A abertura das propostas de preços do processo licitatório para a construção da ponte sobre o rio Madeira na BR-364, distrito de Abunã – Porto Velho confirmou o pior dos cenários imaginados esta semana pelo blogueiro. A licitação foi vencida pela empresa paranaense Arteleste, de São José dos Pinhais, que se propõe a executar a obra por R$ 131 milhões, custo praticamente 35% menor do que a ponte da BR-319, que passa de R$ 200 milhões.Clique AQUI e reveja vídeo do OpiniãoTV.
A empresa exibe em seu site como joia da coroa de sua realização a ponte sobre o rio Itacuru, na BR-401, ligando a cidade de Bonfim/Roraima a Lethen, na Guiana. Uma bela obra, mas o rio Itacuru parece um igarapé quando comparado ao Madeira. A Arteleste não diz, mas está no Google que ela tem no currículo o envolvimento com a Operação Via Ápia, do MPF e Polícia Federal, que resultou na prisão em flagrante do superintendente substituto do DNIT/RN, Gledson Golbery de Araújo Maia, quando recebia uma propina de R$ 58,95 mil entregue pelo filho do proprietário da Arteleste, engenheiro Túlio Gabriel de Carvalho Beltrão Filho. Curioso é que ambos carregam sobrenomes de ex-ministros dos governos militares, Golbery e Beltrão.
Nada a ver, contudo, com o problema em questão, que é o custo da obra estabelecido, como dissemos aqui, pelo general Fraxe, comandante do DNIT – Sede, e por seu diretor executivo, Tarcísio Gomes Freitas, convidado de honra do recente seminário eleitoral da Fecomércio. Tudo isso “para mostrar serviço à presidente Dilma e comprovar a veracidade de sua opinião, que classifica todo empreiteiro como ladrão” – desabafou com o blogueiro um empresário do setor.
Mas a situação se complica, pois o consórcio Alerpa/Ensa, que está concluindo as obras da ponte da BR-319, no bairro da Balsa, também apresentou proposta no valor de R$ 215 milhões. O comparativo entre as duas obras permite concluir que o preço tem razoabilidade assegurada, especialmente porque os projetos se equivalem em dimensões e praticamente todas as características. Com um agravante: não existem pedras no leito do rio em Abunã.
Com tudo isso e todas as planilhas de custos e medições à mão, o consórcio já se prepara para entrar com mandado de segurança e conseguir o embargo de todo o processo. Está claro que a Arteleste “mergulhou” no preço, contrariando a Lei 8.666. Lamento dizer, então, que a ponte de Abunã subiu no telhado, para gáudio dos donos das balsas, que haverão de ficar "ad eternum" usando e abusando de nossa falta de alternativa.
Hermínio tenta requentar
denúncias na revista “Veja”
O Excelentíssimo Senhor presidente da Assembleia não aprende. Mas também não desiste. Ele acaba de mandar um jornalista de sua assessoria viajar para recife e São Paulo, conforme publicação no Diário Oficial Eletrônico do Legislativo, para realização de um “trabalho” do interesse daquela Casa de Leis, também conhecida como de Mãe Joana. A denúncia partiu da própria Assembleia, onde ninguém mais suporta a cantilena de Hermínio Coelho, a não ser por dever de ofício, claro.
A importantíssima missão da qual Elton Bordine Bittencourt foi encarregado seria manter contato com os jornalistas de Veja para, no mais elevado interesse institucional, pautar matéria sobre as denúncias requentadas de HC contra o governo do estado, valendo-se outra vez das mesmas cópias de cheques já desmoralizadas por excesso de exposição. Não vingou. Os editores da revista conhecem o assunto e, se antes não lhe deram a menor atenção, por absoluta inconsistência da tentativa de envolvimento do nome do governador, agora é que não dariam mesmo.
Ainda que, na improvável hipótese da publicação cair na conversa fiada de HC, algo fosse publicado a respeito, de nada adiantaria. Os leitores de Veja em Rondônia conhecem sobejamente o assunto, tantas vezes repisado que já não merece o mínimo crédito. Quem ficaria então com a credibilidade arranhada por aqui seria a própria Veja. Quem não lê a revista de nada ficaria sabendo, apesar de HC com toda a certeza tentar repercutir o assunto até às eleições.
A vaidade compensatória da própria debilidade em atributos físicos e morais impede HC de admitir os próprios desvios: errados são os outros. Ele é o único do batalhão a marchar com o passo certo. E vai continuar assim, para gargalhada geral.
O porto no Fantástico
Está confirmada pela Globo a exibição em novembro, pelo Fantástico, da série de reportagens do jornalista Marcos Losekann sobre a situação dos portos fluviais brasileiros, o do rio Madeira incluído, já que nossa hidrovia é uma das mais importantes do país.
O material, encomendado pela Confederação Nacional dos Transportes – CNT, caiu como uma luva para atender aos interesses da Fenavega, cujo presidente,Raimundo Holanda Cavalcante Filho, não consegue perdoar o governador Confúcio Moura por não lhe ter dado a menor pelota quando exigiu indicar um nome para a diretoria do Porto.
Losekann, ídolo de nossa imprensa nanica e rasteira, já andou há tempos por aqui, de onde saiu com não muito boa fama: foi chamado até de moçoila. Um pecado! O problema é que o Fantástico não vale o investimento milionário da CNT. Absolutamente ultrapassado, está mais parecido com programa eleitoral gratuito: todo o mundo fala e ninguém ouve.
Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)