Quinta-feira, 7 de dezembro de 2017 - 21h37
“SINTO VERGONHA DE MIM”
William Haverly Martins
Sempre foi muito difícil entender o silêncio de homens sérios, de pessoas do bem que aceitam participar da safadeza de um governo declaradamente e comprovadamente nefasto, como se o corrupto/presidente da República exercesse um fascínio sobre os oposicionistas, como se a vitória dos maus na política brasileira servisse de paradigma para o resto dos políticos partidários. Parece que, aos políticos que não conseguem concorrer com os safados corruptos, resta silenciar ou corromper as ideias, como se a tribuna do bem, dos homens historicamente corretos, devesse ser derrubada, desconsiderada.
Esse silêncio dos homens de bem incomoda e se reflete nas ruas; parece que o povo desistiu do Brasil, e tanto isso é verdade que o paradoxal Lula continua no imaginário popular, mesmo sendo ele o líder de uma quadrilha de esquerda que arrasou o país.
Percebo, com tristeza, que o sucesso de Lula e Temer serve de projeção para grande parte dos políticos e pretendentes a políticos, o modelo capaz de silenciar toda e qualquer oposição − a da PGR, a do Judiciário, a da classe política séria, a da imprensa, a do formador de opiniões. Para a classe econômica, o sucesso do presidente é medido pelas taxas, pelos índices, pouco importando a incompetência e a corrupção.
Lula, o operário que chegou à presidência, o homem mais inocente do Brasil, o pai amoroso que tirou um filho da pobreza e o promoveu a milionário; Lula, o parceiro de milionários escritórios de advocacia, enfim o modelo de político bem sucedido, acima da lei.
Temer 77 anos, casado com uma jovem de pouco mais de trinta e com um ilimitado poder econômico, oriundo dos contribuintes ou da corrupção, outro modelo de político, inocente e perseguido por Janot, outro acima da lei. Hoje o STF, a PGR, o congresso e até a PF comem na sua mão. Apesar de toda a podridão, o PMDB continua arregimentando gente de peso, para os seus quadros, como o advogado Ibaneis Rocha, ex-presidente da OAB-DF, que pretende se candidatar ao governo do DF. Quem conhece política sabe que o Ibaneis não vai mudar o PMDB: temo que ele se molde às práticas do partido. E isso enegrece o horizonte.
Os dias se passam e as práticas políticas deletérias permanecem: a nível de Brasil, Lula vai sair candidato mais uma vez, com as pesquisas dando como certa a sua vitória. E, na esfera do estado de Rondônia, Cassol, nesta quinta, se habilita no STF a concorrer ao governo, com grande possibilidade de vitória. E tudo será como dantes no quartel de Abrantes.
No limiar do século 20 Rui Barbosa se dizia envergonhado e com pena do povo brasileiro: “Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!”. Imaginem se ele estivesse vivo, neste século 21, e convivesse com a corrupção desenfreada dos poderes, ele não só desanimaria da virtude ou riria da honra, mas, assim como venho fazendo nesses “chutando o balde”, renovaria seu impotente grito de protesto e reconheceria no povo uma passividade abominável.
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