A volta dos ex-prefeitos
Pelo menos três ex-prefeitos de Porto Velho entram na dura batalha por vagas á Assembléia Legislativa e todos, com largos serviços prestados a capital rondoniense. Foram administradores que marcaram época: Odacir Soares (PSL), que já foi senador também, José Vieira Guedes (PMDB) e Carlinhos Camurça (PP). Abaixo os seus perfis:
Ex-prefeito, ex-deputado federal e ex-senador, Odacir tem uma das trajetórias políticas mais brilhantes desde os tempos de território. Foi eleito o primeiro senador mais votado de Rondônia em 82, e em Brasília conquistou projeção nacional durante 16 anos. Jornalista, radialista e advogado, com sua experiência, Soares se destacou no Congresso. De 1998 para cá acumula sucessivas derrotas.
José Vieira Guedes (PMDB)
Ex-vereador, ex-deputado federal e ex-prefeito, José Guedes foi o responsável por quebrar as asas dos grupos mafiosos de especulação imobiliária em Porto Velho, nos anos 80, criando bairros populares como Tancredo, JK, Conquista, Feliz Cidade, Cidade Nova etc. Foram distribuídos 17 mil terrenos aos sem teto. Foi uma verdadeira festa para os pobrinhos.
Ex-deputado federal e ex-prefeito, cria política do ícone Chiquilito Erse, já falecido, Carlinhos Camurça revelou-se um tocador de obras, como seu antecessor e foi um dos únicos prefeitos a conseguir reeleição. Realizou obras marcantes de infra-estrutura e mesmo assim não conseguiu eleger seu aliado Mauro Nazif em 2004 e também não emplacou como postulante ao governo em 2006.
Também prefeitos – e prefeitas – que marcaram história no interior de Rondônia buscam a reabilitação política na luta por cadeiras a ALE e outros cargos eletivos. Os mais importantes são Francisco Sales (Ariquemes), Sueli Aragão (Cacoal), Milene Mota (Rolim de Moura), Lucia Tereza (Espigão do Oeste), Carlos Magno (Ouro Preto do Oeste), Dedé de Melo (Guajará Mirim), Adelino Folaor (Cacaulândia) e Melki Donadon (Vilhena)
Enquantoo ex-prefeito Carlos Magno pleiteia uma vaga como pré-candidato à Câmara Federal, Melki Donadon (Vilhena) busca a indicação pra ser postulante a vice-governador n chapa do pré-candidato ao governo Expedito Júnior (PSDB). Já, a deputada estadual e ex-prefeita Sueli Aragão, tenta voltar a ALE-RO, brigando contra condenação de inegebilidade na justiça eleitoral.
Francisco Sales (PSDC), que já foi prefeito, deputado estadual e federal luta por uma cadeira na ALE. Ele foi o primeiro deputado federal eleito pelo Vale do Jamari. Da fronteira, em Guajará Mirim, o ex-deputado e ex-prefeito Dedé de Melo, busca sua ressurreição, igualmente, ambicionando, uma cadeira no parlamento estadual.
Lucia Tereza (PP) já foi deputada estadual por duas legislaturas e prefeita mais umas três vezes em Espigão do Oeste, onde é pioneira e participou da epopéia de colonização nos anos 70. Já, Milene Motta, ex-deputada estadual e também ex-prefeita, tem uma trajetória igualmente vitoriosa na região de Rolim de Moura e Zona da Mata.
Teremos um importante divisor de águas neste pleito de 2010. Algumas lideranças políticas em decadência, procuram a sonhada reabilitação e sendo derrotadas podem acabar sepultadas de vez para futuros embates. Já, em outros casos, alguns ex-prefeitos lutam pela afirmação, pois continuam sendo expressões regionais importantes.
As casas comissárias
Mais conhecidas por seu papel na consolidação do ciclo cafeeiro, as “casas comissárias” também tiveram um papel decisivo na história da Amazônia. Elas representaram, a rigor, a introdução e a afirmação do capitalismo nos principais segmentos da economia nacional.
Na Amazônia, como fariam com os colonos imigrantes no Sudeste, as casas comissárias lidavam ao mesmo tempo com produtos e gente: foram elas que organizaram a atração de seringueiros e outros trabalhadores da floresta, para trabalhar no extrativismo ou em obras de estrutura.
Onde os comissários estavam, imperava o luxo, a ostentação e a riqueza. Suas casas se localizavam nos prédios mais imponentes e importantes, por vezes até cedendo espaço a prefeituras e câmaras municipais, convivendo com o poder de forma fácil e conveniente.
A casa comissária fazia o papel do intermediário entre as regiões fornecedoras de mão-de-obra e as fazendas locais necessitadas de mão-de-obra e os clientes estrangeiros, ávidos pelos produtos brasileiros – borracha e café, por exemplo.
Antes das casas comissárias, os produtos saíam da região produtora pelas mãos dos primeiros intermediários, geralmente da própria região, que mais tarde seriam substituídos pelas casas comissárias, controladas por capitalistas estrangeiros, transitando, como tudo, do controle português ao inglês.
Levados em lombo de burros ou em carros de boi até a estrada mais próxima, localizada nas propriedades dos líderes políticos da época, os produtos chegavam aos portos, onde estavam em geral às casas comissárias para fazer a expedição aos seus clientes ou receber colonos provenientes do exterior.
As casas comissárias, além de atuar no comércio, também se dedicaram a atividades que mais tarde seriam hegemonizadas pelos bancos, como financiar plantações sob hipoteca e por conta da produção a ser vendida.
Um dos elementos de fortalecimento das casas comissárias foi à abolição dos escravos. Os fazendeiros se viam às voltas com os encargos de pagar salários, obrigação desconhecida no tempo da escravatura. Foi assim, por exemplo, que o Conde do Pinhal (Antônio Carlos de Arruda Botelho), sentindo os novos ventos que sopravam sobre o Brasil, ainda antes da abolição deu alforria aos escravos e vendeu o que tinha para fundar o Banco de São Paulo e a Casa Comissária Arruda Botelho.
*** O PMDB entrou em crise em Rondônia, já prejudicando seu pré-candidato ao governo Confúcio Moura, que tinha largado bem na peleja 2010 *** Na capital, tivemos a prisão de Willians Pimentel, em Cacoal a justiça eleitoral, considerou Sueli Aragão inelegível *** E agora, aparece o pedido de cassação do prefeito Tião Serraia em Rolim de Moura...
Fonte: Carlos Sperança/Gentedeopinião