Valdemir Caldas
Até à divulgação da Operação Apocalipse, o presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, José Hermínio Coelho (PSD), vivia descendo o relho nos costados de muita gente. Confúcio, Cassol, Raupp e Marcelo Bessa, tornarem-se alvos preferidos da língua afiada de Coelho, que não procurava medir as palavras antes de soltá-las ao vento.
Para Coelho, ninguém presta. Todo mundo é ladrão, corrupto e bandido. Só ele é o mais certinho, o político padrão, o justiceiro do agreste, que veio para Rondônia ensinar aos daqui a difícil arte da política. Mas parece que o feitiço virou contra o feiticeiro.
Agora, depois que seu nome apareceu no meio do furacão, Coelho mudou a estratégia, passando de carrasco à condição de vítima, de estilingue a vidraça, dizendo que foi “envolvido em numa armadilha”, orquestrada por adversários, dispostos a quaisquer sacrifícios para destroná-lo do posto que ele ganhou de mãos beijada de seu colega Valter Araújo, mas que nunca teve humildade suficiente para agradecer.
Abroquelando-se (eita!) na impunidade parlamentar, que muitos teimam em confundir com impunidade penal, Coelho não pensou duas vezes antes de investir, com voracidade canina, contra a honra e a dignidade de pessoas, acusando-as das mais abjetas ignominias, sem, contudo, nunca ter apresentado uma prova consistente de suas denuncias. Caso contrário, o Ministério Público já teria entrado em ação. Hoje, vê-se obrigado a provar do próprio veneno.
“Quem semeia vento colhe tempestade; quem semeia o mal recebe maldade e perde todo o poder que possuía”, ensina o Livro de Provérbios (22:8).
Coelho se diz inocente. Claro, difícil seria assumir que tem culpa no cartório.
Ele vai procurar empurrar o seu mandato até o final, dizendo que não sabia de nada, para tentar convencer os incautos. E não são poucos os que acreditam nessa lorota. Mas a maioria da população não é tola e saberá responder nas ruas aos que não souberam honrar o mandato popular.
Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)