O vereador foragido Celso Bueno, com Hermínio: ligações incriminadoras
Em um artigo no qual reconhece a eficácia da Polícia na Operação Apocalipse, o articulista Francisco Teixeira faz surpreendentemente um verdadeiro desagravo ao deputado Hermínio Coelho (na foto com o vereador foragido Celso Bueno, de Pimenta Bueno, ligado a Beto Baba. Ele foi assessor do ex- deputado Maurinho, que era financiado por Beto Baba, conforme a Polícia comprovou).
O articulista com certeza não imaginava novos desdobramentos da Operação Apocalipse quando fez sua disparatada apologia às virtudes do presidente da Assembleia e considerou “descabida” a decisão judicial que o afastou dali por 30 dias. E até que lhe provem o contrário, tem “pelo Cidadão e parlamentar Hermínio Coelho, uma grande estima, além de ser um admirador de sua coragem”. Ou seja: tudo o que foi apresentado – e convenceu à Justiça – não o satisfez, da mesma forma que novas evidências não haverão de fazê-lo por uma razão simples: sua avaliação é, na melhor das hipóteses, exclusivamente passional.
Quanto à Operação Higia, deflagrada polícia em Pimenta Bueno, não havia, na origem, uma conexão já evidente com a Apocalipse. Originalmente destinava-se a combater crimes de extorsão e concussão, nos quais foram baseados os pedidos e a decretação de prisão preventiva da quadrilha. Mas é claro que o setor de inteligência da Sesdec já sabia. Pelo que é aconselhável que se acautele o grupo de zagueiros do presidente Coelho, pois vem mais coisa por aí. A mesma sugestão vale para o ínclito articulista Francisco Teixeira.
Convém esperar um pouco antes de arriscar-se novamente com declarações de amor incondicional ao parlamentar. Afinal, como ele mesmo disse, “a grande esperança, é que as máscaras dos mentirosos, dos hipócritas, estão caindo. Aqueles que enganaram o povo certo tempo, não continuarão a enganar o povo por todo tempo. A justiça de Deus, tarda mais não falha. E, aqueles que teimam em duvidar desta verdade, tropeçarão pela própria prepotência e arrogância nos degraus do fracasso”. Profético.
CAMPANHA DA OAB FOI
LANÇADA HÁ 21 ANOS
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rondônia realizará no dia 14 de agosto ato público para conscientizar a sociedade quanto à importância de aderir ao anteprojeto de lei que visa promover a reforma política no país. Patrocinado pelo Conselho Federal da OAB, Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e dezenas de entidades da sociedade civil, a campanha denominada de “Eleições Limpas”, visa colher o mínimo de 1,6 milhão de assinaturas para que o projeto seja enviado ao Congresso como sendo de iniciativa popular, a exemplo do que aconteceu na Lei do Ficha Limpa (Lei Complementar nº 135/2010).
O texto aí de cima é o “lead” do release distribuído pela OAB, uma iniciativa absolutamente louvável que, no entanto, completou maioridade dia 11, Dia do Advogado e da instalação dos cursos jurídicos no País por Dom Pedro II, que sancionou a “Carta de Lei de 11 de agosto de 1827”. Há exatamente 21 anos, em 1.992, a OAB/RO lançava o “Manifesto do dia 11 de Agosto”, em defesa de tudo aquilo que hoje escandaliza a população e a conduz às ruas em protesto. Para quem não viveu aquela época, foi logo em seguida que as pressões das ruas, conhecidas como “dos caras pintadas” acabou resultando no impeachment de Fernando Collor. O mesmo que hoje anda de namorico com Dilma Roussef.
O manifesto da OAB, sobre o qual a memória do computador me ajuda a lembrar, é curto e grosso. Diz, no último parágrafo que “Por derradeiro, desaprovam o comprometimento das mais altas autoridades do país, acumpliciadas com setores já identificados, nos vergonhosos escândalos que a liberdade de imprensa tem permitido investigar, tentando abalar os alicerces da democracia”. Absolutamente atual, como todo o resto, quando “conclamam todos os cidadãos responsáveis a rearticularem uma intensa mobilização para a definitiva introdução de um padrão ético na política e nos demais relacionamentos sociais”. Interessante observar que àquela época o PT apoiava. E até aplaudia a imprensa pelas denúncias.
O documento trazia a assinatura do advogado Pedro Origa, então presidente da OAB. E criticava duramente o Judiciário, afirmando que “não basta a modernização física da Justiça, com novos prédios e informatização”. E exigia que os magistrados se integrassem mais aos efetivos problemas sociais “sendo imprescindível a conscientização de que prestam um serviço público, o mais relevante de todos...” O blogueiro fez questão de mostrar o documento ao jurista, hoje bastante mais comedido, que registrou a atualidade do texto e considerou que houve um grande avanço do Judiciário nesse período de 21 anos.
Ia esquecendo:
O inferno astral que agosto trouxe para o ainda senador Ivo Cassol atingiu também os policiais militares que trabalhavam em sua segurança pessoal. É que, com o fim da escandalosa mamata decretado pela Assembleia, todos os integrantes da equipe tiveram que se apresentar novamente ao quartel. Só que, depois de tanto tempo, a maioria não possui ou não cabe mais no velho fardamento. Ou nem se lembrava mais que PM usa farda. Resultado: apresentaram-se em trajes civis e foram mandados de volta para se enquadrar. Ô sina.
Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)