Não passa de um blá blá blá inconsistente tudo o que se publicou nos últimos dias a respeito de uma “crise política sem precedentes” entre Governo e Assembleia. É claro que o leitor esclarecido sabe disso, mas não é a ele que são dirigidas as especulações: destinam-se prioritariamente a quem inclusive nem sabe ler, analfabetos funcionais que, embora conheçam as letras, não passam nem perto do real significado das frases. São, contudo, os que pagam.
Mas a curiosidade do leitor exige satisfação. Há uma verdadeira competição entre os sites de notícias movida pela necessidade de se mostrar bem informados. Cada qual quer ser aquele que sabe das coisas, que detém o domínio das informações “de coxia”. Como não existe tanta novidade para justificar tanto dinheiro investido, é preciso criar. E o presidente da Assembleia é uma verdadeira mina, sob todos os aspectos: tanto paga, como ajuda a inventar factóides.
INTERESSA a Hermínio Coelho, que nada tem de trabalho a apresentar, a permanente disseminação de acusações as quais não pode, não tem condição de provar e nem se preocupa com isso, pois o que interessa é virar notícia. É claro que isso compromete a credibilidade dos jornalistas, mas quem se importa?
Mas a verdade é que não deixa de ser um atentado, contra o governo e o próprio estado de Rondônia, a redução criminosa da estatura de um homem público da envergadura do governador Confúcio Moura ao nível no nanismo moral do deputado Hermínio Coelho. A ideia é promover, para explorar no noticiário, um debate político que no entanto é impossível de ocorrer, pelo abissal distanciamento entre ambos.
Isso porque, embora usem o mesmo idioma, com certeza não falam a mesma língua: Confúcio propõe ideias, Hermínio limita o precário raciocínio a nomes. O deputado não consegue perceber a dimensão dos projetos e argumenta no patamar rasteiro do dinheiro e dos cargos. Não há sintonia possível, posto que o governador bem sabe que um distanciamento prudente, limitado por episódicos contatos protocolares, é absolutamente recomendável.
AGORA MESMO meu amigo Alan Alex diz considera de extrema gravidade em sua coluna mais uma monumental bobagem produzida pela irresponsabilidade anedótica do presidente da Assembleia. Ele acusa o governador de encomendar ao secretário Marcelo Bessa um dossiê contra o deputado, que seria recompensado com um cargo de conselheiro no TCE. Como se fosse necessário tanto trabalho, já que qualquer membro da confraria do Silverado pode dar de graça a ficha completa.
Com a empáfia de quem está convencido de que acabou de inventar a pólvora, o jornalista desperdiça o espaço de toda a coluna, o tempo e a paciência de quem imaginava encontrar ali algo de proveitoso, para dizer que a escuta telefônicas não existem porque são ilegais, a menos que mediante autorização judicial. Não é surpreendente? Como será que descobriu isso? Será que só contaram prá ele? Alguém precisa informar as autoridades.
TANCREDO Neves já advertia que celular serve apenas para marcar encontros aos quais a pessoa não pretende comparecer. As escutas telefônicas são tão sofisticadas que cobrem regiões inteiras por varredura e selecionam os alvos por palavras-chave. O sujeito pode comprar um chip novinho que ele é grampeado imediatamente após a instalação. Aí, vem meu amigo dizer em sua coluna que “Confúcio Moura tem obrigação de dar uma resposta a essa denúncia”. Tem, merda nenhuma!
E MAIS:
1 – ELETRONORTE – Não há uma posição oficial da Eletronorte para o retardamento das obras do linhão projetado para levar a energia produzida pela Termonorte até a interligação ao sistema nacional em Jauru/MT, situação que pode gerar uma queda de mais de R$ 170 milhões/ano na já problemática arrecadação do estado.
2 – DIFICULDADES – Gente ligada à empresa assegura, entretanto, que o gargalo está na liberação de recursos pelo BNDES. Tem gente por lá procurando criar dificuldades para vender facilidades. Ou seja: falta propina, comissão, faz-me rir.
3 – INOCENTE – Consta que o presidente da instituição, Luciano Coutinho, está entrando sem saber em uma “fria” monumental. A coisa tem origem nos escalões inferiores. Até porque o valor do investimento não permite grandes mordidas, apesar da obra ser fundamental para Rondônia.
4 – É HORA do senador Valdir Raupp entrar em campo para organizar as coisas. Até porque a obra é do maior interesse da presidente Dilma, já que o risco de um apagão nacional ou racionamento não está afastado, como demonstram as sucessivas negativas do governo. A verdade é que cabeças podem rolar lá pelas bandas do BNDES por conta disso.
Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)