura completa — física, com recursos humanos, financeiros e materiais, passando, necessariamente, por uma profunda transformação como aquela que se nós propusemos ao Governador Confúcio Moura, (e ele foi aconselhado a não aceitar) através do Projeto de Criação da Secretaria de Estado da Pesca e Aquicultura – SEPAq, entregue mãos para o próprio Governador, seguindo o exemplo exitoso de vários Estados da Federação, com potencial aquícola bem inferior ao de Rondônia, em consonância com as diretrizes e o fluxograma do Ministério da Pesca e Aquicultura – MPA.
█ Com o Estado estruturado, com produção de insumos (ração, gelo, alevino), frigoríficos suficientes para se proceder a higienização, beneficiamento, conservação, armazenamento, transporte, escoamento, comercialização e mercado, sem esquecer em subsidiar a energia elétrica com a utilização do “Selo Verde”, com legislação em vigência para a região, se constituindo, hoje, como um dos pontos de estrangulamento da piscicultura de Rondônia.
█ Desta forma, o Governo de Rondônia cumpriria, fielmente, a meta política estabelecida e prometida — em entregar o Governo, no final de 2014, com uma produção de pescado na ordem de 80.000 toneladas de pescado e com a produção pesqueira do produtor e piscicultor, com todos os elos da cadeia produtiva funcionando, harmonicamente, oportunizando para aquele que produz o pescado em sua propriedade — se libertar definitivamente da ação voraz do intermediário oportunista — e se dar ao luxo em estufar o peito de orgulho e em mostrar para todos quem seriam os principais ganhadores com todo este trabalho:
· o produtor rural e o piscicultor que investiram na atividade da piscicultura e que passariam a vender as suas produções, por um preço justo, e teria um lucro garantido;
· a população do Estado que teria a sua disposição um alimento saudável, com preço regulado pela lei da oferta e procura e mais empregos;
· o poder público que cumpriria o seu papel, em apoiar os dois extremos da cadeia produtiva: aquele que produz e o consumidor final.
█ O tempo é um grande consultor e, ao mesmo tempo, um exímio pesquisador quando nos leva a determinadas conclusões. Algumas vezes, óbvias. Em outras, ululantes: sempre que o poder público tenta equacional ou solucionar os setores pesqueiro e aquícola com quaisquer outras atividades, sempre tem ocorrido, sem exceção, que os peixes ficam em segundo plano e nada acontece de positivo para estes segmentos primários.
█ Vejamos os exemplos vivenciados, nos últimos tempos:
Ø Quando o IBAMA tentou conciliar as atribuições dos quatro (4) órgãos que foram fundidos para formarem a nova estrutura: SUDEPE (peixe); IBDF (floresta); SEMA (meio ambiente) e SUDHEVEA (borracha) o que aconteceu? A SUDEPE ficou em segundo plano e hoje o IBAMA foi responsabilizado pela redução dos estoques pesqueiros, em nível nacional;
Ø Quando as EMATER’s, em níveis Nacional, tentaram unificar a Produção Rural + Produção Pesqueira + Piscicultura o que aconteceu? Nada aconteceu.
Ø Quando o estado do Amazonas tentou criar uma Sub-Secretaria para atender as necessidades do setor pesqueiro e aquícola do Amazonas, fundindo Secretaria de Estado da Produção + Setor Pesqueiro + Piscicultura o que aconteceu? Hoje o estado do Amazonas não tem peixe sequer para abastecer o seu mercado consumidor e importa em torno de 90% da produção de pescado de Rondônia e 40% da produção de Roraima;
Ø Quando Rondônia cria uma Coordenadoria, no formato de BOLHA, dentro do Fluxograma da SEAGRI-RO, isto é um paliativo, está pagando para ver. Quando se sabe que também vai ser muito difícil funcionar, a contento. Vamos torcer e contribuir para que tudo ocorra dentro do planejado.
Módulo II– de 17 a 24 de julho de 1998: Teoria e Práticas
Beneficiamento da espécie pirarucu (Arapaima gigas, SHINZ, 1822).
█ Vejam o que ocorre quando um exemplar de tambaqui (Colossoma macropomum, Cuvier, 1818) é devidamente eviscerado, manipulado, higienizado e conservado:
█ As primeiras providências a serem tomadas ao se manusear o pescado é fazer a lavagem, com água limpa, e, posteriormente, a evisceração e remoção de todos os restos, evitando-se, assim, a permanência de sangue, guelras etc., a fim de reduzir a carga bacteriana e, desse modo, retardar o desenvolvimento de microorganismos.
Após estas considerações sobre os aspectos higiênicos e sanitários do pescado, torna-se necessário o acompanhamento da evolução tecnológica, com o intuito de elaborar novos produtos, reduzir perdas, propiciando, assim, a atividade pesqueira um suporte econômico com rentabilidade e atrativa para entrada de novos investimentos, socialmente justa e ecologicamente sustentável.
REFLEXÃO:
A difusão de tecnologia adaptada à Região Amazônica é uma alternativa de desenvolvimento sustentável, eficiente e capaz de produzir alimento, gerar emprego e renda para os usuários do setor pesqueiro artesanal.
Antônio de Almeida Sobrinho
Engenheiro de Pesca
Tenham uma boa leitura e uma ótima reflexão.
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Antônio de Almeida Sobrinho graduado em Engenharia de Pesca, Pós-Graduação em Análise Ambiental na Amazônia Brasileira; Pós-Graduação em Tecnologia do Pescado (FAO/UFRPE); Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente; Conselheiro Administrativo do Sistema OCB/SESCOOP, 2013/2017.
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