É impressionante a desfaçatez com a qual o presidente da Assembleia, Hermínio Coelho trata exatamente o mesmo povo a cujas portas irá bater no próximo ano, para pedir votos e garantir ser um grande político, além de assegurar que deu apoio integral às manifestações populares. Mentira deslavada. Quem participou da manifestação ontem pela manhã, em mais uma das tantas lavações da entrada do prédio foi informado que a Casa do Povo estava trancada. Com medo da manifestação o presidente simplesmente dispensou todos os servidores e decretou feriado. Fez exatamente aquilo que vem fazendo Lula, cujos ensinamentos o introduziram na vida pública.
Acuado, o deputado não teria mesmo como explicar a proteção concedida aos deputados envolvidos nas falcatruas de Valter Araújo & companhia na Operação Termófilas. O que poderia alegar? Imunidade parlamentar? Da mesma forma, não teria como explicar os salários de R$ 40 mil de marajás como o secretário Luciano dos Santos Guimarães, ou os quatro salários extras pagos anualmente aos deputados a título de um singelo (mas milionário) “abono”. Pelo menos foi o que tentou explicar, do alto da arrogância que literalmente o caracteriza, o diretor de imprensa do Legislativo, Paulo Ayres. Uma bobagem. Está na Bíblia um ensinamento bastante claro: “Todo homem arrogante é abominação ao Senhor; certamente não ficará impune” (Provérbios, 16:15).
Mas a fuga de Hermínio Coelho somente retarda o final da história: o deputado, que vocifera acusações contra todos e se esconde debaixo da mesa diretora quando é momento de explicar o festival de escândalos em seu próprio quintal, será obrigado a encontrar novamente o povo nas eleições de 2014. E que ele não se iluda: a indignação popular não será esquecida. Até porque ainda não criaram um desinfetante capaz de acabar com o mau cheiro exalado pela podridão permanentemente produzida naquela Casa.
Futebol interrompe
debate no Facebook
Publiquei domingo no Facebook um comentário que provocou belo debate. Disse que os políticos já fazem e desfazem com o dinheiro do povo. Lula é mestre nisso. Agora o PT quer que o povo pague também as campanhas eleitorais dos felizes privilegiados nas listas que só privilegiam os caciques partidários.. Ou seja: além de só poder votar para eleger quem eles querem, o povaréu ainda terá que pagar por isso. Muito bonito. Vamos ver o que o povo nas ruas vai dizer a respeito. O debate se alongou e só parou porque estava começando o jogo Uruguai X Itália, que ninguém é de ferro. Selecionei alguns comentários:
Luana Correia, jornalista, filha de meu querido amigo e grande jornalista Paulinho Correia, disse: “só para constar que, pelo que leio, não é só o PT que tem essa proposta, partidos de esquerda também tem, assim como movimentos sociais (inclusive o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral). Mas o que seria melhor, financiamento público igual pra todos, para uma concorrência justa e leal ou mega empresários bancando campanha de alguns? Considerando também a máxima "quem paga a banda, escolhe a música", eu acredito que o investimento público contribuirá com a igualdade da concorrência e no combate a corrupção. Acho que quem não vai gostar muito são os mega empresários, que não vão mais poder cobrar benefícios já que não contribuíram na eleição rs O povo quer política pro povo, não para os empresários!”
Não sei exatamente o que você anda lendo, cara Luana, mas, mesmo sendo defendido pelos partidos nanicos que orbitam o PT em troca das migalhas que o Planalto oferece, o financiamento público da campanha só beneficia hoje o PT. A proposta é dividir o bolo de acordo com a votação obtida na eleição anterior. Aí, dona Dilma fica com 70%, enquanto Marina Silva, que teve o maior índice de apoio nas manifestações, vai receber 0,16% da grana e estará literalmente fora do páreo, como sonha o governo. Entre os demais postulantes à Presidência, quem se sairia melhor seria Aécio Neves, com algo em torno de 21%. Quanto aos empresários/patrocinadores, são basicamente os donos de empreiteiras que bancam as campanhas. E eles estão “assim” com o Lula, inclusive emprestando jatinhos para ele negociar obras no exterior com o dinheiro do BNDES. É mamão com mel.
Itamar Ferreira, da CUT, escreveu: Carlos Henrique: você é uma pessoa bem esclarecida e sabe que não existe "almoço grátis". Hoje quem financia as campanhas são as empresas e o poder econômico privado. Aí eu lhe pergunto: esse pessoal gasta milhões para financiar campanhas políticas só por filantropia? Para evitar que o "povo pague também as campanhas"?
Henry Gouvêa chamou a atenção de Itamar para o fato de, no Brasil, o grande problema do "almoço grátis" é que quem realmente "paga o almoço" não recebe os louros. Será que é tão difícil assim de entender? Ou você acha que mesmo com o financiamento público de campanha "as empresas e o poder econômico privado" deixarão de financiar as campanhas dos políticos com o velho e já conhecido de todos os corruptos caixa 2? O Brasil precisa de um "reboot"...
Itamar Ferreira respondeu: Entretanto, Henry existem certas coisas que são utópicas e exigir isso ou aquilo é meio caminho andado por quem não quer melhorar a situação. Veja bem, reivindicações como o "fim da corrupção" é factível? Existe alguma sociedade humana, incluindo as mais primitivas, que não existe algum nível de corrupção? O que temos que cobrar é o combate rigoroso à impunidade e a recuperação do erário. Quanto ao financiamento de campanha, hoje o poder econômico privado domina esse financiamento, se tivermos o financiamento público vamos diminuir o poder do capital privado no financiamento das campanhas, hoje praticamente uma exclusividade dele. Agora, tem gente que prefere acreditar em Papai Noel, Fada do Dente...
João Paulo das Virgens observou: Através dos sindicatos e sindicalistas corruptos que conhecemos aos montes, a começar pelo Lulla é que temos a desgraças da politica suja no Brasil. Existia sim antes irão dizer os corruptos do PT e os sindicalistas luas pretas, mas não ao nível que chegamos hoje e com a profissionalização alcançada. CPI dos sindicatos Já e fora PT.
Sábado, 28 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)