Quarta-feira, 14 de novembro de 2012 - 12h45
Meus poucos leitores certamente esperam por comentários mais amenos e divertidos, mas uma questão merece o tratamento sério que o momento exige. Já é passado, há muito, o tempo de ser definida adequadamente a vocação econômica de Porto Velho e do próprio estado de Rondônia e organizar esforços nessa direção. Os governantes deixaram passar, por absoluta imperícia, oportunidades anteriores e não adianta mais chorar pelo leite derramado. Mas alguma coisa precisa ser feita e a partir de agora.
A observação é do ex-deputado Miguel de Souza, que lamentavelmente está deixando Porto Velho para fixar residência em Brasília, uma perda lamentável para um estado como o nosso, extremamente carente de pessoas com a visão necessária para planejar adequadamente o futuro de nossa instável economia. Ele deixa, contudo, orientado o rumo mais adequado ao desenvolvimento de Porto Velho: a exploração de nossa localização geográfica privilegiada e transformar Porto Velho em um imenso entreposto.
Com a construção das pontes binacional sobre o rio Mamoré, em Guajará-Mirim, e sobre o rio Madeira na BR-319, no bairro da Balsa, e na BR-364 em Abunã, e ainda com o fortalecimento da hidrovia do Madeira, qualquer estratégia comercial das empresas nacionais passa obrigatoriamente por aqui. Rondônia deixou a condição de periferia da geografia nacional para ocupar o coração da América Latina. E porto Velho tem muito a ganhar com isso.
As obras da ponte Brasil/Bolívia em Guajará começam em 2013. Por elas as cargas poderão sair de Rondônia em direção aos países andinos e até o mercado asiático. E os caminhões poderão conseguir frete de retorno trazendo sal para o gado e insumos agrícolas a preços fantasticamente favoráveis. Ou seja: além de uma enorme economia de frete, a produção rondoniense ainda ganharia uma vantagem quase inacreditável na composição de preços que a tornaria imbatível em qualquer mercado.
É hora de nossas autoridades começarem a se mexer. Para começar, a construção de um porto seco em Porto Velho já seria uma grande demonstração de seriedade.
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RELÓGIO PARADO – Já disse aqui que mesmo o relógio parado pelo menos uma vez por dia está certo. É o caso do presidente da Assembleia, Hermínio Coelho, que acertou na mosca ao propor a realização de uma audiência pública para reavaliar a isenção fiscal concedida pelo então governador Ivo Cassol às Usinas do Madeira.
SEM SENTIDO– A concessão de incentivos fiscais às empresas destina-se normalmente a atraí-las para a região. Isso não se aplica no caso das usinas, já que elas teriam obrigatoriamente de ser instaladas no rio Madeira. Aonde mais?
CONPENSAÇÃO– Trocar isenção fiscal por compensações não passa de conversa fiada. Nenhuma compensação será maior do que o imposto a ser recolhido. E os benefícios para a população (a não aqueles que vão diretamente para os bolsos de alguns afortunados), seriam igualmente maiores, se melhor aplicados os recursos.
AMBIENTAL- Ademais, as usinas teriam obrigatoriamente que investir recursos consideráveis como compensações sociais e ambientais pelos impactos de vizinhança.
VERDADE– A experiência indica que se procurar debaixo desse angu a carne será encontrada. Mas se a movimentação da Assembleia tomar corpo e de repente ser transformada em pizza, todos sabem o que terá ocorrido.
CONVENÇÃO– Nada menos que sete chapas já estavam sendo formadas para disputar a convenção municipal do PMDB, que acabou sendo cancelada pela intervenção determinada pelo comando regional da sigla. Mas não deixa de chamar a atenção o número de postulantes. Será que algum deles tem votos para encher uma Kombi?
CAUTELA- Página do Jus Brasil informa que a segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido de magistrado, afastado cautelarmente de suas funções, que queria ter direito a receber em dinheiro o valor correspondente às férias, acrescido do abono constitucional de um terço. O redator, de forma igualmente cautelar, omitiu o nome do cara-de-pau. Afinal, sabe-se lá...
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