A considerar pelo número de prefeitos que declaram apoio à reeleição de Confúcio Moura, sua vitória no dia 26 são favas contadas. Esquivei-me, até agora, de comentar o cenário político rondoniense, embora jamais tenha ocultado minha preferência pessoal por Confúcio Moura. Conheço Expedito Júnior e o considero um bom sujeito. Isso não significa que eu possa lhe passar procuração para governar Rondônia, convenhamos. Tenho igualmente a certeza de que ele não está nem aí para o meu voto e minha opinião, muito embora acredite que ele tenha ficado satisfeito por me saber calado durante todo esse tempo. É que tenho por hábito respeitar o leitor e não comercializar minha opinião.
Se venho agora a ocupar o tempo e a paciência dos leitores é que acredito já estar definida a eleição, com inevitável vitória de Confúcio Moura. Isso pode ser facilmente presumido se considerado que 47 dos 54 prefeitos rondonienses declararam apoio ao governador pela aprovação de seu trabalho junto aos municípios. É um número muito robusto, considerando que é no município que a população vive. Se o prefeito, que acompanha de perto o cotidiano, expectativas e ansiedades da população, decide se incorporar à campanha pela reeleição, acaba restando pouco espaço para os adversários.
Até em Porto Velho, município tradicionalmente contra o governo, qualquer que seja ele, Confúcio leva grande vantagem, mesmo que o prefeito não esteja lá com essa moral toda junto à população. Porto Velho é fortemente influenciada pelos servidores públicos. Com a reaproximação entre Expedito e Ivo Cassol ampliou-se o abismo que já existia entre o peessedebista e a categoria.
Aí o leitor pode observar que não é isso que apontam os institutos de pesquisa. Eu explico: os institutos estão escaldados com as falhas cometidas no primeiro turno e preferem optar por uma confortável acomodação bem no topo do muro. Empate técnico é igual virose, uma explicação que se presta a qualquer situação. Se na última pesquisa um candidato dispara na frente e puder ser apontado com segurança como eventual vencedor, então, tudo bem, divulgue-se os números reais. Mas se ainda houver algum risco, o melhor é insistir no empate técnico e tentar explicar depois com uma virada de última hora.
A mesma coisa pode ser dita em relação à disputa presidencial. Aécio Neves está muito na frente nos estados de maior densidade eleitoral. Em Minas Gerais, onde perdeu no primeiro turno, ele está 12 pontos percentuais à frente. Aécio também perdeu no Rio, onde está empatando, e no Rio Grande do Sul, onde ganha de lavada. Os resultados divulgados pelo Ibope, que coloca Dilma quatro pontos à frente de Aécio, mas preserva o cauteloso empate técnico não resiste a uma avaliação minimamente racional.
Não é isso também que sinaliza o destempero típico dos desesperados dos discursos de Lula em Rio Branco e Belo Horizonte. Se a coisa não estivesse muito feia ele com certeza não haveria de usar um palavreado tão rasteiro contra o adversário de uma forma que compromete não apenas sua credibilidade, mas a própria sanidade mental. Até acusou o candidato de faltar ao respeito com Dilma por ela ser mulher (mulher????), esquecendo-se do diabo que fizeram com Marina Silva. “É muito grave, porque as pessoas se acham no direito de desrespeitar os outros com muita facilidade e depois ir para a imprensa se passar de vítima. Não é possível” – disse ele, na maior cara-de-pau e, como sempre, sem qualquer compromisso com a coerência e com a sobriedade.
Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)