Domingo, 11 de dezembro de 2016 - 05h50
O Natal está próximo. As comunidades e famílias preparam-se através da Novena do Santo Natal. Quem nos sustenta nesta caminhada rumo ao Natal é Maria. Ela nos ensina a viver este tempo do Advento à espera do Senhor.
Agradecendo as orações pela recuperação de minha saúde, e todo carinho do povo de Deus, aguardamos Aquele que vem habitar entre nós, Aquele que escolhe a terra como a sua morada para estar ao nosso lado e para se encontrar onde cada um de nós transcorre os seus dias, na alegria ou na dor.
Portanto, “a terra já não é só um vale de lágrimas, mas o lugar onde o próprio Deus construiu a sua tenda, o lugar do encontro de Deus com o homem, da solidariedade de Deus para com os homens” (papa Francisco).
Presépio da Igreja Nossa Senhora do Amparo, na Av. Amazonas, bairro Agenor de Carvalho |
Vale lembrar que só seremos verdadeira igreja se estivermos inclinados, prostrados diante do Menino, nosso irmão e Salvador que está sempre “com Maria sua mãe” (Mt 2,11) pois na palavra de Paulo VI, “quem quiser ser cristão, tem que ser mariano”. Meditemos, pois, diante do presépio: Ele me amou, nasceu e morreu por mim, ele é meu irmão (e devo isso a Maria) e Ele nunca se envergonha de chamar-nos irmãos (Hb 1,11).
É daqui que provém o grande presente do Menino de Belém: Ele nos traz uma energia espiritual, uma energia que nos ajuda a não nos precipitarmos nas nossas dificuldades, nos nossos desesperos e nas nossas amarguras, porque se trata de uma energia que aquece e transforma o coração.
Contemplando no Presépio o mistério do Filho de Deus que nasceu para nós, reflitamos com o papa Francisco:
Se no Natal Deus se revela não como alguém que está no alto e que domina o universo, mas como Aquele que se abaixa, que desce sobre a terra, pequenino e pobre, significa que para sermos semelhantes a Ele não devemos colocar-nos acima dos outros, mas, ao contrário, abaixar-nos, pôr-nos ao seu serviço, tornar-nos pequeninos com os pequeninos, pobres com os pobres. Como verdadeiros cristãos, sirvamos; façamos com que estes nossos irmãos e irmãs nunca se sintam sozinhos!
Se, através de Jesus, Deus se comprometeu com o homem a ponto de se tornar como um de nós, quer dizer que tudo o que fizermos a um irmão ou a uma irmã, a Ele o fazemos. Foi o próprio Jesus quem no-lo recordou: quem alimenta, acolhe, visita e ama um destes mais pequeninos e mais pobres entre os homens, ao Filho de Deus que o faz.
Eis que a celebração deste 3º domingo do Advento, denominado “Gaudete”, ou seja, domingo da alegria, nós dá fôlego para experimentarmos a alegria da realização de nossa esperança, pois o Senhor já faz morada em nossos corações e nos encoraja na caminhada.
Cristo é “o verdadeiro Messias que vem para aliviar o sofrimento, curar a vida e abrir um horizonte de esperança aos pobres” (Pagola). Encontrá-lo é fonte de uma alegria profunda e sempre nova. Saber que o Senhor está para chegar e que nos ama, inunda a nossa vida de grande alegria.
A segurança do amor divino e a sua presença em nosso meio despertam em nós uma profunda confiança no Senhor e a verdadeira alegria de permanecer em comunhão com Ele.
O profeta Isaías convida o povo à alegria, porque Deus não abandona os seus. E o povo vai precisar de muita coragem, resistência e confiança na caminhada: “Sejam fortes! Não tenham medo! Vejam o Deus de vocês. Ele vem para salvar vocês” (Is 35,1-6.10).
Palavras que se aplicam a todos nós, quando nos sentimos incapazes de nos libertarmos do pecado, da mediocridade e das vaidades terrenas, a fim de que tenhamos a coragem de buscar a conversão, o ânimo e a confiança que nos vêm do Salvador.
O Apóstolo Tiago insiste para que sejamos fortes, pacientes e firmes e acolhamos o Cristo que está no meio de nós, no outro, sobretudo nos mais pobres e pequeninos, nos excluídos e machucados da vida que são a presença de Cristo entre nós(Tg 5,7-10).
Ser paciente, contudo, não significa uma passividade em face das injustiças, mas perseverança na fidelidade ao Senhor, na certeza de que Ele virá como Juiz; não é uma indiferença diante da dor, da contrariedade e da opressão, mas é sofrer com Cristo, unindo os sofrimentos próprios à sua Paixão redentora, para posteriormente nos transbordamos em sua alegria eterna.
O evangelho de Mateus nos diz que os sinais da salvação anunciados pelo profeta Isaías realizam-se em Jesus: “Os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciada a Boa Notícia” (Mt 11,2-11).
As estruturas do mundo continuam oprimindo os marginalizados, em vista da realização materialista daqueles que detém o poder e a riqueza. Como discípulos e missionários, seguimos anunciando a todos a nossa confiança no Senhor: “Vinde, Senhor, para salvar o vosso povo”, e lutando contra todas as formas de injustiça.
Neste Natal, sejamos mais próximos das famílias que fazem parte de nossas pequenas comunidades, visitemos nossas CEBS, nas linhas, nos travessões, no beiradão e nos bairros distantes de nossa Capital.
Elas são a maioria de nossas “igrejas”: no amor fraterno, no perdão e na partilha (1ªJo 3,14), na escuta da Palavra (Jo 5,24), na oração e no canto (Mt 18,20), ali esta o Cristo Jesus, com sua força de salvação e renovação (DAp 253).
Hoje, acontece em todo o Brasil a Coleta para a Evangelização, que tem por objetivo despertar os discípulos e as discípulas missionários para o compromisso evangelizador e para a responsabilidade pela sustentação das atividades pastorais no Brasil.
O tema deste ano da Campanha Nacional da Evangelização é: “Ele está no meio de nós”; nosso gesto concreto de colaboração será partilhado, solidariamente, entre as Dioceses, os 18 Regionais da CNBB e a CNBB nacional, visando à execução de suas atividades evangelizadoras.
Muitas dioceses no Brasil, durante esta Campanha, dedicam uma semana ou um período em favor da Igreja da Amazônia, com oração, reflexão e coleta para as atividades pastorais das dioceses mais carentes da Região Amazônica.
Sobre essa iniciativa, Dom Antonio Possamai, certa vez, refletiu: O evangelista Lucas nos conta que Maria, assim que engravidou de Jesus por obra do Espírito Santo, partiu apressadamente para a região montanhosa. Aconselho a estarmos atentos e a valorizarmos mais este advérbio apressadamente. A falta da pressa de Maria impede que seu filho encha de alegria nosso povo da Amazônia (Lc 1,39).
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