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Carlos Henrique

Ficha limpa: TRE APERTA O CERCO


 
Tudo parece indicar que a mensagem premonitória enviada pelo lateral brasileiro Daniel Alves ao craque argentino Leonel Messi, advertindo-o de que “o bicho vai pegar” continua valendo, agora para a seleção dos candidatos às eleições deste ano. Fonte de elevado coturno do Tribunal Regional Eleitoral informou ontem que a lei da ficha limpa será aplicada com extremo rigor em Rondônia. Ou seja: não passa ninguém. E aqui não vai qualquer referência à vulnerabilidade brasileira na semifinal da copa. Consta inclusive que a orientação do TSE para que os tribunais regionais atuassem com certo abrandamento dos rigores da lei não foi aceita. Os presidentes dos TREs decidiram, em conjunto, aplicá-la sem qualquer retoque ou maquiagem.
 
A informação foi passada ontem pelo figurão em questão, leitor do Blog do CHA, como uma advertência aos partidos políticos no sentido de que apliquem eles próprios uma peneirada em sua nominata de candidatos para evitar a correria em busca de liminares em Brasília. A fonte advertiu ser possível a ocorrência de uma enxurrada de liminares, já que a composição do TSE envolve forte componente político-partidário. Mas esclareceu que, em função do volume de trabalho e da exiguidade dos prazos para as decisões de mérito, serão praticamente nulas as possibilidades de reforma das decisões regionais.
 
A atuação da Procuradoria Regional Eleitoral de Rondônia, que já apresentou 22 pedidos de impugnação das candidaturas, 13 dos quais com base na lei da ficha limpa, teve sua importância inclusive enfatizada pelo leitor do Blog, como a sinalizar na direção do acatamento dos pedidos. Entre os casos, o mais notório é o do senador Expedito Júnior, candidato ao governo pelo PSDB, cuja inelegibilidade expira dois dias antes da eleição. Há algum tempo o candidato vem tentando moldar a lei ao sabor de seus interesses. O raciocínio é bastante simples: se no dia da eleição ele estará em pleno gozo de seus direitos políticos, porque não lhe conceder uma pequena redução da pena para possibilitar o registro da candidatura?
 
A tese faz sentido, pelo menos para Expedito, amigos, familiares, agregados e simpatizantes. Ele insiste em argumentar com situações assemelhadas ocorridas em outros estados, mas não convenceu a procuradora eleitoral Gisele Bleggi, que tascou o pedido de impugnação, encabeçando a lista. É claro que o candidato já previa isso. Tanto que ao mesmo tempo em que se prepara para recorrer ao TSE, já anuncia seu vice, o deputado Neodi Oliveira como “plano b”, para o caso de não obter sucesso. Isso, longe de ser solução, ainda empresta contornos de dramaticidade à sua campanha. Ele sabe exatamente como é uma campanha amparada por liminar. E, para recorrer à alternativa Neodi, o tempo é fundamental, pois suas chances se reduzem na exata medida da aproximação do pleito.
 

Uma coisa é certa: a cada novo revés em uma postulação razoavelmente promissora, Expedito Júnior tem a chance de se arrepender ainda mais amargamente pela burrice cometida na compra de votos via crédito em conta corrente. Aposto que, à época, algum gênio deva ter imaginado estar colocando um ovo em pé e se perguntando por que ninguém havia pensado nisso antes. O tempo demonstrou que, ao invés de botar um ovo em pé, Expedito sentou em cima dos próprios

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