Domingo, 14 de abril de 2019 - 11h56
Primeiro dia
da Primavera de 1978, mês de setembro, dia 22, sexta-feira, então Território
Federal de Rondônia, manhã sem sol, com muitos
sonhos e olhos no firmamento — de dois jovens, ainda quase adolescentes, recém Graduados em
Engenharia de Pesca, através da Universidade Federal do Ceará – UFC, com os
nomes de Antônio de ALMEIDA Sobrinho e Francisco DERMEVAL Pedrosa Martins,
contratados pelo Governo do Território Federal de Rondônia e colocados à
disposição da então ASTER-RO, hoje EMATER-RO, com o objetivo de atuar junto ao
setor pesqueiro – na pesca artesanal e dar início aos primeiros trabalhos de
piscicultura nesta região, no início de sua colonização por todos que aqui
chegaram, hoje, conhecidos como os destemidos pioneiros e desbravadores.
No trecho entre a Sede do Escritório da ASTER-RO à vila de
pescadores da então Cachoeira do Teotônio, hoje coberta pelas água do rio
Madeira, com a obra da hidrelétrica da UHE Santo Antônio, gastou-se em torno de
55 minutos e, depois, voltou-se uns 10 minutos, no sentido oblíquo, a fim de
localizar uma área do Governo do Estado, hoje situada a montante da UHE Santo
Antônio, impactada com as obras hidrelétricas construídas no rio Madeira.
Sem nenhuma experiência profissional em realizar pesquisas em
áreas de floresta na bacia amazônica e desprovidos de equipamentos eletrônicos
ou de uma simples bússula, os dois neófitos desbravadores tinham na mente um
único objetivo que os impulsionavam: os seus corações a baterem ao mesmo tempo,
com as mesmas intensidades, sem acanhamentos e sem preocupações em quebrarem o
silêncio que reinava naquela floresta silenciosa
e fechada de mata virgem, ‘nunca antes desbravada’ por madeireiros, por desvradores
ou mesmo por caçadores, exceto por alguns silvícolas de aldeias adjacentes ou por alguns transeuntes
que perambulavam nesta região.
Com a preocupação fixa em encontrar água, de preferência um
igarapé que oferecesse uma vazão suficiente para se pensar em se implantar a
Estação de Piscicultura de Porto Velho, que sem dúvida se constituiria no polo
irradiador e produtor de alevinos de espécies de peixes regionais, suficientes
para atender as constantes e prementes demandas de alevinos para povoar uma
infinidade de barragens construídas por produtores rurais e pecuaristas — que até
então foram instaladas em Porto Velho, Guajará-Mirim e nos recém criados
municípios de Ariquemes, Ji-Paraná e Cacoal e em diversos núcleos urbanos que
mais tarde se transformaram em municipios, no então Território Federal de
Rondônia e, posteriormente, no atual estado de Rondônia e em seus Distritos e
povoados.
Um misto de aflição e de preocução, com a certeza em se
buscar alternativas no tocante à água farta e solo de boa qualidade, em uma
área com características ideais para se implantar a Estação de Piscicultura do
Território Federal de Rondônia, nos esquecemos que teríamos que retornar ao
ponto de partida, encontrar a viatura que nos esperava no início da única
picada de acesso ao eixo central da propriedade e, ao mesmo tempo, com um
blecaute geral na memória, em forma de esquecimento duplo e quando se buscou a
saída não mais existia a luz solar, um vermelhão de claridade descansava no
extremo do horizonte anunciando o início da noite que se aproximava e nos
distanciava ainda mais de nosso retorno à empresa e aos nossos lares.
Após sucessiva caminhadas, de idas e voltas, andando como
baratas tontas, sem alimento, sem água e sem o norte magnético a situação se
tornou insustentável, até que um raio de luz de um motoqueiro com o motor barulhento
que por impulso divino nos sinalizou e através da audição e da visão tomamos o
rumo correto e se conseguiu encontrar a viatura que nos proporcionou e nos
desencantou e viabilizou o nosso regresso ao ponto de partida e a volta a Porto
Velho.
Estas experiências — sofridas, temerosas e exitosas —, ainda
não havíam sido contadas para ninguém e poucos, até então, sabiam que para se
iniciar os primeiros trabalhos da piscicultura no estado de Rondônia muita água
teria que rolar por debaixo dessa ponte que decidiram chamar de Piscicultura do
Estado de Rondônia.
Com muito esforço e muito sacrifício, após assumirmos a
Coordenação da Superintendência do Desenvolvimento da Pesca no Estado de
Rondônia – SUDEPE, durante a administração do Governador Jerônimo Garcia de Santana,
tivemos a felicidade em viabilizarmos a elaboração do Projeto Técnico-Econômico
e, posteriormente, realizar a construção da Estação de Piscicultura de Porto
Velho, nesta mesma área mencionada em nosso Resgate Histórico, de acordo com a
imagem abaixo.
Estação de Piscicultura de
Porto Velho |
Esta Estação de
Piscicultura construída em Porto Velho é na verdade a principal
responsável direta pela implantação e
desenvolvimento da piscicultura no estado de Rondônia que hoje se constitui como
uma atividade primária que produz alimento, com geração de emprego e renda,
inclusão social e segurança alimentar e incremento no PIB de Rondônia, com
destaque no ranking nacional como o maior produtor de tambaqui e de pirarucu do
Planeta e em terceiro lugar no ranking nacional, com 72.800 ton.,na safra do
biênio 2017/2018, de acordo com o Anuário BR de Produção de
Pescado/Piscicultura de 2019.
INVESTIGAÇÃO GRAVE:
Sugerimos que o Governador de Rondônia, Coronel Marcos Rocha,
através da SEAGRI-RO, institua uma comissão para se investigação rigorosamente o
paradeiro desta Estação de Piscicultura que foi construída com recursos
federais, um convênio entre Ministério da Agricultura e Governo de Rondônia,
através da Secretaria de Estado da Agricultura – SEAGRI-RO e, depois, cobrar
uma idenização da Empresa Santo Antônio Energia S.A, compatível com os danos patrimoniais,
como infraestrutura — viveiros, Laboratórios, equipamentos diversos, máquinas e
insumos — causados à Estação de Piscicultura de Porto Velho, hoje impactada com
as obras da UHE Santo Antônio, e/ou, ao mesmo tempo, se investigar se alguém se
tornou beneficiário desta indenização milionária que porventura tenha ocorrido.
Na próxima edição, continuaremos. Tenham todos um feliz final
de semana.
Antônio
de Almeida Sobrinho tem Graduação em Engenharia de Pesca, UFC, com
Pós-Graduação (Lato sensu) em Tecnologia do Pescado FAO/UFRPE; Pós-Graduação
(Lato sensu) em Análise Ambiental na Amazônia Brasileira – UNIR/CREA-RO;
Pós-Graduação (Lato sensu) em Metodologia do Ensino Superior – UCAM/PROMINAS;
Pós-Graduação (Stricto sensu), em nível de Mestrado, em
Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente – UNIR e escreve periodicamente nos
seguintes Portais de Notícias:
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ESPINHA NA GARGANTA
E-mail: almeidaengenheiro@yahoo.com.br
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