Quarta-feira, 19 de março de 2014 - 05h05
Dia 19 de março, celebramos S. José. Muitas pessoas trazem este nome que significa “Deus acrescente”.
Por que retomar a história de José, esposo de Maria? O que a Bíblia nos diz sobre ele? O que há de significativo na vida desse homem? A partir da vida de José, o que a Palavra de Deus nos diz no tempo de hoje? E o que podemos dizer a Deus a partir dessa história?
Vivemos na sociedade, denominada pós-moderna, que, com sua cultura, exerce muita influência na vida das pessoas hoje, especialmente na vida de cada jovem. Podemos caracterizar essa cultura com os seguintes traços:
a) Provisoriedade. Não há valores duradouros.
b) Relativismo. A experiência de cada pessoa se torna o decisivo, não importando o que pensa ou o que orientam a família, a Igreja, outras instituições ou os mais velhos...
c) O indivíduo no centro – quer dizer que tudo deve estar voltado para a pessoa, sem importar o que propõem a família, a comunidade, os outros. Cada um tenta construir o seu próprio mundo.
d) Emotividade que passa a ter certa primazia e não mais tanto a razão;
e) Experiência de intensidade (o sentimento precisa ser intenso, forte e imediato).
f) Descartável– o que satisfaz a pessoa hoje pode não satisfazer amanhã. O que importa para a pessoa é a satisfação do seu desejo aqui e agora.
g) O avanço técnico rápido ganha o mundo enão só questiona, mas visa ocupar o lugar de Deus.
Essa mesma cultura, por outro lado, nos ajuda a dar mais atenção à pessoa, à proximidade para com as pessoas e ao afetivo. Muitas vezes, até em nossos grupos de trabalho profissional, escolas de ensino fundamental, médio ou de nível universitário, grupos bíblicos, pastorais e movimentos nos detemos nas reflexões e nos esquecemos da importância da visita à casa de uma pessoa, de perguntar como vai, de dar os parabéns no dia do seu aniversário, de valorizar aquilo que realizou de bom...
Retomar a história de José nos faz colocar-nos diante da cultura pós-moderna, questioná-la e encontrar luzes para a nossa vida e missão.
O que a Bíblia nos diz sobre esse homem? Que era descendente de Jacó (Mt 1,16) e de Davi (Mt 1,20); um artesão (carpinteiro) (Mt, 13,55); estava para se casar com Maria (Mt 1,18). Quando José percebe que sua noiva está grávida, ele que era um homem honrado e não queria difamar Maria, decidiu deixá-la sem que ninguém o soubesse. José não compreendia o que tinha acontecido com sua noiva. Então, um anjo de Deus apareceu em sonhos e lhe disse: “José, filho de Davi, não tenhas medo de acolher Maria como tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem tu chamarás Jesus porque ele salvará o seu povo de seus pecados. (cf. Mt 1,19-21).
Diante da Palavra de Deus através do anjo, José refletiu sobre sua decisão, certamente, se perguntando: o que Deus quer me dizer com isso? Qual é mesmo a vontade de Deus através de mim? Diante desse grande desafio, ele poderia muito bem dizer: já tomei minha decisão e não tenho mais nada a fazer! Mas, a graça de Deus toca o coração de José que passa a pensar não só em sim, mas especialmente em Maria e no menino que está para nascer e que deverá receber o nome de Emanuel (que quer dizer Deus está conosco), conforme já tinha anunciado o profeta Isaías (Is 7,14). José considera o plano de Deus, a vontade de Deus e obedece à voz de sua consciência: “fez o que o anjo do Senhor lhe havia ordenado, e acolheu sua esposa” (Mt 1,24). Em razão do recenseamento ordenado pelo imperador, ele acompanha Maria na viagem para Belém. Ali, na periferia daquela cidade, nasceu o menino Jesus que foi enrolado em panos e deitado numa manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria. (cf. Lc 2,1-7).
Diante da perseguição de Herodes, com Maria e o menino Jesus, José foge para o Egito, numa longa viagem. Passado algum tempo, é orientado por Deus para retornar a Nazaré.
O que há de significativo na vida de José? Primeiro um homem de Deus, que escuta sua palavra, e que aprende a discernir os sinais de Deus em meio às dificuldades da sua família e do seu tempo. Pessoa que descobre Deus agindo em sua vida, na certeza de que ele envia o seu Filho ao mundo para salvar a vida das pessoas e do mundo. Era um homem honrado no sentido de que não se coloca como centro e não pensa somente em si. Ele se pergunta: o que o Senhor quer de mim? Para José, a vida e a família tem um sentido muito profundo e duradouro. Por ser um homem honrado, ele quer cumprir sua palavra, seu compromisso a partir da voz de Deus; mesmo podendo imaginar os sofrimentos, dificuldades e desafios que iria enfrentar. José faz experiência da presença de Deus em sua vida e família e está convencido de que a inciativa vem sempre de Deus. Aos poucos, ele compreende que Deus está cumprindo a promessa de salvar vida do seu povo por meio do seu Filho Jesus Cristo.
O que a Palavra de Deus nos diz para o tempo de hoje com a história de S. José? Que, em todo tempo e lugar, há homens e mulheres que sabem escutar a voz de Deus, que são tementes a Deus e estão dispostos a realizar a missão recebida de Deus mesmo tendo de enfrentar críticas e oposições da sociedade. Vivendo numa sociedade do provisório, do relativismo, do descartável, do individualismo e do querer satisfazer os desejos no aqui e agora, o exemplo de S. José questiona muito nossa sociedade e nos propõe acolher e assumir o chamado de Deus para que possamos seguir Jesus Cristo como compromisso duradouro. O jovem José nos faz perguntar-nos: qual é o chamado de Deus em minha vida? O que ele quer de mim em minha vida profissional, familiar e de participação na vida da comunidade? Estou sendo uma pessoa honrada a exemplo de José?: honrado na família, no trabalho profissional, na comunidade e por onde ando? Diante do sofrimento de centenas e centenas de pessoas desabrigadas, o que José faria? E o que eu estou fazendo como gesto de solidariedade para aliviar os sofrimentos de tanta gente?
Convido você para que possa recitar esta pequena oração: Senhor, enviastes o vosso Filho Jesus que nasceu da Virgem Maria. Quisestes chamar José para que assumisse o papel de pai junto ao vosso Filho amado. Fazei, Senhor, que a exemplo de São José e por sua intercessão possamos descobrir sempre a ação do vosso Espírito Santo em nossa vida e na vida das outras pessoas, especialmente dos que estão mais sofrendo nesse momento. Dai-nos, Senhor, a graça de realizarmos sempre a vossa vontade. Amém.
D. Esmeraldo Farias.
Dom Esmeraldo Barreto de Farias Um planta, outro rega. “O importante é aquele que faz crescer: Deus”. (1Cor 3,7). S. Paulo, escrevendo à comunidade
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