O presidente da Assembleia, Hermínio Coelho não antecipou a tradicional mentira de primeiro de abril aso declarar que o Legislativo decidiu “cortar na própria carne” para atender ao que estabelece a Lei de Responsabilidade Fiscal. Claro que a carne em questão é alheia, pois nem por sonho ele vai bulir nos ganhos dos deputados. Nem no salário, nem do 14º, 15º, 16º ou 17º, que ele apelidou de “ajuda de custo”.
A mentira que marca a passagem do dia primeiro de abril, no entanto, não foi esquecida. Ela será aplicada sobre o plano de cargos e salários dos servidores estatutários, que estão sendo enrolados com a devida sinceridade pelo ilustre parlamentar há um ano. Não dá nem para resistir ao trocadilho: Hermínio é mesmo para lamentar. Ele não mentiu aos servidores em dezembro, quando disse que sua palavra é uma só e que o plano seria votado em março. A mentira somente será comprovada em primeiro de abril quando, todos sabem, são brincadeiras aceitáveis e não condenam ninguém.
E MAIS:
1 - Mudança – Empossado na direção geral do DNIT em substituição a Luiz Antônio Pagot, no auge da crise que devastou o Ministério dos Transportes e levou consigo quem estava por perto, o general Jorge Fraxe notabilizou-se pela pregação contra os políticos. Chegou a proibir o acesso de políticos e empreiteiros à sede da autarquia. Foi de sua lavra a decisão de colocar apenas técnicos do órgão no comando das Superintendências, tão festejada por aqui, pois resultou na indicação do engenheiro André Reitz do Vale, para o comando regional.
2 - Dissimulado – Técnico extremamente capacitado, amigo, generoso, leal, íntegro, enfim dotado de todos os qualificativos que o tornam a pessoa ímpar que é, André Reitz não conseguiu, contudo, transitar com desenvoltura por aquela verdadeira Caixa de Pandora que é o DNIT Brasília. Dissimulado, o próprio general se encarregava de desqualificar o superintendente para interlocutores diversos. Foi dele a notícia veiculada por este blog dando conta que André Reitz havia entregado o cargo e somente teria sido demovido da intenção pelo próprio e “generoso” Fraxe.
3 - Fraxe “alivia” – Pois é. Não sei se foi por interferência de uma presidente em clara campanha pela reeleição ou pela perspectiva de perder a boca por conta da devolução do Ministério dos Transportes ao PR, com “porteira fechada”. O certo é que Fraxe abandonou a cara amarrada de general americano dos velhos filmes sobre a segunda guerra e foi todo manso e vaselina ao Senado, distribuindo carinhos aos magotes, além de elogios mil a cada uma de suas excelências.
4 – Um amor – Pior é que os senadores embarcaram na lorota, quando ele disse descaradamente que passou a respeitar cada um deles durante o período à frente do DNIT. Disse reconhecer agora que cada um trabalha sincera, séria e honestamente em defesa de seus estados. Disse que seu gabinete estará aberto às reivindicações de cada um e vai atender imediatamente a rigorosamente todas. Não é um amor de pessoa?
5 - Não vai colar – De nada vai adiantar porém a pantomima do general no Senado. Qualquer que seja o escolhido da lista tríplice enviada pelo PR a Dilma Roussef, ela está fora. Nem mesmo a inclusão do nome do ex-governador baiano Cesar Borges por recomendação do Planalto poderá salvá-lo de seu inexorável destino: o pijama.
6 - Bateu, levou - A coisa pegou para o PT na Câmara Federal, onde deputados do partido queriam a saída do pastor Marco Feliciano da Presidência da Comissão de Direitos Humanos. O líder do PCS disse que o PT não tem moral para cobrar coisa alguma, já que indicou dois mensaleiros condenados – João Paulo Cunha e José Genoíno - para a Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Casa.
Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)