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Gente de Opinião

Carlos Henrique

Prefeitura vai para o lixo


 

 

PARECE que a estratégia da Prefeitura para solucionar seus problemas de relacionamento com a Marquise é deixar a empresa morrer por inanição ou asfixia. Não há como entender de outra forma o procedimento pueril adotado pelo coordenador municipal de Limpeza Urbana, Carlos Prado, que insiste em manter bloqueados os pagamentos devidos à Marquise na inocente suposição de que ela possa suspender a execução do serviço, de forma a justificar o rompimento unilateral do contrato. Ou simplesmente desista. É um gênio. Alguém precisa explicar didaticamente a Mauro Nazif e demais calouros que integram sua equipe que não é assim que a coisa funciona, que a empresa não vai abandonar um contrato de 20 anos só porque o prefeito quer. E que no final das contas quem vai pagar o pato é a população, que parece ter entregado a Prefeitura a alguém que está conseguindo piorar o que já era ruim.

 
A ASSESSORIA da Marquise informa que “desde o mês de setembro de 2012 a prefeitura não paga um real sequer à responsável pela coleta do lixo, embora depois da audiência pública realizada no final de janeiro para discutir o contrato, a empresa tenha zerado o número de reclamações. A inconsequente birra do secretário pode levar o prefeito a incorrer em crime de improbidade administrativa: que a empresa está coletando mais lixo do que foi estabelecido no contrato e não tem recebido o que lhe é devido, resultando num prejuízo mensal que já beira a casa dos R$ 9 milhões, sem contar com os valores que estão sendo estornados (glosa) por orientação do Tribunal de Contas, e que já somam outros R$ 10 milhões, segundo processo que a empresa já entrou contra a prefeitura”.
 
JOGO BRUTO – Além da população, quem pode sofrer as consequências disso são os funcionários. Isso porque a empresa emprega 320 pessoas e se não houver um entendimento por parte da prefeitura de sua responsabilidade no contrato, a empresa pode reduzir o número de empregados e caminhões, de acordo com o que o contrato prevê. Resumidamente, isso significa dizer, na melhor das hipóteses, desemprego, menos caminhões na coleta e lixo acumulado nas ruas. Pelo contrato, a empresa responsável pela coleta de lixo deveria disponibilizar 11 caminhões, mas segundo fiz a Marquise, num sinal de boa vontade e por entender que o aumento do volume de resíduos decorre do crescimento da cidade e da melhoria do poder aquisitivo da população de uma maneira em geral, destinou 17 caminhões compactadores, e aguarda para os próximos dias a chegada de mais dois equipamentos. Nas a forma discriminada como está sendo tratada pela administração municipal, pode levar a Marquise a readequar sua estrutura operacional por absoluta falta de condições de continuar prestando o bom serviço, com rotas atualizadas e nada de lixo acumulado.
 
FISCALIZAÇÃO - Além de não pagar o que deve pela coleta do lixo, a prefeitura aumentou o rigor na fiscalização, apesar da falta de capacitação técnica da comissão responsável. Segundo o decreto que a criou, o colegiado formado por dez membros deveria ter entre seus pares pelo menos cinco habilitados em engenharia civil, agrária, sanitária ou ambiental, mas não possui um número mínimo de profissionais com tal qualificação.  Além da prefeitura, o Tribunal de Contas, e agora também a Câmara de Vereadores, que ameaça com a criação de uma CPI, querem fiscalizar o contrato, mas de forma direcionada a apenas uma das partes contratantes. Querem imputar à prestadora do serviço, a culpa pelos problemas da administração municipal.  Não há no horizonte, enquanto isso, qualquer indicativo de que poderá ser evitado o problema do acúmulo de lixo nas ruas. Trágico complemento para uma paisagem urbana já desfigurada por buracos e inundações. Pobre Porto Velho.
 
E MAIS:
1 - UCHO HADDAD publicou em seu site o melhor comentário sobre a choradeira generalizada das viúvas brasileiras de Chaves: “Chávez estava com o prazo de validade vencido, mas faz hora extra até como defunto. Mesmo morto ele insiste em levar o jogo para a prorrogação. Está imóvel, como qualquer ser sem vida, mas quer cobrar os pênaltis”.
2- INCONSOLÁVEL – Fiquei sensibilizado com o protesto do meu amigo David Nogueira. Justamente ele, que me chamou de “pit bull inconsolável”, parece verter lágrimas aos cântaros em função dos comentários aqui publicados. Calma, David. Isso passa.
3 – FOFOCAS – O companheiro adotou uma postura típica do PT: atacar para se defender. E chamou este blogueiro até de “fofoqueiro”, mesmo qualificativo adotado por uma jornalista que importou de SP para a campanha de Fátima e escreveu que a candidata iria construir um viaduto de Abunã até o Pacífico. Depois procurou corrigir, dizendo que não seria viaduto, mas uma ponte.
4 – DIGITAIS – Como o companheiro se confessou neófito na produção de textos, aqui vai uma dica: o autor normalmente deixa suas impressões digitais naquilo que produz. Ele pode ser identificado pelo que é chamado hoje de palavras-chave ou recursos toscos como o gerúndio. O chavão “senão vejamos” é um exemplo.
5 – A PROPÓSITO – Outro companheiro petista, Itamar Ferreira, da CUT, perdeu a compostura ao deparar com uma pergunta incômoda. Ele usou nota publicada por PH Amorim sobre levantamento do TER que apontou o PT em 8ª posição entre os partidos com maior número de candidatos ficha suja para concluir que as outras siglas têm maior número de corruptos que a sua.
6 – AÍ EU PERGUNTEI: E isso inocenta o PT? O companheiro reagiu violentamente. Atacou, furioso, colunistas e jornalistas por sempre passarem a impressão de que o PT é campeão de corrupção (quem diria?). Disse que “nossa imprensa mais desinforma do que informa”. E apontou claramente o dedo acusador na minha direção.  Só não conseguiu responder à pergunta. Preferiu não comentar.
 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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