Sexta-feira, 16 de novembro de 2012 - 09h08
O prefeito Roberto Sobrinho vai realmente deixar R$ 100 milhões ou até mais para Mauro Nazif tocar obras. Nada a ver, contudo, com a manutenção da máquina administrativa ou pagamento de servidores. Todo o dinheiro está carimbado e de investimento direto são apenas R$ 10 milhões, destinados à nova Rodoviária, obra que, se o novo prefeito encontrar um jeito de cancelar, não vai fazer falta alguma, como asseveram até mesmo os urubus do lixão a céu aberto da capital.
Para chegar esse número, Sobrinho somou os recursos oriundos de emendas parlamentares com outros, como mais de R$ 40 milhões destinados à conclusão dos viadutos. Raupp, por exemplo, destinou R$ 8 milhões para o novo complexo de eventos na região do aeroclube, dinheiro já empenhado. Várias outras obras inacabadas, como os núcleos habitacionais, têm recursos assegurados na Caixa Econômica.
Mas para o pagamento dos servidores e manutenção da máquina da Prefeitura, Nazif terá que arrecadar. O que também não será problema, pelo menos em janeiro, com o FPM geralmente mais gordo, graças ao final do ano e outras fontes de receita, como o ISS (ou coisa que o valha). Em fevereiro é que a situação começa a pegar, mas aí já é outro assunto.
Na verdade a Prefeitura de Porto Velho será recebida por Mauro Nazif em situação bastante razoável, considerando-se que mais de 30 municípios rondonienses não terão dinheiro nem para pagar a folha de dezembro e o 13º dos servidores. Daí o corre-corre a Brasília, em busca de socorro.
VEJA MAIS:
1 - ESTUPIDEZ – Como também integro o “senso comum” que aplaude a construção da ponte sobre o rio Madeira, no bairro da Balsa, em Porto Velho, permito-me discordar do dileto professor Nazareno, quando diz em um artigo que a obra “liga o nada a coisa alguma”. E que “trezentos milhões de reais jogados literalmente na água caudalosa do rio fazem desta obra uma homenagem à estupidez humana”. O professor copiou uma expressão de Márcio Souza em Mad Maria e aplicou-a equivocadamente a um contexto absolutamente diverso da construção da Madeira-Mamoré.
2 - DATA VENIA PROFESSOR - Se há estupidez no assunto ela está melhor inserida em seu texto que no nosso “senso comum”. Além de tirar milhares famílias do isolamento gerado pelo extorsivo pedágio cobrado na balsa, a ponte vai permitir o desenvolvimento da capital para o outro lado do rio, além de claro, oferecer cenário para belas fotos que nem por isso haverão de transformar os visitantes em incautos como o senhor sentencia.
3 - PROJETO – A ponte sobre o rio Madeira integra um projeto extremamente importante para a consolidação econômica da região, pois vai permitir o intercâmbio comercial por via terrestre com a Zona Franca de Manaus, fundamental para a economia amazonense e excelente mercado para a produção de Rondônia. As obras da BR-319 dependem ainda da conclusão do chamado “trecho do meio”, onde foram obstaculadas (ou obstaculizadas, como prefere o Houaiss) pelo Ibama.
4 - BINACIONAL – É óbvio que a construção da ponte da BR-364, no distrito de Abunã é fundamental. O mesmo se aplica à ponte Brasil-Bolívia em Guajará-Mirim, cujas obras devem ser iniciadas em 2013. Mas, ao contrário do que imagina o professor, os projetos não são excludentes. Pelo contrário: são estrategicamente complementares.
5 - NE ULTRA CREPIDAM SUTOR IUDICARET – Consta que o professor desenvolve com brilhantismo seu trabalho na Escola João Bento da Costa. Mas, segundo registra Plínio, o Velho, em sua “História Natural” um sapateiro, atendido pelo pintor grego Apeles de Kos em suas observações sobre as sandálias da pintura, resolveu detonar o resto. Ouviu a recomendação que a história registra: “Sapateiro, não suba além das sandálias”.
6 – POLÍTICOS – O excelente artigo publicado pelo poeta Antônio Serpa do Amaral remete a uma antiga piada sobre a construção do mundo: um arcanjo assessor reclamou da má distribuição das catástrofes pela terra: o Senhor privilegiou aquele país da América do Sul. Não existem terremotos, maremotos, vulcões, furacões, nada... E Deus respondeu: espere para ver os políticos que vou colocar lá.
Você, leitor, já ouviu falar do “Efeito Dunning-Kruger”? Trata-se do princípio definido em 1999, a partir do estudos de dois psicólogos americanos,
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