Domingo, 28 de dezembro de 2014 - 00h01
Celebramos a Sagrada Família de Nazaré: Jesus, Maria e José, no 1º domingo após o Natal. De modo especial, dirigimos nossas preces a todas as famílias, com as suas alegrias, dificuldades e esperanças.
O Sínodo da Família, convocado recentemente pelo papa Francisco, tratou dos desafios pastorais da família no contexto da evangelização. São muitos os desafios que enfrenta a família na atualidade. Nela repercutem as influências positivas e negativas das rápidas mudanças pelas quais passa o mundo. Há valores importantes que precisam ser preservados e aprofundados em cada nova geração (VP).
A família é bênção de Deus que precisa ser cultivada. A liturgia reflete, através do Livro do Eclesiástico, esses valores e atitudes que autenticam o verdadeiro relacionamento entre os diversos membros que formam a família, ampliando-se para a comunidade (Eclo 3,3-7.14-17a). Valores que atraem a bênção divina, como o comportamento de honra e de respeito dos filhos para com os pais, bem como os sentimentos de compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência e perdão mútuo. Essa obediência não era só sinal e garantia de bênção e prosperidade para os filhos, mas também um modo de honrar a Deus nos pais.
Paulo Apóstolo sublinha a dimensão do amor que deve brotar dos gestos dos que vivem “em Cristo” e aceitaram ser uma nova pessoa (o “Homem Novo”). Viver “em Cristo” implica fazer do amor a nossa referência fundamental e deixar que ele se manifeste em atitudes e gestos concretos de bondade e perdão, respeito e doação, compreensão e partilha (Cl 3,12-21). Certamente a nossa primeira responsabilidade vai para aqueles que conosco partilham a vida do dia a dia, a nossa família; amor que se traduz em cuidado e atenção contínua.
Diante de nós a família de Jesus, exemplo e modelo de nossas comunidades familiares. O Evangelho nos apresenta uma família que escuta a Palavra de Deus, que procura concretizá-la na vida e que consagra a Deus a vida dos seus membros (Lc 2,22-40). Jesus é apresentado no Templo. Cresce sob o cuidado de Maria e José, na simplicidade de um lar comum, participando de sua comunidade de fé, respeitando a tradição religiosa de seu povo, tomando consciência de sua identidade e missão salvadora. “O menino foi crescendo, ficando forte e cheio de sabedoria. A graça de Deus estava com ele” (Lc 2,40).
A sagrada família de Nazaré inspira nossas famílias: quando Deus é levado a sério e seu amor é vivido entre todos os que estão na casa, essa família torna-se portadora da bênção divina, “sujeito e objeto de evangelização, centro evangelizador de comunhão e participação” (DAp 568s). É uma família “sagrada”, pois onde há amor, Deus aí está.
Nesta semana nosso olhar se volta para Maria, mãe de Deus, cuja Festa vamos celebrar no dia 1º de Janeiro. A Igreja marca este dia com a celebração da Mãe de Deus, fonte de paz e bênção para o mundo! A bênção maior da parte de Deus: o seu Filho, Jesus. Os nossos votos de paz e bênção devem ser a extensão da bênção que é Jesus e que Maria fez chegar até nós.
É também o Dia Mundial da Paz. Por isso, agradecendo a Deus pelo ano que estamos encerrando, acolhemos 2015 “como uma graça e um dom de Deus para a humanidade”. O Papa Francisco, em sua mensagem para o 1º de Janeiro, expressa seu anseio para que vivamos a nossa vocação comum de colaborar com Deus e com todas as pessoas de boa vontade para a promoção da concórdia e da paz no mundo, resistindo à tentação de nos comportarmos de forma não digna da nossa humanidade. E ainda: que cessem as guerras, os conflitos e os inúmeros sofrimentos provocados quer pela mão do homem quer por velhas e novas epidemias e pelos efeitos devastadores das calamidades naturais.
“Já não escravos, mas irmãos” é o tema de sua Mensagem, inspirada na Carta de São Paulo a Filemon; nela o Apóstolo pede ao seu colaborador para acolher o ex-escravo Onésimo, recém-convertido ao cristianismo.
O papa um apelo para que sejam reconhecidas e respeitadas a dignidade, liberdade e autonomia do ser humano. O flagelo generalizado da exploração do homem pelo homem fere gravemente a vida de comunhão e a vocação a tecer relações interpessoais marcadas pelo respeito, a justiça e a caridade. Tal fenômeno abominável, que leva a espezinhar os direitos fundamentais do outro e a aniquilar a sua liberdade e dignidade, assume múltiplas formas.
O direito de cada pessoa não ser mantida em estado de escravidão ou servidão foi reconhecido, no direito internacional, como norma inderrogável. Mas, apesar de a comunidade internacional ter adotado numerosos acordos para pôr termo à escravatura em todas as suas formas e ter lançado diversas estratégias para combater este fenômeno, ainda hoje milhões de pessoas, crianças, homens e mulheres de todas as idades, são privadas da liberdade e constrangidas a viver em condições semelhantes às da escravatura.
Trabalhadores escravizados nos mais diversos setores, desde o trabalho doméstico ao trabalho agrícola, da indústria manufatureira à mineração, tanto nos países onde a legislação do trabalho não está conforme as normas e padrões mínimos internacionais. Migrantes que padecem a fome e são privados da liberdade, despojados dos seus bens ou abusados física e sexualmente. Pessoas obrigadas a se prostituírem; menores e adultos, objeto de tráfico e comercialização para remoção de órgãos.. e todos aqueles que são raptados e mantidos em cativeiro por grupos terroristas.. muitos desaparecem, alguns são vendidos várias vezes, torturados, mutilados ou mortos.
Hoje como ontem, na raiz da escravatura, está uma concepção da pessoa humana que admite a possibilidade de tratá-la como um objeto. Quando o pecado corrompe o coração do homem e o afasta do seu Criador e dos seus semelhantes, estes deixam de serem sentidos como seres de igual dignidade, como irmãos e irmãs em humanidade, passando a ser vistos como objetos. O apelo do papa Francisco se estende a todos os homens e mulheres de boa vontade e a quantos, mesmo nos mais altos níveis das instituições, são testemunhas, de perto ou de longe, do flagelo da escravidão contemporânea, para que não se tornem cúmplices deste mal, não afastem o olhar à vista dos sofrimentos de seus irmãos e irmãs em humanidade, privados de liberdade e dignidade, mas tenham a coragem de tocar a carne sofredora de Cristo, o Qual Se torna visível através dos rostos inumeráveis daqueles a quem Ele mesmo chama os “meus irmãos mais pequeninos” (Mt 25,40.45).
Sabemos que Deus perguntará a cada um de nós: Que fizeste do teu irmão? (Gen 4,9-10). A globalização da indiferença, que hoje pesa sobre a vida de tantas irmãs e de tantos irmãos, requer de todos nós que nos façamos artífices de uma globalização da solidariedade e da fraternidade que possa devolver-lhes a esperança e levá-los a retomar, com coragem, o caminho através dos problemas do nosso tempo e as novas perspectivas que este traz consigo e que Deus coloca em nossas mãos.
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