A rejeição da PEC 37 pela Câmara dos deputados mostrou que pelo menos por lá a voz rouca das ruas foi ouvida, ao contrário do que faz dona Dilma. Inspirada talvez pelos dribles de Neymar a presidenta, que insiste em manter a rima (e as atitudes) com anta, fica nessa de “finge-que-vai-mas-não-vai-e-acaba-fondo” – frase que virou bordão no futebol. Ela ora ameaça recuar do plebiscito, ora mantém a ideia. A verdade é que Dilma está sendo pressionada por Lula e PT para aproveitar a oportunidade das manifestações e fazer a reforma política nos moldes que sonham para se perpetuar no poder. Mas a presidenta, com o esfíncter em contração máxima, tem medo de que a coisa desande, como acontece com insistente frequência com as ideias mirabolantes de seus “consultores”.
Artigo de Augusto Nunes, que teima em matar de inveja este blogueiro com seu brilhantismo, diz que Gilberto Carvalho anda amuado por não ser ouvido pela presidente Dilma Rousseff. Essa é a notícia boa: pouco importa o que tem a dizer quem só diz besteira. A notícia ruim é que, segundo o ex-seminarista que virou porteiro de bordel (além de secretário-geral da Presidência), a chefe agora ouve apenas ─ além das ordens de Lula ─ a trinca formada por Aloizio Mercadante, Fernando Pimentel e João Santana.
Conta outra dona Dilma
Se estivesse disposta a combater a corrupção, Dilma já teria remetido Pimentel para a delegacia mais próxima. Se quisesse mesmo reduzir a gastança federal, já teria mandado para casa Mercadante e João Santana. Caso desejasse fazer as duas coisas com um único despejo, Gilberto Carvalho estaria procurando trabalho há muito tempo. A demissão do secretário-geral reduziria a taxa de mediocridade do Planalto e talvez impedisse o engavetamento das investigações sobre o escândalo protagonizado pela segunda-dama Rosemary Noronha.
Dilma não vai fazer nada disso, claro. Vai continuar ouvindo o coro dos áulicos, contando mentiras, desfiando promessas grisalhas e irritando milhões de brasileiros fartos de tapeação. Até que as multidões percam a paciência de vez e acordem a presidente surda à mensagem das ruas com uma passeata bem debaixo da cama.
Investigação criminal
Na verdade, a PEC 37 pretendia tirar no MP o poder de investigação criminal, sitiando-o exclusivamente na esfera policial. Duvido que os manifestantes ou qualquer pessoa comum soubesse disso. Pior: a PEC pretendia inserir na Constituição a proibição de algo que ela não permite, pelo menos claramente. O inciso “I” do artigo 129 diz que compete ao “promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei”. E o inciso VIII estabelece que o MP deve “requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais”. O texto remete, assim, as investigações à Polícia, segundo juristas ouvidos pelo blogueiro.
O articulista Reinaldo Azevedo diz não achar “que o Ministério Público tenha de ser fragilizado. Ao contrário: tem de ser fortalecido. Mas é chegada a hora de institucionalizar práticas e procedimentos. Não dá só para sair gritando por aí e promovendo tuitaço, como se o MP fosse um celeiro de vestais, imune a qualquer questionamento. Não me parece certo criar uma casca de intocabilidade, que o imunize contra os próprios exageros e desvios de conduta. Na República, nenhum Poder é soberano. E o MP, não custa lembrar, não é um Poder.
Não é, mas prefere acreditar que sim. Pelo menos aqui em Rondônia. Um exemplo: o presidente da Assembleia, Hermínio Coelho apresentou e aprovou uma emenda à constituição estadual em flagrante confronto com o que estabelece a constituição federal. Ela retira do governador o poder de indicar o Procurador Geral de Justiça a partir de uma lista tríplice apresentada pela instituição. Se o MP agisse realmente como tutor das leis teria imediatamente se insurgido contra essa emenda claramente inconstitucional. Não deu um pio. Consta que até Confúcio Moura foi pressionado a “quedar-se silente”, como diria o quase deputado Amir Lando.
Igreja Mundial vende seguro e auxílio funeral "100% Jesus”
Não há limite para as sacanagens que esse povo imagina para arrancar dinheiro dos fiéis. Está sendo anunciado agora um seguro e auxílio funeral 100% Jesus, “O seguro que protege até o seu sono", segundo o “apóstolo” Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus.
Cabaré processa Igreja Universal
Em Aquiraz, no Ceará, dona Tarcília Bezerra construiu uma expansão de seu cabaré, cujas atividades estavam em constante crescimento após a criação de seguro desemprego para pescadores e vários outros tipos de bolsas.
Em resposta, a Igreja Universal local iniciou uma forte campanha para bloquear a expansão, com sessões de oração em sua igreja, de manhã, à tarde e à noite.
O trabalho de ampliação e reforma progredia célere até uma semana antes da reinauguração, quando um raio atingiu o cabaré queimando as instalações elétricas e provocando um incêndio que destruiu o telhado e grande parte da construção.
Após a destruição do cabaré, o pastor e os crentes da igreja passaram a se gabar "do grande poder da oração" Então, Tarcília processou a igreja, o pastor e toda a congregação, com o fundamento de que eles "foram os responsáveis pelo fim de seu prédio e de seu negócio" utilizando-se da intervenção divina, direta ou indireta e das ações ou meios.”
Na sua defesa, a igreja negou veementemente toda e qualquer responsabilidade ou ligação com o fim do edifício. O juiz a quem o processo foi submetido leu a reclamação da autora e a resposta dos réus e, na audiência de abertura, comentou: "- Eu não sei como vou decidir neste caso, mas uma coisa está patente nos autos: temos aqui uma proprietária de um cabaré que firmemente acredita no poder das orações e uma igreja inteira declarando que as orações não valem nada!”
Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)