Virou moda esculhambar os ilustres integrantes da classe política. É claro que suas excelências fazem por onde. Abundam razões para tal ressentimento do público, especialmente pela desfaçatez de alguns mais notórios. Pior é que, nas eleições, todo o mundo vota neles de novo. Deve ser para poder continuar falando mal. Rondônia, como sempre, contribui fortemente para a elevação dos índices negativos da categoria, com três deputados em cana e um senador a caminho de comprovar a quadratura do disco solar. Mas condenar por isso toda a representação política rondoniense me parece injusto.
Rondônia se destaca no cenário político nacional por nomes como Valdir Raupp, presidente do maior partido do país, que preside as duas casas do Congresso e tem um de seus integrantes no cargo de vice-presidente da República. Vale citar a deputada Marinha Raupp, não por acaso campeã de votos no estado, cuja atuação em Brasília merece aplauso e reconhecimento de quase todos os prefeitos rondonienses por ela recebidos em Brasília e acompanhados aos Ministérios, não importa de qual partido. A representação rondoniense conta ainda com Acir Gurgacz, respeitado no Senado e um dos destaques do PDT, com Moreira Mendes, recentemente eleito líder da forte bancada do PDS e Amir Lando, ex-ministro da saúde.
Esgotada a seda que eu tinha para rasgar, vamos ao que interessa. A perspectiva de início da campanha eleitoral abre boa oportunidade para cobranças. A par do esforço, quase obrigatório, de buscar recursos para as muitas carências do estado é preciso saber o que os candidatos pensam fazer em relação a outras demandas tão ou mais importantes. São problemas que afetam a vida de cada eleitor. Enumero algumas e gostaria de saber, para informar, o que pensam a respeito os nossos eventuais candidatos.
1 – No quesito segurança pública, todos os candidatos prometem trabalhar para melhorar a situação, mas invariavelmente acreditam que bastam mais recursos para o setor que tudo se resolve. O que de fato se pode fazer, considerando que dinheiro não é exatamente o que sobra no país? Quando o sistema prisional conseguirá efetivamente separar os criminosos de maior periculosidade dos ladrões de bicicletas?
2 – Quando serão combatidos com seriedade os baderneiros das manifestações públicas? Não seria o caso e aplicar aí o eu se faz com os arruaceiros das torcidas organizadas que são proibidos de frequentar os estádios de futebol? Que ninguém me venha com essa que a manifestação é livre e democrática. A baderna não tem nada disso. Assim como nos estádios, xingar o juiz vale; apedrejá-lo não pode.
3 – O que fazer para corrigir esta que está virando mania nacional de proteger o bandido e condenar a vítima? Como combater a impunidade? Como enfrentar com efetividade a questão da criminalidade do menor?
4 – Na saúde pública, como fazer com que as Prefeituras dos municípios menores cumpram sua parte na distribuição de tarefas e entre os diferentes níveis de governo e deixem de transformar a BR-364 em corredor de ambulâncias? Como fazer para implantar o sistema de consórcios de saúde pública entre as prefeituras das microrregiões, que nunca saíram do papel?
5 – Como proteger os produtores rurais das invasões de terras pelos bandidos travestidos de trabalhadores sem terras e dos índios estimulados pela Funai, pelo PT, pelas ONGs internacionais e pelos esquerdistas guarani-kaiowá do Facebook e dos bares da moda?
6 - Como proteger os professores e demais servidores públicos competentes, educados e atenciosos, dos vagabundos que não querem trabalhar e ainda condenam os primeiros por sua atitude?
Estas e outras questões que, espero, serão levantadas pelo leitor mais atento, deveriam integrar a plataforma de nossos candidatos O momento não poderia ser mais adequado.
Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)