Terça-feira, 3 de maio de 2011 - 19h05
A liturgia deste segundo domingo pascal pede que progridamos na compreensão dos mistérios básicos da nossa fé, os “sacramentos da iniciação cristã” e no entendimento do mistério da ressurreição e do batismo.
Queremos neste 1º de Maio saudar os trabalhadores e as trabalhadoras de nossas cidades com uma mensagem de fé e esperança, celebrando com todos a dignidade do trabalho. Reconhecemos o empenho dos cristãos e de outras pessoas de boa vontade, em particular dos que atuam no mundo do trabalho, na construção da sociedade que todos desejamos.
O Ensino Social da Igreja à luz do Evangelho de Jesus Cristo proclama o trabalho como essencial para a realização da pessoa humana, para a promoção da justiça social, para a defesa e a garantia da dignidade e do direito de todos. Reverenciamos, portanto, a coragem e a generosidade dos trabalhadores e trabalhadoras, cuja vida expressa solidariedade e compromisso com a justiça, tanto no campo quanto na cidade (CNBB).
O trabalho valoriza a pessoa humana e constrói a sociedade; por isso precisa ser defendido contra aqueles que o utilizam para oprimir e explorar o próximo (Dt 5,12-15). Viver sem trabalho ou na informalidade, na ociosidade e até na não ocupação de tempo, é viver na situação de indignidade, de falta de perspectiva de vida e de esperança.
Celebramos hoje o Dia Mundial do Trabalho e a luta iniciada por melhores condições de vida para os trabalhadores que com o seu trabalho vão construindo o futuro das nações.
Celebramos, sobretudo, a Festa de são José Operário reafirmando o nosso compromisso com a Dignidade do trabalhador, a Grandeza do trabalho e com todos os que lutam em favor da dignidade humana.
A 12ª Romaria do Trabalhador, com o tema “Dignidade e trabalho a serviço da vida”, vai reunir nesta tarde, todas as comunidades eclesiais, trabalhadores, sindicatos e organizações da caminhada de libertação de nosso povo.
Nessa caminhada da Igreja Santa Luzia inicio: 16h) em peregrinação à Igreja São José Operário, somos convocados a nos colocar a caminho, com todos os trabalhadores, comungando seus sofrimentos e conquistas, retomando a busca de um projeto de país que contemple os direitos fundamentais de cada trabalhador e trabalhadora.
Nestes últimos dias temos acompanhado a situação de muitas famílias, ameaçadas pela crise do desemprego. Ao tratar da ameaça do desemprego, o professor de Psicologia Social Nelson Rivero analisou os impactos que essa ameaça e a realidade do desemprego causam nos trabalhadores. Para ele, o grande trabalho de reconstrução das pessoas que estão nessa situação passa por resgatar ou até mesmo construir uma visão do quanto temos mais potencialidade para além do emprego.
O impacto é grande e afeta de diferentes formas, o campo da produção de identidade e de sentido para essas pessoas. Isso produz uma nova forma de nos relacionarmos com o trabalho (IHU/Unisinos).
Segundo N.Rivero, a classe trabalhadora passa por uma reconfiguração que abandona os extratos mais estruturais e partem muito mais para condições de virtualidade. Uma das grandes consequências danosas desse processo de produção de um sujeito muito ordenado, disciplinado e controlado para o trabalho é que há muito tempo esse extrato de humanidade perdeu a capacidade de indignação. Então, não seria improvável nós entendermos que as pessoas sustentam a sua importância pelo custo que têm para a empresa. Ela pode entrar em crise por estar situada num lugar onde é apenas um numerário pesado, ao mesmo tempo essa mesma lógica faz com que as pessoas apresentem-se para o mercado de trabalho como um custo bem empregado. Não dá para dizer que isso irá acontecer de forma única na direção da indignação e do entristecimento de quem percebe isso.
Percebemos, portanto, que a perda do emprego pode fazer com que o trabalhador se confunda, perca sua capacidade de gestão de si mesmo, de se enxergar como sujeito produtivo e como conseqüência, passa a engrossar o exercito de reserva.
E a ausência de uma perspectiva profissional, marcada mais pela ruptura do que pela continuidade, faz com que o trabalho fique desprovido de um sentido. Quem não trabalha, ainda que receba a sua subsistência da sociedade, tem sentimento de estar excluído e sem valor. Ele não é digno de contribuir para a ação transformadora do mundo. A dignidade do trabalhador significa em primeiro lugar o direito ao trabalho. Só existe verdadeira cidadania quando o direito ao trabalho está assegurado.
Como falar em democracia num contexto de desrespeito às leis trabalhistas e da tentativa diuturna de flexibilização dos direitos sociais? Os caminhos para a superação desta realidade encontram-se no âmbito da política, como “forma sublime do exercício da caridade”, respeitados os preceitos da democracia. A melhor política pública é proporcionar oportunidades de trabalho, assegurar o justo salário, possibilitar a distribuição de renda, imprimir ao desenvolvimento uma dimensão humana e ecológica, promover a justiça e a paz. Assim realiza-se o sonho do profeta Isaías: “construirão casas e habitarão nelas, plantarão vinhas e comerão de seus frutos. Ninguém trabalhará inutilmente...” (Is 65, 17-25).
As experiências de economia solidária trazem grande esperança; elas alteram as relações da vil exploração do trabalho, abrindo espaço para a dimensão solidária e criativa do trabalho e para o atendimento às necessidades básicas da pessoa humana. Essas experiências lembram o trabalho de Deus, na criação do mundo (Gn, 1,1-2,4).
Neste Dia do Trabalhador rogamos a Deus que cessem todas as injustiças ligadas ao mundo do trabalho e que o nosso povo desfrute de verdadeira justiça, solidariedade e paz social. São José Operário abençoe as famílias para que todos os trabalhadores e trabalhadoras tenham vida e vida em abundância (Jo 10,10).
Fonte: Pascom
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