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Gente de Opinião

Carlos Henrique

Data Venia, procurador


Em respeito aos meus poucos leitores, sinto-me no dever de me aventurar pelo terreno pantanoso das natureza humanas cujo desígnios – já disse alguém mais inteligente – são absolutamente insondáveis. Mas não posso deixar de comentar a manifestação do procurador federal Reginaldo Trindade no artigo publicado hoje no Diário da Amazônia. Respeito e admiro o procurador, mas a condenação generalizada de toda a família pelos crimes cometidos por alguns de seus integrantes nos remete aos tempos nos quais uma condenação era estendida a todos os familiares e gerações futuras.

 
A generalização exposta no artigo do eminente procurador expõe um radicalismo reprovável, incompatível com suas importantes atribuições no Judiciário, porque, acredito eu, compromete a impessoalidade que se espera de a um julgamento isento. A própria utilização de clã inserida no texto exprime um tom depreciativo e acusador. Não se pode esquecer que Marcos e Natan Donadon, criminosos condenados, foram várias vezes legalmente eleitos pelo voto popular. A condenação das famílias de políticos formadas dentro do ambiente democrático pode ser interpretada como um condenável ativismo judicial que contesta a própria democracia.
 
Respeito a manifestação do procurador, mas, data vênia, foi infeliz e preconceituosa. Cumpre esclarecer que não sou advogado, mas a realidade ensina que a condenação antecipada de um grupo presta-se mais aos interesses de um grupo adversário do que à moralização da política ou combate à corrupção. Corrijam-me, por favor, os leitores, se eu estiver errado.

 
E mais:
 
Enquanto convoca governadores, prefeitos e as bancadas do Congresso para coonestar com apoio presencial  sua estratégia de desviar a atenção dos manifestantes e impor anseios próprios, dona Dilma manda emprestar um bilhão e tarará do BNDES ao Sudão para financiar a construção de uma ferrovia que interessa exclusivamente às empreiteiras que vão financiar sua campanha e a seu principal lobista, o ex-operário e atual milionário Lula. Que, aliás, está escondido sob a mesa, esperando que o povo se acalme e saia das ruas. Enquanto isso, nossa ferrovia, babau. A ponte de Abunã, idem.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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