Sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014 - 11h01
Assédio moral na Assembleia: A julgar por declarações do próprio presidente, esse é o único emprego da palavra "moral" naquela Casa
Ao contráriodo que já reclamaram alguns leitores, não é má vontade do blogueiro. Na medida em que se aproximam as eleições e se consolida a característica debandada generalizada, deflagrada pela proximidade de um novo reinado, começam a pipocar no Legislativo denúncias em série contra atitudes típicas do “salve-se quem puder”. Agora mesmo um grupo de jornalistas se mobiliza para denunciar na justiça o diretor do Decom, Paulo Ayres de Almeida, por assédio moral.
Desequilibrado em função da presença de representantes do MP no Departamento de Recursos Humanos, o chefe da assessoria de imprensa está distribuindo agressões por atacado. Principal beneficiário do enquadramento absolutamente ilegal que o transformou, com uma simples canetada, de celetista em estatutário, ele antecipa o cenário sombrio que se desenha em seu futuro e parte para o ataque contra qualquer um que seja profissionalmente obrigado ao convívio no setor.
É que ele foi o único do grupo enquadrado como estatutário que conseguiu sacar integralmente o FGTS depositado por sua condição anterior de celetista. E ainda tenta receber também os benefícios da mudança, retroativa a 5 de outubro de 1988, véspera da promulgação da Constituição Federal que proíbe a safadeza. Ele quer retirar, em pecúnia, os quinquênios aos quais imagina ter direito. Como é comandante da tropa de choque de Hermínio Coelho é bem capaz de conseguir. E mais: que ninguém se surpreenda se ele tentar antecipar a aposentadoria, artifício ilusório que deve considerar suficiente para escapar da quase certa revisão do caso.
“Assembleia não tem moral para propor CPI”
“Estão querendoé fazer graça, só politicagem. Essa Assembleia não tem moral para fazer CPI contra ninguém. Durante a atual Legislatura não vimos sequer uma única denúncia investigada. Não podemos aceitar politicagem com empreendimentos sérios como estes das usinas". A declaração – exatamente como foi publicada em 2009 – foi a reação do então presidente da Câmara, vereador Hermínio Coelho, ao ser questionado sobre a proposta de instalação de uma CPI na Assembleia para investigar as usinas do rio Madeira. Exatamente o que propõe hoje o agora deputado e presidente do legislativo estadual.
O então vereador,cujo trabalho de maior envergadura foi a concessão de título de cidadão honorário de Porto Velho ao presidente Lula, justamente em função das usinas (e das obras do PAC em Porto Velho, por sinal jamais concluídas), disse à época que “Não vamos aceitar que alguns parlamentares façam graça para tentar atrapalhar essas obras, as mais importantes do PAC do governo Lula”. E continuou: “Não vimos fundamento algum para a abertura de uma CPI, a não ser uma tentativa de crias dificuldades. E, como diz o próprio governador (Ivo Cassol), líder político do grupo que criou a CPI, quem tenta criar dificuldades é porque quer vender facilidades. Definitivamente essa CPI não é uma coisa séria. É mais uma tentativa de prejudicar a capital" - declarou ele.
O que terámudado desde então para justificar o tom atualmente irado de Hermínio Coelho, que agora propõe a CPI contra as usinas? Está certo que ele saiu da condição de vereador para deputado e que as alagações certamente não estavam previstas no planejamento feito “para dez mil anos” pelas usinas. Mas a Assembleia continua basicamente a mesma. Com algumas pontuais variações, mas com novos e repetidos escândalos. O então deputado Valter Araújo reagiu à época violentamente contra o discurso de Coelho, chamando-o de “pau mandado” do prefeito Roberto Sobrinho ”e que ele deveria cuidar das questões relativas ao trabalho da Câmara, que “contra a administração petista nada investiga. Então, quem é que não tem moral?”
Aí, você,leitor, pode lembrar que o deputado Valter Araújo foi condenado, cassado, fugitivo da justiça e hoje é presidiário. Tudo bem. Mas não existem grandes diferenças entre ambos, a não ser pelo fato de Araújo estar em cana e Hermínio ainda não. O que de fato importa é que Hermínio assegura que, agora, a Assembleia tem moral inclusive para cobrar do governador e do prefeito da capital coragem para interromper as obras das hidrelétricas. A considerar o que ele mesmo disse, fica a suspeita de que está criando dificuldades para negociar facilidades.
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