A já complicada contabilidade eleitoral dos partidos políticos rondonienses está sendo forçada a incorporar uma importante variável em seu planejamento. A precariedade das informações não permite estabelecer com alguma segurança quem poderá ser candidato e quem será barrado no baile pela ficha suja.
Sem contar deputados estaduais e vereadores obrigados a antecipar aposentadorias e tentar legar eventuais patrimônios eleitorais para familiares, dois expoentes do cenário político local dividem opiniões das torcidas. Expedito Júnior e Rubens Moreira Mendes polarizam apostas e estimativas inclusive de juristas. Mas certeza mesmo não existe.
O caso mais instigante é o do ex-senador Expedito Júnior que, segundo o que estabelece a legislação, poderá ser eleito para qualquer cargo que pretenda disputar. Mas não poderá ser candidato. Explica-se: sua ficha torna-se limpa dias antes das eleições, o que lhe poderá assegurar o direito de eleger-se. Mas para candidatar-se ele será obrigado a obter o registro junto ao TRE, o que não será permitido, pois continua cumprindo a pena de suspensão dos direitos políticos.
Advogados de sua torcida organizada são de opinião que Expedito leva vantagem em relação a Moreira Mendes, cujo caso ainda depende de julgamento em Brasília. Ou seja: Moreira Mendes está entrando, enquanto Júnior encontra-se na reta de chegada. Só acontece que Expedito Júnior somente poderá concorrer caso consiga obter uma liminar que o autorize. Mas qualquer liminar seria frontalmente contrária ao que diz a legislação. Durma-se.
Existe ainda outro complicador: enquanto Moreira Mendes integra a base parlamentar do governo, Expedito Júnior é do PSDB de Aécio Neves. Pode não ser nada, mas, a considerar as recentes manifestações do Judiciário sobre a questão, pode ser tudo.
Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)