Puro embrômaichan
Mais uma vez o presidente da Câmara Federal Michel Temer fala em dar andamento, naquela Casa de Leis, no projeto de iniciativa popular denominado “Ficha Limpa” que tem como objetivo impedir as candidaturas dos políticos complicados com a justiça. Ele enfatiza que vai montar um grupo de trabalho para “analisar” a proposta.
Ganhando tempo
Na verdade, a Câmara dos Deputados - com toda desfaçatez - fala em tocar o projeto para ganhar tempo. O objetivo é formalizar uma proposta de consenso e isso jamais vai acontecer, porque a Câmara é formada majoritariamente por parlamentares encrencados até o pescoço com a justiça. No mais o carnaval tem sido bom para dar uma trégua nas pressões.
Ecos da Banda
A Banda do vai Quem Quer deu mais uma manifestação de força, atraindo uma multidão jamais vista e o evento merece ser incluído no calendário turístico de Rondônia. O interessante da coisa é que milhares de migrantes recém-chegados a Porto Velho, já se incorporaram ao desfile de Manelão e cia. A banda serviu de um elo de integração.
Suprapartidária
A banda que foi às ruas e completa 30 anos é democrática e suprapartidária. Tinha no desfile desde Eduardo Valverde até Moreira Mendes, antigos cutubas e peles curtas, comunistas, verdinhos, enfim, constatamos políticos de todos os credos e raças no mega desfile encerrado na noite de sábado mas, cujos blocos já dispersos deram continuidade as folias até a madrugada de domingo nos bairros.
As dificuldades
O PMDB continua sendo o maior partido do estado em termos de representação – deputados, prefeitos etc – mas vivencia uma situação complicada ao mesmo tempo. O partido está bem situado em Ariquemes, Jaru, Cacoal e Vilhena, mas é extremamente frágil nos dois principais colégios eleitorais do estado, que são Porto Velho e Ji-Paraná.
Frente de Esquerda
A esquerda historicamente é dividida e difícil de se aglutinar. No entanto, em alguns estados, PSOL, PSTU e PCB procuram se entender para montar um palanque só. Não será fácil, já que até nas instâncias superiores, Heloisa Helena, a grande líder do PSOL, acena um apoio para a verdinha Marina Silva, pré-candidata do PV a presidência da República.
Bem na foto
Instalado numa posição privilegiada no Dnitt e puxando a brasa para a sardinha de Rondônia, o ex-deputado federal Miguel de Souza (PR) esta em alta novamente, depois de lamber as feridas da derrota na eleição de 2006. Sua atuação no Dinitt tem sido essencial para o estado receber uma verdadeira penca de obras nos últimos anos, inclusive uma ponte internacional.
O nosso coronelismo
O coronelismo político, tão conhecido no Nordeste, também vigora em Rondônia, disfarçado e abrigado em clãs regionais. Verdadeiros feudos foram criados nas últimas décadas, os primeiros surgiram em Vilhena com os Donadons, liderado pelo caudilho da soja, Melki e o segundo em Ariquemes, onde reina Amorim, o imperador das melancias fajutas. Ainda tem os Raupps, os Muletas etc.
Mais espaço
Com quase uma dúzia de pretendentes às vagas de deputados, a Câmara Municipal de Porto Velho começou o ano a toda carga, com seus representantes ocupando mais espaço na mídia. Como estratégia de maior visibilidade, os vereadores também farão sessões itinerantes nos bairros e nos distritos durante o ano. Os edis estão cada vez mais predadores...
Do Cotidiano
Crônica da tragédia anunciada
As angústias causadas à população brasileira pelas recentes tragédias acumuladas pelo excesso de chuvas certamente não foram causadas propositalmente, pois seria algo desumano demais até para imaginar. Mas o descuido com a aplicação de recursos para a prevenção e o desprezo aos alertas dos técnicos e pesquisadores preocupa: no mínimo está havendo omissão e desrespeito diante de vidas e patrimônios familiares que se perdem, prejudicando suas comunidades e os municípios em que ocorrem.
Casas destruídas, famílias vitimadas, desabrigo e muito sofrimento psíquico têm sido o passivo dos recentes episódios de enchentes, deslizamentos e desabamentos. Até porque os fenômenos da natureza são constantes e as chuvas acima da média não são nenhuma novidade, já que a média é que não é constante, o orçamento da União contempla recursos para um programa federal destinado a prevenir os danos e prejuízos provocados por desastres.
O programa prevê a execução de obras como contenção de encostas e canalização de rios. Na esfera do Ministério da Integração Nacional, no ano passado esse programa, especificamente voltado à “prevenção e preparação para desastres”, foi limitado a R$ 91,3 milhões de um orçamento total de R$ 646,6 milhões, segundo um levantamento do site Contas Abertas junto ao Siafi, sistema que registra receitas e despesas da União.
“Pouca fé” − Mais que em outros setores do governo, justamente nesse programa ocorreu uma limitação tão grande, mesmo se sabendo que os desastres são periódicos e de prevenção mais sistemática. Ou seja: sabe-se que eles vão acontecer, sabe-se como resolver, mas os recursos para a prevenção ficam retidos e só depois que acontece vem algum socorro emergencial, as tradicionais mobilizações solidárias e os voos das autoridades por cima da destruição.
Em todos os casos, o “conjunto da obra”, incluindo a falta de prevenção, é atribuído à natureza, “São Pedro” e à “pouca fé”, mas são, muitas vezes, fruto da imprevidência e da desorganização. É o que vêm sugerir um grupo de especialistas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), para os quais os desastres são recorrentes no País por falta de uma cultura de prevenção e proteção civil.
Via Direta
Terça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)