As razões do largo sorriso exibido por cada uma das lideranças peemedebistas do pedaço são as mesmas do desalento daqueles que esperavam sabe-lo com certeza fora da campanha. Confúcio Moura assegurou aos líderes partidários que vai, sim, disputar a reeleição, apenas mantendo a disposição de anunciar publicamente no dia 29, pouco antes do fim do prazo para registro de candidaturas, que expira no dia cinco de abril. A notícia caiu como uma bomba em meio aos pretensos adversários, que se movimentam por todo o estado em busca de apoio até de quem nada tem a oferecer.
A decisão de Confúcio Moura altera completamente as projeções e estimativas do quadro sucessório. Sem ele, qualquer liderança se sentia estimulada a reivindicar o direito a disputar a sucessão como cabeça de chapa. Sonhos e aspirações terão agora que ser engavetados em função da necessidade de redefinição das peças do xadrez eleitoral. É que muitos entre os que se imaginavam em condições de aventurar-se serão obrigados a reconsiderar, diante da inevitabilidade da derrota. Resta partir para a disputa para cargos, eu diria, mais acessíveis. Claro que outros deverão persistir, até para valorizar o cacife numa eventual negociação. Faz parte do jogo.
Enquanto isso:
O inferno astral de Dilma Roussef em seu relacionamento com o PMDB da Câmara, liderado por Eduardo Cunha, está longe de terminar. Os cargos são a razão pretextada e disse ninguém haverá de desconfiar, tratando-se de quem é. Mas há uma outra questão que começa a se revelar um obstáculo intransponível para a manutenção do relacionamento: a disposição petista de conquistar a hegemonia nas duas casas em 2015.
Essa ruptura nem Tancredo Neves ou Ulysses Guimarães conseguiriam remendar. E os liderados de Eduardo Cunha, Henrique Alves na linha de frente, já estão pensando em uma candidatura alternativa. Eu já sugeri aqui o nome de Michel Temer para disputar a Presidência ou invés da vice. Para início de conversa, perto de Lula e Dilma, Michel Temer é um estadista. Depois, segundo a filosofia de Tiririca, “pior do que está não fica”.
Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)