ELEIÇÃO NA FIERO PODE
PERPETUAR BANDALHEIRA
A ADVERTÊNCIA integra o texto da carta aberta distribuída ontem por empresários da indústria, ligados aos sindicatos representados na FIERO, que se preparam para eleger novo comando para a instituição em substituição a Denis Baú, cuja reeleição foi cancelada pelo Conselho Deliberativo e confirmada pela Justiça.
SEM COMANDO - A entidade está literalmente com problema de acefalia. Sem comando. O mandato de Baú expirou ontem, mas a junta governativa que seria indicada para substituí-lo não pode ser formada, já que a Assembleia convocada com esta finalidade foi suspensa por uma liminar concedida pelo juiz da 8ª Vara da Justiça do Trabalho. Embolou tudo. Enquanto a 5ª Vara autoriza, a 8ª Vara proíbe. Não dá para entender, mas parece uma literal “varada”.
Tal problema, contudo, deverá ser rapidamente corrigido. Talvez ainda hoje - acreditam os empresários. Mas o que efetivamente preocupa é a formação de grupos políticos interessados em assumir o controle da FIERO, menos para investigar eventuais desvios de conduta da diretoria que sai e “mais para tumultuar o processo”.
E acrescenta: “Em meio a balburdia na qual se preza mais o discurso político do que a verdade dos fatos, muitos ‘Industriais de Pastinha’, que sequer possuem uma mísera unidade industrial, que sequer dão um só emprego ao povo rondoniense, se arvoram em defensores da ética e da transparência”, mas que na verdade querem manter a FIERO como um cabide de empregos.
EIS A ÍNTEGRA DA CARTA:
Nos últimos meses muito tem se falado sobre as eleições na FIERO – Federação das Indústrias do Estado de Rondônia. Ao cidadão, que é empresário, industrial, que paga seus impostos direta e indiretamente talvez pareça ser um assunto de completo desinteresse, pois não lhe afeta. Grande engano.
A FIERO, como organização legitimada a representar as indústrias do Estado de Rondônia, tem imensa importância na vida de todos os cidadãos rondonienses. Seja pelos serviços que congrega através dos SESI’s e SENAC’s e IEL’s para qualificação profissional ou pelos projetos e campanhas sociais, seja por sua efetiva participação em conselhos de Governo, onde tem voto e voz, ou ainda, pela representação da força trabalhadora e geradora de riquezas do Estado junto ao CNI – Confederação Nacional das Indústrias, com sede em Brasília/DF que de forma direta influi em políticas do Governo Federal, que afetam a vida de todos os cidadãos.
Veja-se o exemplo recente da Campanha Institucional comandada pela FIESP – Poderosa Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, para aprovação na íntegra da Medida Provisória n.º 579, que entra outros aspectos visava à redução da Tarifa de Energia Elétrica, recentemente transformada na Lei Federal n.º 12.783/2013.
TAL CAMPANHA, legitimada pela justa proposta de seus afiliados (Sindicatos dos mais diversos segmentos das Indústrias Paulista), que pretendiam a redução dos custos de produção com economia nos gastos com energia elétrica, responsável por grande parte dos custos operacionais, teve imenso peso junto ao Congresso Nacional. A campanha encabeçada pela Federação Paulista, a nível nacional, mostrou a força e a coragem e determinação daquela federação, obtendo pelo êxito em seus propósitos
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A partir deste mês será possível uma redução de quase 30% (trinta por cento) nos custos de energia, que tornarão a indústria nacional mais competitiva, evitando demissões e redução da renda do brasileiro. Neste exemplo recente, mostra-se a força da agregação, da associação por um fim comum. Assim é o sistema sindical do Brasil, seja de empregados, seja de empregadores. Assim, observa-se a importância da valorização dos sindicatos e da Federação, através de seus representantes, para bem administrar os anseios das categorias representadas, com benefícios para toda a sociedade.
NÃO É O QUE se vislumbra em nosso Estado. Se efetivamente existiram irregularidades, através dos meios legalmente previstos, seja no estatuto da Federação ou através das leis que regulamentam toda a atividade sindical, as mesmas devem ser apuradas e os responsáveis punidos. Assim funciona uma democracia. Havendo impossibilidade de permanência no cargo dos eleitos, conforme previsão legal, novas eleições devem ocorrer, cumprindo toda a liturgia para sua realização
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Porém em meio a balburdia onde se preza mais o discurso político do que a verdade dos fatos, muitos “Industriais de Pastinha”, que sequer possuem uma mísera unidade industrial, que sequer dão um só emprego ao povo rondoniense, se arvoram em defensores da ética e da transparência.
Não se acaba com o mal com um mal maior.
SE HOJE a Federação pela a sua atual administração eleita não cumpre o nobre encargo de bem representar o setor industrial do Estado de Rondônia, como se alardeia, muito cuidado com os delatores. Muitas vezes se fala da comida para sobrar mais! Queremos o bem do Estado de Rondônia, queremos que seus representantes sejam legítimos e não envergonhem nosso povo. Se na Federação precisa-se de mudanças, que aconteçam, de forma legítima, legal e democrática.
Se houverem mudanças, que os representantes sejam industriais, que tenham orgulho de sua atividade produtiva, pois só assim terão orgulho em representar todos àqueles que através do suor, geram riquezas e trazem desenvolvimento para o Estado. Já é lamentável este conflito dentro da FIERO, pior será saber que o mesmo foi articulado com fins meramente políticos e pessoais, daqueles que fazem da atividade sindical não uma contribuição à sua classe, mas um cabide de empregos para amigos e parentes e até para o seu próprio sustento.