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Carlos Henrique

ALE nega salários extras: diz que só paga 'ajuda de custo'


A PUBLICAÇÃO da “esclarecedora” nota do jornalista Paulo Ayres, diretor de Comunicação Social da Assembleia Legislativa de Rondônia, aponta o erro deste blogueiro (e do jornal Correio Brasiliense): a Assembleia não paga 14º, 15º, 16º e 17º salários aos deputados. Da mesma forma não existe por aqui o tal do “auxílio paletó”, prática condenável adotada por outras casas legislativas “inclusive a própria Câmara Federal”, segundo o diretor, que ainda condenou os jornalistas, afirmando que “faltou neste caso a prática do bom jornalismo, que é de se ouvir as duas partes ou as duas versões”. Deu um banho.

 
A NOTA prossegue afirmando que “na verdade, de acordo com o diretor de Comunicação Social da ALE, Paulo Ayres, especificamente na atual mesa diretora, sob a presidência do deputado Hermínio Coelho (PSD), a Assembleia Legislativa de Rondônia paga somente uma Ajuda de Custo Anual, e ainda assim, paga em duas parcelas, sempre antecedendo a primeira sessão plenária e a outra ao término das atividades de plenário, tendo por base o subsídio parlamentar”.
 
 
TUDO BEM. Não são salários adicionais. Apenas ajuda de custo, paga parceladamente no início e no fim do ano. E não passa de coincidência o fato de cada metade dessa singela “ajuda” corresponder ao dobro daquilo que cada deputado recebe mensalmente de salários, adicionais não tributáveis, complementos, vantagens, gratificações diversas e outros penduricalhos. Menos, conforme deixou claro a nota de Paulo Ayres, o “auxílio paletó”, pois que a nossa deve ser uma das raras assembleias estaduais em que se pratica a moralidade no trato com o dinheiro público.
 
 
ENTÃO, fica a errata: aonde se lê 14º e 15º salários, leia-se metade da ajuda de custo anual, paga ao fim do período legislativo. E onde se lê 16º e 17º salários, leia-se segunda metade da ajuda de custo, paga no início do período legislativo, que é para compensar as despesas com as festas de fim de ano e férias dos ilustres parlamentares, não incluídas as despesas das viagens de férias do senhor presidente, família, seguranças, motoristas, garçom e babá, que são pagos diretamente pelo erário, conforme publicação no diário oficial.
 
 
PAULO AYRES não acrescentou, na defesa que fez da moralidade praticada pelo presidente que o colocou no ambicionado cargo de diretor de comunicação, a cópia de pelo menos um contracheque com a tal “ajuda de custo”. Mas deve ter sido apenas esquecimento, que, esperamos, será oportunamente corrigido. Até para que sua nota não seja apenas mais uma entre as tantas idiotices que sua assessoria produz. Cabe aí, só para melhorar o astral do texto, a máxima de Voltaire: “Se não tem o que dizer, abstenha-se de demonstrá-lo com palavras”.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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