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Gente de Opinião

Carlos Henrique

Confúcio Candidato


 

Apesar de já ter declarado reiteradas vezes que somente no momento adequado irá dizer se é ou não candidato à reeleição, que a opção pela disputa irá depender daquilo que apontarem os números das pesquisas no momento certo (entre março e abril do próximo ano) e que agora o momento é de trabalhar, o governador Confúcio Moura é, sim, o candidato do PMDB a um novo mandato. Está correto o meu amigo Carlão Sperança ao dizer que apenas os indicativos dessa disposição do governador já afastaram três eventuais concorrentes. Estão certos igualmente os desistentes, posto que se há boas perspectivas de sucesso eleitoral em outros cargos, melhor prevenir, já que, como dizia Tancredo, em eleição a única coisa que não se pode fazer é perder.
 
Insisto na tese de que, mesmo conhecendo desde já os números positivos registrados por sua administração, Confúcio não irá admitir agora a candidatura Para quê? Para ampliar o período de exposição ao fogo dos adversários? Para submeter-se às aspirações e anseios dos amigos, muitos dos quais oferecem o que não têm para exigir o que o governo não pode dar? E complicado. Melhor administrar e conviver com o chamado fogo amigo de eventuais candidatos que apesar de suas reduzidas potencialidades eleitorais se imaginam capazes de indicar o caminho para a reeleição. Confúcio tem, no entanto, um compromisso com aqueles eu o elegeram. Um contrato claramente estabelecido pela legislação eleitoral: ele foi eleito foi eleito para um mandato de quatro anos prorrogáveis por outros quatro. E somente que o elegeu poderá liberá-lo desse compromisso. Nas urnas.
 
Se decidir não disputar, o governador estará traindo o compromisso assumido com a população rondoniense. E por aqui todos estão carecas como ele de saber que Confúcio é um político que cumpre a palavra empenhada. Tem mais: se de seu lado basta cumprir rigorosamente o que está escrito na lei, Confúcio Moura vem sendo sobejamente auxiliado pela própria legislação, que colocou fora do páreo seus dois principais oponentes. Expedito Júnior não poderá concorrer, já que a sentença que o deixou com a ficha suja expira em 02 de outubro, findo o prazo para registro de candidaturas, E Ivo Cassol, que mesmo condenado pelo STF e com grandes chances de ocupar uma vaga na Papuda junto com os mensaleiros, sonha em governar Rondônia por intermédio da esposa, que até cursinho vem fazendo para concorrer.
 
“A moral é a forma mais maligna da vontade de mentir. É a verdadeira Circe da humanidade: é o que verdadeiramente a tem corrompido”. Nietzche disse isso ao comentar o instinto da negação. Definido por Freud como o primeiro psicanalista, Niestzche explicou que o ser humano recorre com não rara frequência a tal instinto para transformar o impossível em apenas impensável aos olhos das moral. Um mecanismo primitivo de autodefesa que nega qualquer realidade extressante demais para o cérebro.
 
Qual a razão de toda essa invasão do terreno exclusivo de psicólogos? Para explicar porque Expedito Júnior fala como candidato mesmo sabendo que não poderá ser. O instinto da negação o leva a acreditar na possibilidade de lhe ser facultado um desconto na prazo de cassação dos direitos políticos de forma a possibilitar o registro de candidatura com uma liminar. Não acredito. Os advogados vão tirar dele uma fortuna para comprovar que não dá. Cassol também se escuda no mesmo princípio para acreditar que vai escapar da cadeia, que não vai perder o mandato de senador e que vai eleger a mulher para o governo. O tal do instinto da negação é bem parecido com a loucura.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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