Tansposição
Servidores civis choram.
Policiais Militares comemoram
Enquanto o governo federal continua a empurrar com a barriga o processo de transposição dos servidores rondonienses para os quadros da União, aplicado em doses homeopáticas pelo governo da presidAnta Dilma, os policiais militares comemoram mais uma vitória – definitiva – no STF. Com a decisão de ontem, não há mais como procrastinar a incorporação de aproximadamente 740 PMs, contratados até 1987, à folha da União, o que poderá acontecer já no mês de julho. E sem essa conversa fiada de aposentadoria limitada ao teto da Previdência. A decisão beneficia ativos, inativos e pensionistas, com pagamento integral de todos os direitos e vantagens.
A informação é do advogado José Cleber Martins Viana, que falou com o blogueiro hoje pela manhã, do aeroporto de Brasília, antes de embarcar para Boa Vista para uma palestra com os policiais militares daquele estado. Cleber Viana, que integra o escritório patrono da causa com os colegas advogados Abimael Araújo dos Santos, Raimundo Reis de Azevedo, Acelino Leon e José do Espírito Santo, disse que os advogados da União podem até entrar com novos recursos, mas não há mais chance deles conseguirem efeito suspensivo no STF. O caso a partir de agora é meramente administrativo e a União tem a chamada “obrigação de fazer”, ou seja, cumprir de imediato a decisão judicial.
A notícia não deixa de representar um alento para o estado de Rondônia, permanentemente vilipendiado pelo governo Dilma na condução político-administrativa do processo dos demais servidores. E complica a situação de nossa bancada federal, obrigada a explicar o evidente fracasso de sua atuação nas eleições deste ano. Resta saber se Dilma Roussef terá a cara-de-pau de voltar a Rondônia para pedir votos com a mesma promessa, feita na campanha anterior, de assinar aqui a transposição. Considerado, contudo, o que ela anda fazendo e falando por aí (tentando falar, já que não há cristão capaz de entender o que ela diz) é até provável que ela diga: “assinar eu assinei”.
Você tem candidato?
56% dizem que não
Pesquisa para consumo interno realizada no estado por conceituado instituto paulista demonstrou que 56% da população rondoniense não está nem aí para as eleições deste ano. Deve ser o espírito prático que orienta o brasileiro a preocupar-se com uma coisa de cada vez. Antes, por aqui, era o momento das enchentes, que comprometeram inclusive o carnaval. Agora a pauta recomenda atenção à copa do mundo. Só depois é que chega a vez da disputa eleitoral. A informação é de um dos coordenadores do trabalho, que está sendo desenvolvido nacionalmente, com resultados assemelhados, segundo ele, que acrescentou um dado interessante: 30% da população se recusa inclusive a responder sobre o assunto.
É nessa situação adversa que os pretensos candidatos lutam por um lugar entre os escolhidos, rodeados por lideranças, cabos eleitorais, puxa-sacos e outros desocupados, que se valem até do sofrimento dos desabrigados para cabalar alguns votos. Até o prefeito Mauro Nazif embarcou nessa, ao discursar na abertura do seminário promovido pelo Governo do Estado para discutir a reconstrução de Rondônia. Mauro Nazif não deixou por menos: sentiu-se em um palanque e desandou a enaltecer o trabalho que sua administração imagina realizar, desenvolvido justamente na contramão da proposta de unificação das ações, objeto daquele encontro.
Foi preciso que o governador Confúcio Moura, que falou em seguida, deixasse de lado a paciência diplomática que o caracteriza para reconduzir o assunto ao eixo original. Ele esclareceu que aquele momento não poderia ser maculado por interesses eleitoreiros, posto que a proposta seria a união de todos em torno da necessidade de se estabelecer a unicidade dos discurso e a equidade na distribuição de tarefas e benefícios, com projetos consistentes e tecnicamente exequíveis.
O governador acrescentou não ser aquele o público, hora ou local para pedir votos. Lembrou que as autoridades ali reunidas representavam toda a população rondoniense, que lhes concedia a honra de representa-la na liderança e orientação do esforço em busca de soluções. E concluiu ensinando que o ambiente eleitoral, dos palanques, é outro e a população espera que, no mínimo, todos saibam pelo menos discernir. Curto e grosso.
Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)