Após um período de férias junto à família em Juiz de Fora cá estou eu de volta, com meus comentários, análises, palpites e muita conversa fiada, pois que sem ela – probatum est – este nosso país infame não sobrevive. Se alguém encontrar comentário assemelhado nos discursos bebebistas de Bial, favor informar, pois continuo disposto a jamais ver aquilo ou votar no PT.
Não dei, com a deselegância que me é quase natural, a menor pelota para os leitores e amigos ao abandonar o blog para sair de férias. Em função disso, muita coisa ficou por dizer. A primeira delas, claro, é me penitenciar e prometer me esforçar para melhorar o que faço aqui. As demais, inúmeras mensagens e sugestões de pauta que recebi nesses 30 dias, pretendo publicar, na medida do possível.
Não posso deixar de aplaudir a iniciativa dos amigos Paulinho e Gonzalez pela iniciativa de criar o bloco “Os Filhos da Pauta”. A adesão da categoria foi surpreendente. Talvez esteja aí a oportunidade para manter a mobilização e criar uma chapa para concorrer ao Sinjor. Antes que chovam palpites, reclamações, queixas e acusações esclareço logo que não pretendo polemizar sobre o assunto. Mas lembro aos ilustres colegas que a atividade sindical vai muito além da compra de um abada e um desfile no carnaval.
Maçonaria chuta o balde
“Não podemos aceitar a armação desse circo,
em cujo picadeiro o povo brasileiro é o palhaço!”
Recebi, do leitor e amigo Professor Francisco Hauser um texto distribuído por Fernando Marcilio, que esclarece não pertencer à maçonaria mas aplaude a iniciativa da Loja Acácia das Neves de São Joaquim. É um manifesto contundente, que deveria ser reproduzido por todas as lojas do país, pois representa os mais legítimos princípios da instituição. Eis o documento:
Vivemos um dos momentos mais difíceis de nossa história. O povo está sendo mantido na ignorância e sustentado por um esquema que alimenta com migalhas a miséria gerada por essa mesma ignorância. A tirania mudou sua face. Já não encontramos os tiranos do passado que com sua brutalidade aniquilavam as cabeças pensantes, cortando o pescoço. Os tiranos de hoje saqueiam a Pátria e degolam as cabeças de outra forma. A tirania se mostra pela corrupção que impera em todos os níveis.
Encontramos mais viva do que nunca as palavras do Imperador Romano Vespasiano que na construção do Grande Coliseu disse: dai pão e circo para o povo. Esse grande circo acontece todos os dias diante de nossos olhos, especialmente sob a influência da televisão, que dá ao povo essa fartura de pão e de circo. Quando pensamos que a fartura acaba, surgem mais opções.
Agora vemos a Pátria sendo saqueada para a construção de monumentais estádios de futebol. Atualmente chamados de arenas, nos moldes do que era o Coliseu, uma arena. Enquanto isso os hospitais estão falidos, arruinados, caindo aos pedaços. Brasileiros morrem nas filas e nos corredores desses hospitais. Já outros filhos da Pátria morrem pelas mãos de bandidos inescrupulosos que se sentem impunes diante de um Estado inoperante, ineficiente e absolutamente corrompido. Saúde não existe, educação não há segurança, muito menos.
Porém, a construção dos circos continua! Mas o pão e o circo também vêm dos “Big Brothers” das “Fazendas”, das novelas que de tudo mostram, menos verdadeiros valores e virtudes pessoais. Quanto mais circo, mais pão ao povo. E o mais triste é que o povo, mantido na ignorância, é disso que mais gosta.Nas tardes, manhãs e noites, não faltam essas opções de lazer. O Coliseu está entre nós. O circo está entre nós. Já o pão, esse vem da bolsa isto, da bolsa aquilo, mantendo o povo dependente do esquema, subtraindo-lhe a dignidade e a capacidade de conquistar melhores condições de vida com base em suas qualidades, em seus méritos, em suas virtudes. Agora, o circo se arma em torno do absurdo que se coloca à população de que o problema de saúde é culpa dos médicos. Iludem e enganam o povo, pois fazem cair no esquecimento o fato de que o problema de saúde no Brasil é estrutural, pois o cidadão peregrina sem encontrar um lugar digno, nem mesmo para morrer.
Então, absurdamente, em desrespeito aos filhos da Pátria, são capazes de abrir as portas para profissionais estrangeiros, alguns poucos não cubanos. Os tiranos têm a audácia de repassar R$40 mil mensais que são sangrados dos cofres públicos para sustentar outro governo falido e também tirano, o cubano; um dinheiro sem controle e sem fiscalização. Os pobres profissionais que de lá vêm, não têm culpa. É um povo sem liberdade, sem direito de expressão, escravo da tirania. Esses médicos recebem migalhas daquele governo. Mal conseguem sustentar a si e a seus familiares. Os R$ 40 mil que serão mensalmente enviados para Cuba solucionariam o problema de inúmeros pequenos hospitais pelo interior deste País. Mas não é a isto que ele servirá. Nós estamos a financiar um trabalho explorado, escravizado, de profissionais que não têm asseguradas as mínimas condições de dignidade de pessoa humana, porque simplesmente não são homens livres.
E nós, brasileiros, devemos nos envergonhar de tudo isto, porque estamos sendo responsáveis e coniventes por sustentar todo esse esquema, todos esses vícios, comportando-nos de maneira absolutamente inerte. Esses governantes, que tanto criticam o trabalho escravo, também não esclarecem à população o fato de um médico brasileiro receber o mísero valor de R$ 2,00 por uma consulta pelo SUS.
Do valor global anual que recebem, ainda é descontado o Imposto de Renda, através de uma escorchante tributação sobre o serviço prestado, que pode chegar ao percentual de 27,5%. Em atitude oposta, remuneram aqueles que não são filhos da Pátria, os estrangeiros, com o valor de R$ 10.000,00 mensais por profissional, cabos eleitorais desses governantes. Profissionais da saúde no Brasil, servidores públicos de carreira, à beira da aposentadoria, com dedicação de uma vida inteira, receberão quando da aposentadoria metade do valor pago ao estrangeiro.
A Maçonaria foi a grande responsável por movimentos históricos e por gritos de liberdade em defesa da dignidade do homem. Foi por Maçons que se deu o grito de Independência do Brasil, da Proclamação da República, da Abolição da Escravatura. Foi por Maçons que se deu o brado da Revolução Farroupilha. E o que está fazendo a Maçonaria de hoje ao ver o circo armado, com a distribuição de um pão arruinado pelo vício que sustenta essa miséria intelectual? Não podemos ficar calados e inertes! A Maçonaria, guardiã da liberdade, da igualdade e da fraternidade, valor que devem imperar entre todos os povos, precisa reagir, precisa revitalizar seu grito, seu brado para a libertação do povo. Esse é o nosso dever, pois do contrário não passaremos de semente estéril, jogada na terra apenas para apodrecer e não para germinar.
A Loja Maçônica Acácia das Neves incita a todos os irmãos para que desencadeemos um movimento de mudança, de inconformismo, fazendo ecoar de forma organizada, a todas as Lojas e os Maçons desta Pátria, o nosso dever de cumprir e fazer cumprir a nossa missão de levantar Templos à virtude e de cavar masmorras aos vícios!”