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Gente de Opinião

Carlos Henrique

Jornalistas já falam em fim do namoro com Hermínio


Há um tipo de comportamento irritantemente sórdido já praticamente enraizado em meio às autoridades políticas do estado e precisa ser combatido de forma sistemática: é a enrolação, a falta de coragem de alguns titulares de cargos públicos para dizer um definitivo “não”, “não posso”, “não quero”, “não aceito”. Pela frente, o sujeito é geralmente pleno de sorrisos, gentilezas e convites do tipo “passa lá prá gente conversar”, “me liga”.

Na prática, contudo, o que existe é orientação à assessoria para dizer ao telefone que o elemento está em reunião ou agendar uma audiência que jamais será realizada. Isso, quando não é a própria assessoria que toma a iniciativa de fazê-lo, por hábito ou em defesa de outros interesses e interessados, o que dá no mesmo.

Esta é uma situação que já se tornou rotineira na Assembléia e começam a tomar corpo em meio ao pessoal da imprensa as reclamações contra o presidente Hermínio Coelho. É que, no discurso, ele se define como pessoa simples, aberta e acessível. Mas está a cada dia mais encapsulado em (ou por) seu gabinete onde o acesso a sua excelência está definitivamente proibido. Até o Sindicato dos Jornalistas, ao qual inclusive pertence o chefe de gabinete, Sílvio Persivo, está tentando uma audiência desde fevereiro. E, até agora, nada.

Curioso observar que o próprio Hermínio, quando fora do gabinete, convida os interlocutores a visitá-lo. Pura ilusão: a agenda não permite. Pode ser uma estratégia da assessoria para controlar um pouco o jeitão boquirroto de Hermínio. Ele realmente fala o que lhe dá na telha e sempre mais do que deveria, confundindo a Presidência do Poder Legislativo com carro de som de movimento grevista de motoristas e trocadores. Com a imprensa a favor, tudo bem, passa batido.

Dia desses ele ofendeu até a mãe do prefeito Roberto Sobrinho em um programa radiofônico, o que é inadmissível até mesmo para os palanques. Até porque, ao que se saiba, aquela senhora nada tem a ver com a administração municipal.

O certo é que tais dificuldades começam a comprometer o apoio irrestrito que lhe foi dedicado pela imprensa desde a ocupação do cargo como vice-presidente e especialmente após sua efetivação na titularidade, com a cassação de Valter Araújo. O novo presidente, até antão um parlamentar cordato, atencioso, simples, “participativo” e bonachão, começa a adotar uma nova atitude dissimulada, evasiva e esquiva.

Não vai dar certo. Daqui a pouco o presidente vai descobrir que o chicote pode ser agradável ou terrível, dependendo da ponta em que você se encontra.

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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