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Dom Moacyr

Assembléia Arquidiocesana analisa novos desafios


  
Neste ano, diversos eventos marcaram a dimensão pastoral de nossa Igreja de Porto Velho que está a caminho do grande encontro nacional das Comunidades Eclesiais de Base: 12º. Intereclesial das CEBs. Um deles foi sem dúvida, o Encontro Arquidiocesano das CEBs, denominado DOZINHO, que aconteceu no mês de Setembro e reuniu aproximadamente mil e quinhentos representantes das 850 comunidades rurais e urbanas, indígenas e ribeirinhas. Foi um marco histórico, pois pela primeira vez reuniram-se as comunidades de todos os municípios e localidades da Igreja de Porto Velho para rever sua missão na história e renovar a opção pelo jeito CEBs de ser Igreja.
  
A Assembléia Arquidiocesana que acontece neste dias no Centro de Pastoral, é um momento forte de comunhão eclesial, que permite olhar para a realidade de toda a nossa Igreja, de rever e projetar a ação evangelizadora em vista da construção do Reino. Dom Antônio Celso de Queiroz, bispo da diocese de Catanduva e que foi vice-presidente da CNBB até o ano passado, orienta a Assembléia que tem como tema central o documento 87 da CNBB: “As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”.
  
Hoje, na Igreja, temos os Concílios, os Sínodos, Assembléias da CNBB nacional e regional, Arquidiocesana, paroquial, das Comunidades Eclesiais de Base. Na união, na partilha, no estudo em comum, nas discussões, na oração, na Eucaristia, na presença de Cristo e do Espírito, vamos achando os caminhos da Igreja para responder aos desafios de hoje.  Não podemos esquecer nossa experiência de caminhada, nem a tradição de nossa Igreja amazônida, principalmente de Santarém até hoje.
 
A Assembléia Arquidiocesana, por ser representativa de todas as forças atuantes da Arquidiocese de Porto Velho, é o órgão máximo de responsabilidade de nossa Igreja. Cabe à Assembléia avaliar o trabalho pastoral, aprovar as novas Diretrizes Pastorais, debater problemas graves e importantes
  
A Igreja é chamada a repensar profundamente e a relançar com fidelidade e audácia sua missão nas novas circunstâncias... Ela não pode fechar-se àqueles que trazem confusão, perigos e ameaças ou àqueles que pretendem cobrir a variedade e complexidade das situações com uma capa de ideologias gastas ou de agressões irresponsáveis. Trata-se de confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho arraigada em nossa história, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários. Isso não depende de grandes programas e estruturas, mas de homens e mulheres novos que encarnem essa tradição e novidade, como discípulos de Jesus Cristo e missionários de seu reino, protagonistas de uma vida nova.. (DA 11)
 
A renovação eclesial exige uma ação evangelizadora pensada, planejada, bem organizada. Para melhor podermos responder às exigências do mundo atual a Assembléia é uma forma inteligente e participativa de orientar a nossa vida pastoral. Queremos acolher as orientações de Aparecida e da CNBB, para continuar nossa caminhada, em comunhão com toda a Igreja.

A Igreja de Porto Velho vem construindo e escrevendo sua história ao longo de seus oitenta e três anos neste chão amazônico de Rondônia. Prelazia em 1925; Diocese em 1980, Arquidiocese desde 1982; missionária desde sempre, “mistério de comunhão, na Trindade”, (UR 15); comunhão que está no coração de nossa Igreja e é o laço que a exprime como realidade humana, como comunidade dos Santos e como corpo de Igrejas. (LG 9 e AS 7).

Reconheçamos, portanto, os valores daqueles que nos antecederam, pois foram muitos os que antes de nós trabalharam para o desenvolvimento do Reino de Deus junto ao Povo de Deus aqui presente. Amazônia do índio, do ribeirinho, do colono migrante. Amazônia das longínquas e isoladas colocações, linhas e travessões e das grandes e muitas vezes inumanas cidades. Amazônia das imensas florestas e rios. Amazônia da devastação e depredação irracional de suas riquezas e do massacre bárbaro de povos indígenas.

Aqui, onde Deus nos colocou, queremos ser uma Igreja fraterna, uma Igreja comunhão, sempre aberta à novidade do Evangelho e à conversão. Igreja que retoma cada dia, ao sopro do Espírito, com renovado ardor missionário, os caminhos da evangelização, priorizando a tarefa missionária de anunciar Cristo e seu Reino ao mundo moderno e de dar atenção especial aos excluídos de nossa região.
  
Estamos vivendo uma mudança de época, e seu nível mais profundo é o cultural. As mudanças produzem uma crise de identidade nas pessoas, que se reflete nas famílias, na sociedade e na própria Igreja. Nossa ação pastoral é direcionada para pessoas concretas que vivem situações concretas de dor e sofrimento. “Os rostos sofredores dos pobres são rostos sofredores de Cristo”. Eles desafiam o núcleo do trabalho da Igreja, da pastoral e de nossas atitudes cristãs. Tudo que tenha relação com o Cristo tem relação com o pobre e tudo que está relacionado com o pobre clama por Jesus Cristo. (DA 393).

É na busca de um renovado agir pastoral e evangelizador para dinamizar sua missão, fidelidade a Cristo e fidelidade à pessoa humana que estamos reunidos em assembléia para responder às interrogações surgidas no seu meio, para superar a ameaça de divisões e divergências, para responder aos desafios da época.  Uma assembléia é sempre uma especial graça de Deus, experiência de fraternidade, exercício de despojamento, meio de enriquecimento mútuo, ponto alto do processo de participação.

Temos muito motivos para agradecer, quando avaliamos nossa caminhada eclesial. Muitas prioridades também não foram concretizadas, são as sombras e limites, erros e omissões dos quais pedimos perdão e conversão. Em um mundo que mudou não podemos continuar sendo os mesmos.

O 12º. Intereclesial das CEBs tem impulsionado a caminhada e o propósito de missão renovada; coloca-nos em “estado permanente de missão” e ajuda-nos a reafirmar nossa opção de ser uma  Igreja comprometida com a evangelização a partir das Comunidades Eclesiais de Base, com nossas próprias características e identidade.

A Assembléia Arquidiocesana tem sido um espaço de participação das forças vivas da Igreja de Porto Velho, com momentos de discussão e de tomada de decisões, organização e planejamento da ação evangelizadora, contando com a participação dos diversos segmentos e favorece a unidade pastoral visando a busca de objetivos e ações comuns. Dessa forma, aumenta a conscientização e descentraliza a ação pastoral e evangelizadora, concretizando a co-responsabilidade e a subsidiariedade, além de abrir novos caminhos. Na conclusão dos trabalhos da Assembléia serão definidos o objetivo e as linhas de ação trazendo elementos fundamentais para a realização do Plano Arquidiocesano da Ação Evangelizadora para os próximos três anos.

Fonte: Pastoral da Comunicação

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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