O jornalista Jorge Serrão, do site Alerta Total, diz que não. Para ele, “os petralhas não têm o menor interesse que Henrique Pizzolato seja extraditado pela Itália - depois da prisão pela Interpol, em Maranello. Publicamente magoado com o PT, que ajudou a fundar, Pizzolato seria o principal arquivo vivo das operações de transferência de grana do Mensalão. Pizzolato teria informações capazes de comprometer figurões que ficaram de fora ou escaparam de condenação na Ação Penal 470”. O advogado Nabor Bulhões, que atuou pelo Estado italiano no processo de extradição do terrorista Cesare Battisti, acredita porém em em uma possível reciprocidade, pela qual Pizzolato ficaria por lá, para felicidade do PT.
Aos 61 anos, Pizzolato sabe que corre risco concreto, se voltar ao Brasil, de se transformar em um “Celso Daniel”. O temor da petralhada é que ele, de volta, preso, ao Brasil, revele segredos sobre os esquema muito além do Mensalão. Pizzolato e sua mulher Andréa Haas, já espalharam para todos que existe um dossiê comprometedor, que virá à tona, caso corra risco de vida. A sorte dele – que tem dupla cidadania – depende do governo italiano.
É claro que à Justiça italiana não interessa agradar de forma alguma o governo brasileiro. O pessoal por lá ainda tem atravessado na garganta um espinho chamado Cesare Battisti, assassino condenado na Itália a quem Lula concedeu asilo e cidadania. Isso, ao contrário do que sonham os petistas, não irá servir para segurar Pizzolato e seu perigoso arquivo. O troco pode vir com a devolução do pepino. Pizzolato foi preso porque havia um mandado internacional de captura expedido pela Interpol Brasil, e não a pedido do governo brasileiro.
Serrão lembra que Na Ação Penal 470, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil e ex-dirigente do poderoso fundo de pensão Previ foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão por formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro. Se a Itália o extraditar, vai cumprir pena em regime fechado. Pizzolato teria de pagar a mais alta multa aplicada aos mensaleiros, até agora: mais de R$ 1,3 milhão (valor ainda sem correção). Mas o grande acerto de contas de Pizzolato é com seus companheiros do PT.
Os petralhas ainda se recordam da ameaça feita pela mulher de Pizolatto, Andrea Eunice Haas, no final do depoimento dado á CPI dos Correios, em dezembro de 2005: “O PT vai pagar o que fez com ele”... Por enquanto, a conta ainda não está quitada. No entanto, existem suspeitas de um “acerto”. Suspeita-se que Pizzolato fugiu do Brasil, via Argentina, usando um passaporte falso em nome de seu falecido irmão Celso Pizzolato, contando com a ajuda dos petralhas - que preferem ele bem longe do Brasil.
O azar dos "cumpanhêro" foi que uma das bandas anti-governista da Polícia Federal seguiu todos os passos de Pizzolato, desde a fuga. Os petralhas podem ter novos dissabores se for investigada, a fundo, a recente movimentação de contas que Pizzolato mantinha na Suíça. Ainda não se sabe se ele agiu apenas para si, ou se também operou para o esquema mensaleiro.
O Ministério Público Federal já investiga se existe alguma relação entre as movimentações de conta de Pizzolato no exterior e uma volumosa remessa de dinheiro para o Brasil, coincidindo com as vultosas doações para os super-arrecadadores José Genoíno e Delúbio Soares. As recentes operações de Pizzolato teriam sido monitoradas pela Polícia Federal e pelo Coaf (órgão que investiga as atividades financeiras no Brasil).
A partir da prisão de Pizzolato – que a petralhada prefere que seja asilado pelo governo italiano -, ficou evidente que existe um plano concreto para assassinar a reputação de muitos operários de alto escalão do Partido dos Trabalhadores. A safadeza petralha contra o STF – debochando da Justiça brasileira - começa a dar resultados negativos para o governo do crime organizado...
A corrupção e a impunidade continuam imperando no Brasil. Mas, a exemplo do que ocorreu no julgamento do Mensalão, o chamado rigor seletivo tende a atingir os alvos petistas. Certeza disso é a possibilidade de acontecer, repentinamente, uma guinada em favor de celeridade e punição exemplar a todos os envolvidos no Rosegate. Se o processo que investiga a melhor amiga e ex-super-secretária de Lula avançar, em pleno ano eleitoral, aí sim, a arrogante petralhada deve temer pelo futuro...
Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)