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Carlos Henrique

Ana da 8 acredita que não vai sair da ALE


Ana da 8 acredita que não vai sair da ALE - Gente de Opinião
Eu também. Ou será que alguém pode imaginar a cassação de Valter Araújo se ele não tivesse fugido e continuasse deputado e presidente da Assembleia, mesmo na cadeia? Meu amigo Carlão Sperança diz que “as Comissões Processantes da Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores de Porto Velho começaram a trabalhar visando um julgamento justo para os pilantras envolvidos na Operação Apocalipse. Como o MP estadual ‘inocentou’ quase todos no Poder Legislativo estadual, só restou à deputada Ana da Oito para pagar o pato. Ela própria acredita que escapa, porque senão ”vou abrir o bico”. Arre!”
Pois é. Nossa triste realidade aponta para absoluta inutilidade da tal Comissão. Ninguém será cassado. Como os nobres parlamentares ainda guardam certo receio em relação à resposta do eleitor nas urnas, o cenário certamente será mantido e os deputados envolvidos com a Operação Apocalipse vão ser ouvidos “atentamente” e severamente punidos, talvez com afastamento de 30 dias e severa repreensão aos demais, à exceção de HC, que merecerá até mesmo um voto de louvor por ter “provado sua inocência”. Ana da Oito está certa ao assegurar que nem mesmo será processada. A Assembleia vai novamente impedir. A menos que ela seja impedida de “contar tudo”.
Certo está o governador Confúcio Moura em se manter distante de toda esta palhaçada. Ele não está nem aí para as ameaças que começaram a surgir a partir da prisão absolutamente suspeita de Valter Araújo. Se for acusado, que provem ou parem de encher o seu excelentíssimo saco. Se alguém de seu governo for envolvido, que responda na exata medida de suas responsabilidades. Enquanto isso o governador ocupa seu tempo com a entrega de obras e benefícios por todo o estado. E se credencia cada vez mais à reeleição, apesar daqueles que o atacam no Facebook em busca de notoriedade.
Um exemplo: o secretário Lúcio Mosquini postou algumas fotos no Facebook sobre o andamento das obras da Rua da Beira. Foi acusado então até mesmo de ter recebido o dinheiro dos viadutos e nada ter feito para concluir a obra. E ainda que o dinheiro terá que ser devolvido por culpa do governo. Tentei explicar que todo o mundo vai a BSB em busca de verba. Confúcio foi várias vezes, mas nenhuma para os viadutos. Não podia. O dinheiro já tinha sido destinado por convênio à Prefeitura. Não adiantou. A decepção generalizada que historicamente se instalou no país em relação aos governantes lança todos na vala comum. O descrédito é uma herança com a qual Confúcio será obrigado a conviver. Mesmo quando estiver inaugurando a obra, alguém poderá dizer: “dessa vez acertou, mas quero só ver o resto” – fazer o quê?

 
Ana da 8 acredita que não vai sair da ALE - Gente de OpiniãoTodo cuidado é pouco

Merece atenção a advertência do secretário Marcelo Bessa sobre o que pode estar embutido na apresentação de Valter Araújo à Justiça, depois de dois anos como fugitivo. Alguma garantia ele recebeu. E do governo certamente não partiu a proposta. Vale lembrar que ele foi mantido durante todo esse tempo com dinheiro público, já que – calma lá - a generosidade dos velhos companheiros também não é assim tão imensa a ponto de atingir o próprio bolso. Se o TCE realizar uma tomada de contas especial no Legislativo com certeza irá encontrar um caminhão de notas frias, algumas delas destinadas a garantir as meritórias doações. Vale conferir.

 
Leitura obrigatória
No momento em que Dona Dilmaleva o Brasil a ocupar mais uma vez, com a galhardia somente permitida aos mais profundamente ignorantes, lugar de destaque no anedotário e no descrédito internacional - pela arrogância de brandir ameaças contra o governo dos Estados Unidos com objetivos meramente eleitoreiros - um episódio lembrado por Laurentino Gomes em 1889, cuja leitura considero obrigatória, ajuda a recuperar nossa já indigente autoestima.
O autor da série absolutamente imperdível lembra o episódio ocorrido na visita de outro governante brasileiro àquele país. Foi na inauguração da Feira Internacional de Arte, parte das comemorações do centenário da independência, em 1976, quando Dom Pedro II, foi recebido como celebridade altamente festejada, permanentemente acompanhado por uma multidão de jornalistas, retirou do absoluto anonimato um americano que tentava sem sucesso exibir sua invenção para os juízes. O imperador, que já o conhecia, em função de seu grande interesse pela ciência, resolveu experimentar. E graças a ele o mundo conheceu ali o telefone e seu inventor, o jovem Alexander Grahan Bell. Pois é. O Brasil já fez bonito no passado. Pena que o futuro não seja assim tão promissor.

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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