Domingo, 31 de janeiro de 2016 - 11h18
Neste período de carnaval que antecede a Quaresma, as comunidades eclesiais preparam-se organizando momentos de espiritualidade e momentos de verdadeira alegria e confraternização junto às famílias.
O carnaval surgiu em função da quaresma, tempo de graça que nos conduz ao evento central do ano, a celebração da Páscoa. Os retiros são bem vindos, pois propiciam uma experiência de Deus, profunda e transformadora.
Encerrando os dias de Carnaval iniciamos o tempo da Quaresma com a imposição das cinzas sobre nossas cabeças. Na Quarta-feira de Cinzas ouviremos o apelo de Jesus: “convertei-vos e crede no Evangelho”. Dessa forma, na penitência, “oração, jejum e amor fraterno”, seguimos nosso caminho ao encontro do Cristo pascal.
Integrando Carnaval e Quaresma e convidando-nos a viver mais intensamente a Quaresma como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus (MV 17), papa Francisco envia-nos sua Mensagem sobre as obras de misericórdia no caminho jubilar: “Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9,13).
A misericórdia de Deus transforma o coração do homem e faz-lhe experimentar um amor fiel, tornando-o capaz de misericórdia.
É um milagre sempre novo que a misericórdia divina possa irradiar-se na vida de cada um de nós, estimulando-nos ao amor do próximo e animando aquilo que a tradição da Igreja chama as obras de misericórdia corporal e espiritual. Elas nos recordam que a nossa fé se traduz em atos concretos e cotidianos, destinados a ajudar o nosso próximo no corpo e no espírito e sobre os quais havemos de ser julgados: alimentá-lo, visitá-lo, confortá-lo, educá-lo.
No pobre, a carne de Cristo torna-se de novo visível como corpo martirizado, chagado, flagelado, desnutrido, em fuga, a fim de ser reconhecido, tocado e assistido cuidadosamente por nós.
É o mistério inaudito e escandaloso do prolongamento na história do sofrimento do Cordeiro Inocente, sarça ardente de amor gratuito na presença da qual podemos apenas, como Moisés, tirar as sandálias (Ex 3,5); e mais ainda, quando o pobre é o irmão ou a irmã em Cristo que sofre por causa da sua fé.
O papa qualifica esta Quaresma do Ano Jubilar como o tempo favorável para todos poderem, finalmente, sair da própria alienação existencial, graças à escuta da Palavra e às obras de misericórdia. Se, por meio das obras corporais, tocamos a carne de Cristo nos irmãos e irmãs necessitados de ser nutridos, vestidos, alojados, visitados, as obras espirituais tocam mais diretamente o nosso ser de pecadores: aconselhar, ensinar, perdoar, admoestar, rezar. Por isso, as obras corporais e as espirituais nunca devem ser separadas.
Nesta Quaresma, as Igrejas que integram o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) assumem como missão expressar em gestos e ações o mandato evangélico da unidade e o testemunho ecumênico de colocar-se na contramão de todo tipo de competição e de proselitismo, tão frequentes no nosso contexto religioso.
É uma clara manifestação de que a paz é possível. É um apelo dirigido a todas as pessoas religiosas e de boa vontade para que contribuam com as suas capacidades para a promoção do diálogo, da justiça, da paz e do cuidado com a criação. É, também, uma comprovação de que Igrejas irmãs são capazes de repartir dons e recursos na sua missão.
Com o tema “Casa Comum, nossa responsabilidade” e o lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24), a Campanha Ecumênica da Fraternidade 2016 tem por objetivo principal assegurar o direito ao saneamento básico a todas as pessoas e o empenho, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum.
A CFE está em sintonia com o Conselho Mundial de Igrejas e também com o Papa Francisco. Ambos têm chamado a atenção para o fato de que o atual modelo de desenvolvimento está ameaçando a vida e o sustento de muitas pessoas, em especial as mais pobres. A perspectiva ecumênica aponta para a necessidade de união das Igrejas diante dessa questão.
Pela primeira vez depois de anos, os 192 países se puseram de acordo na COP21 de Paris em fins de 2015, de que o aquecimento global é um fato e que todos, de forma diferenciada, mas efetiva, devem dar a sua colaboração. Cada saber, cada instituição e especialmente aquelas instâncias que mais movem a humanidade, as religiões, devem oferecer o que podem, insiste o teólogo Leonardo Boff.
A liturgia deste domingo é dirigida aos que caminham em meio à rejeição. Aos indecisos, aos que resistem e aos que buscam, mostra o caminho a seguir nas pegadas do Mestre Jesus que “prossegue seu caminho, para construir a nova história que engloba toda a humanidade” (BP).
Somos chamados por Deus para uma missão histórica. É justamente na história que devemos construir o projeto que exige sempre inserção e protagonismo. Jamais podemos esquecer que Deus age no mundo por meio de seus filhos e filhas. As mudanças acontecem no caminhar.
Todas as vezes que nos negamos a agir, sonegamos a ação libertadora de Deus na história de muitos. Da mesma forma que Deus assumiu a história do ser humano como sua, devemos assumir a história de todos os pequeninos que vivem na periferia, a fim de que eles também possam viver em abundância de vida (VP).
O evangelista Lucas situa a visita de Jesus a Nazaré no início da sua atividade missionária para fazer dessa visita um manifesto do programa de Jesus (Lc 4,21-30). Seus conterrâneos entendem o significado universal da missão que Jesus se atribui, no entanto, não aceitam e pretendem precipitá-lo do alto da colina, uma alternativa para o apedrejamento. “Mas, passando pelo meio deles, Jesus seguiu seu caminho.”
Não existem fronteiras quando se fala em libertação. Jamais será possível trancar a boa-nova do evangelho entre quatro paredes. Somos, de fato, uma Igreja “em saída” (EG). Em Jesus, o hoje se apresenta como algo contínuo que atualiza sua presença libertadora. O tempo da salvação é anunciado e introduzido por Jesus. Sempre é hoje para Jesus (VP).
O profeta Jeremias fala de sua missão e das consequências do seguimento, ajuda-nos a perceber que o anúncio da Boa-Nova do Senhor não pode encontrar limites geográficos nem culturais (Jr 1,4-5;17-19).
O profeta não fala em seu nome, e sim em nome de Deus; ele está sempre em sua terra, qualquer lugar é sua pátria, porque a verdade de Deus não tem pátria.
Paulo Apóstolo, ao dirigir-se às comunidades de Corinto, fala do caminho sem defeitos e superior a todos (1Cor 12,31-13,13). Fala do amor cristão que é, acima de tudo, solidariedade, superação do sistema do império de dependência e clientelismo.
Nós nos amamos, somos solidários, somos iguais, somos irmãos, e não dependentes uns dos outros. Mesmo entre as três virtudes principais, chamadas de teologais, a caridade ou amor tem a primazia.
A fé termina quando nossos olhos se abrem para Deus definitivamente.
A esperança termina quando alcançamos o esperado, maior do que aquilo que esperávamos.
Só o amor permanece e chega à plenitude na eternidade.
Sigamos, como o jesuíta e amigo Libânio, que foi para a casa do Pai no dia 30 de janeiro de 2014, “tecendo a vida com os fios de cada pessoa com que encontramos e acolhendo a vida como um dom”.
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