Domingo, 21 de outubro de 2007 - 07h14
Jerônimo
Tenho recebido, com regularidade, correspondência do ex-governador Jerônimo Santana. Ele, apesar do AVC que o deixou seriamente prejudicado, mantém a indignação em alta e a capacidade mordaz de apontar erros e desvios de nossos governantes e da classe política de uma forma geral. Jerônimo mantém um considerável catálogo de endereços e a cada um deles envia há décadas cópias de artigos de jornal e de comentários de sua própria lavra, com seleção criteriosa, anotações e destaques. Engana-se quem imagina que o imenso volume de informações disponibilizado a todo momento pela internet dispensa esse tipo de atividade. É prazerosa e ilustrativa a leitura do material enviado pelo ex-governador, especialmente para os chamados jurássicos do PMDB que não escondem sua admiração por ele nos mais distantes pontos do estado.
A propósito
Conheço pelo menos um (existem vários) paciente vitimado pelo AVC que conseguiu recuperação surpreendente graças ao trabalho desenvolvido por meu amigo Miguel, ex-funcionário da gráfica que mantínhamos na Campos Sales, na qual editávamos eu, Teobaldo Viana e Lílian Orfanó aquele jornal fedorento que esculhambava Piana et caterva a cada edição. Mas outra hora falo disso. O assunto é o trabalho de Miguel, que atende na igreja católica do bairro 4 de Janeiro duas vezes por semana com a bioenergética. O paciente que conheci estava com os movimentos totalmente comprometidos em função do tal derrame. Morador do bairro Marcos Freire, rosto completamente deformado, ele não conseguia andar, precisando de ajuda para alimentação, higiene e necessidades. Em pouco mais de um mês de tratamento ele deixou a cadeira de rodas e voltou a trabalhar, caminhando sozinho, com o apoio de uma bengala, até o ponto de ônibus. Acho difícil, mas ele disse que até o bilau voltou a funcionar. E desafiou: "Quer ver?". Preferi, educadamente, não conferir e mudar de assunto.
Náufrago
A imagem me veio à mente quando um amigo me confessou toda a sua amargura e o verdadeiro drama que passou a viver depois que descobriu que a filha, de 18 anos, usa drogas, especialmente cocaína, e se recusa a nem mesmo discutir a possibilidade de ser internada em uma clínica de recuperação.
Eu disse que ele deveria insistir e até forçar um pouco a barra, buscando ajuda de um psicólogo ou coisa parecida, já que para um viciado que deseja se recuperar a coisa é muito difícil, mas para o que não quer é impossível.
Em minha opinião o drogado é um náufrago à deriva, no meio do oceano, em um barco com toda a sua família, parentes, amigos e conhecidos. O barco começa a afundar e, para tentar mantê-lo flutuando, o viciado joga no mar primeiramente as coisas que lhe parecem insuportavelmente pesadas, como dignidade, amor próprio, respeito, vergonha, honestidade e todos os demais valores. Mas o barco continua a afundar e ele joga fora a família, passando aos parentes, amigos e conhecidos. Para só depois descobrir que o afogamento é inevitável. Por isso é importante que a família dê início ao tratamento por si mesma, buscando ajuda para enfrentar o problema, sob pena de todos, invariavelmente, irem para o fundo com o viciado.
Relíquia
E-mail enviado pelo amigo Léo Ladeia com esta belezura merece maior divulgação, pelo que peço desculpas ao amigo e mando bala:
CARTA ENVIADA À SHELL NOS ANOS 80.
Este fato é verdadeiro. A Shell tem a carta arquivada.
A empresa Shell abriu seus arquivos e deu a conhecer o conteúdo de uma carta enviada por um consumidor, nos anos 80, ao seu Serviço de Atendimento ao Consumidor. Ela está transcrita na sua forma original, inclusive com os erros gramaticais. Conheça a carta:
'Olá!
Tenho um Corcel II 1986 a álcoo e sou cliente dos posto Shell. Não abasteço em nenhum otro posto há mais de 5 ano. Tô escrevendo porque tô com uma dúvida na qual acho que vocês são os mais indicado a me ajuda. A questã é que tô progamando uma viage para domingo dia 27/10. Nesse dia será realizado o 2º turno das eleição e mais uma vez vai tê a proibição de venda de álco da meia noite de sábado até a meia noite de domingo. A chamada lei seca.
Mas o trajeto que pretendo percorre no domingo é muito maior do que cabe de alco no tanque do meu carro, logo, já que não vai tê venda de álcoo, vô te que carrega em alguma vasilha o resto que segundo meus cálculo, é um tanque e meio, quase 100 litro. Gostaria de sabe qual a vasilha mais segura pra transporta o alco ou se tem alguma outra solução pro meu pobrema. Pensei em talvez abastece com gasolina, já que a proibição de venda é só de álco, pelo que eu vi.
Caso a solução seja mesmo a de transporta o combustíve a
sê usado, gostaria de sabe se algum posto de vocês na região da Grande ABC poderia fazê um desconto, já que eu estaria comprando mais de 150 litro de álco no sábado. Conto com a ajuda de vocês'.
Assinado: Luis Inacio da Silva - Torneiro Mecânico- São Bernardo do Campo/SP'
Resposta da SHELL:
Prezado Sr. Luis Inácio da Silva. Em retorno à sua carta, gostaríamos de esclarecer que a lei a que o senhor se refere, proíbe apenas a venda de bebidas alcoólicas nos dias de eleições e não a de combustíveis automotores.
Shell Brasil S.A.- Petróleo
C.H.Angelo
changelo@uol.com.br
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