Sábado, 1 de junho de 2013 - 19h01
Estamos iniciando o mês de junho, dedicado ao Sagrado Coração de
Jesus, que é padroeiro da nossa Catedral. Mês das Festas juninas:
visitando nossas Comunidades Eclesiais enfeitadas com bandeirolas
coloridas encontramos muita alegria em torno de seus padroeiros e
santos juninos, celebrados neste mês de junho como Santo Antônio, São
João, São Luiz Gonzaga, São Pedro e São Paulo.
Consagrada ao Sagrado Coração de Jesus por Dom João Irineu Joffely,
Bispo de Manaus, a Catedral de Porto Velho faz parte da devoção e da
história de fé do povo de Rondônia. Sua construção foi iniciada com a
colocação da pedra fundamental em 03 de maio de 1917, e as obras
tiveram diversas etapas, sendo consagrada no dia 24 de maio de 1978
por Dom Cármine Rocco, núncio apostólico. Hoje, marco histórico e de
irradiação da fé, podemos admirar a fachada em estilo colonial, na
parte mais alta, a imagem do Sagrado Coração, em bronze fundido do
século XVIII, proveniente da França. As duas torres construídas em
1944 receberam 04 sinos doados pelo governador Aluísio Ferreira. A
Cúpula foi construída na década de 50 e é quadrada, com a parte
superior octogonal. Em sua abóbada estão as pinturas de Pe. Ângelo
Cerri, dos apóstolos e das bem-aventuranças e na nave central, a
oração do Credo e nos quatro ângulos, o quadro dos evangelistas. O
altar foi confeccionado por artistas italianos, de mármore Carrara,
com a Santa Ceia de Leonardo da Vinci, relevo em mármore branco. A
imagem do Sagrado Coração de Jesus chegou a Porto Velho, através de
Dom Pedro Massa em 1945 e conserva ainda as cores originais.
A crescente devoção popular em honra ao Sagrado Coração, o
aprofundamento teológico, bíblico e a benéfica utilidade pastoral da
devoção exercitaram pressão para a instituição litúrgica da
festividade. A devoção ao Sagrado coração de Jesus difundiu-se
especialmente por meio dos padres jesuítas, no início do século XVII.
Destacamos também Santa Margarida Maria Alacoque, São Cláudio de la
Colombière, São João Eudes, na difusão dessa devoção. A este devemos a
primeira composição da Missa e do ofício em honra ao Sagrado Coração.
Anteriormente, São José de Anchieta já havia dedicado ao Sagrado
Coração uma modesta igreja em Guarapari, Espírito Santo, em 1552. São
Pedro Canísio, também jesuíta quarenta anos antes escrevera sobre a
espiritualidade do Coração de Jesus. A aprovação pontifícia, mesmo
limitada, aconteceu em 1765, provocando uma imensa difusão do culto ao
Sagrado Coração. Quase um século depois da aprovação romana, Pio IX
aprovou a extensão da festa à Igreja Universal e promulgou o decreto
em 23 de agosto de 1856. Por ocasião do centenário deste decreto, Pio
XII publicou a encíclica Haurietis Aquas in gaudio (15/5/1956).
A devoção e a espiritualidade do Coração de Jesus ramificaram-se em
várias associações ou movimentos eclesiais, sendo o mais importante
entre eles o Apostolado da Oração. Também deram nascimento a várias
congregações religiosas, masculinas e femininas como as Irmãs do
Sagrado Coração de Jesus, inseridas na paróquia Nossa Senhora do
Amparo; a Congregação das Irmãs do Sagrado Coração do Verbo Encarnado,
presentes em nossa Arquidiocese, nos municípios de Machadinho dOeste,
Cacaulândia e na Capital.
Conhecemos ainda o trabalho dos padres missionários Combonianos do
Coração de Jesus, nas comunidades da Paróquia Nossa Senhora das Graças
e em São Carlos e Calama. Muitos rostos, um só coração: este lema
foi repetido por ocasião da canonização de Daniel Comboni.
Os padres jesuítas estão à frente das comunidades da Paróquia Santa
Luzia; historicamente contribuíram na devoção ao Coração de Jesus. Sua
espiritualidade está centrada nos Exercícios Espirituais de Santo
Inácio de Loyola que terminam com um exercício singular de
contemplação para alcançar o Amor. Santo Inácio acentua o amor como
doação mútua, como entrega de vida, manifestada, sobretudo por obras
de amor. Da parte de Deus, este amor são os dons que dele recebemos e,
mais que estes dons, é ele que se dá a nós, com sua presença, atuação
e reflexão nas criaturas. A consciência deste amor pede de nossa
parte, uma resposta de amor. Daí a oração final: Tomai, Senhor, e
recebei toda a minha liberdade, minha memória, minha inteligência e
toda a minha vontade, tudo o que tenho e possuo. De vós recebi; a vós,
Senhor o restituo. Tudo é vosso; disponde de tudo inteiramente,
segundo a vossa vontade. Dai-me o vosso amor e graça, que esta me
basta.
Na Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, encontramos os padres do
Sagrado Coração de Jesus, conhecidos também como padres Dehonianos,
que tem como carisma o Amor-Reparador e a vivencia dos sentimentos do
Coração de Jesus em relação aos excluídos da sociedade. Estão
inseridos na missão eclesial, em comunhão com a vida da Igreja e os
responsáveis locais e a exemplo de Pe.Dehon, procuram viver em
sintonia com os sinais dos tempos e em comunhão com a vida da Igreja.
Chamados a relançar com fidelidade a missão, precisamos revitalizar a
novidade do Evangelho, a partir de um encontro pessoal e comunitário
com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários (DAp 11).
Temos, portanto um desafio a nossa frente: mostrar a capacidade da
Igreja de promover e formar discípulos que respondam à vocação
recebida e comuniquem em todas as partes, transbordando de gratidão e
alegria, o dom do encontro com Jesus Cristo (14).
A Espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus coloca no centro da
vida cristã o Amor de Deus, que se revela na pessoa de Jesus Cristo
(vida, morte, paixão e ressurreição) e no Coração de Jesus
transpassado pela lança, profundamente enraizado na Revelação Bíblica.
Mostrando um amor total de doação de Jesus por cada um de nós.
Pode ser que hoje em dia essa espiritualidade não fale mais a nossa
sensibilidade. No entanto, o coração é um órgão que é muito presente
em nosso vocabulário de todo dia, inclusive, com certo grau de
banalização. Por isso, é bom refletirmos neste mês sobre o que implica
esta espiritualidade. E fazê-lo a partir da Bíblia. Desde o Antigo
Testamento, o homem bíblico entende o coração como centro de toda a
pessoa. Por isso quando o salmista diz meu coração está em festa e
minha alma dança de alegria está falando de sua pessoa inteira, desde
o seu centro mais profundo, chegando a todas as extremidades e
dimensões.
Deus mesmo tem um coração, na mentalidade bíblica. Seu coração é
misericordioso e sofre ao ver seu Filho querido, o povo de Israel, em
perigo de perder-se e extraviar-se. No Novo Testamento, Jesus , em
quem a comunidade reconhece o Filho de Deus, sente, ama, chora e se
alegra com coração humano. Contemplando, pois, o Coração de Jesus,
seus sentimentos, atitudes e critérios, podemos entender melhor a
vocação do nosso coração.
Por ocasião do cinqüentenário da encíclica Haurietis aquas, o
cardeal Martini escreveu sobre a devoção ao Sagrado Coração de Jesus:
um dos méritos da encíclica Haurietis aquas era justamente ajudar a
pôr todos esses elementos em seu contexto bíblico e, sobretudo pôr em
relevo o significado profundo dessa devoção, ou seja, o amor de Deus,
que desde a eternidade ama o mundo e deu por ele o seu Filho (Jo 3,16;
Rm 8,32,). Um grande mérito dessa devoção foi, portanto, ter chamado a
atenção para a centralidade do amor de Deus como chave da história da
salvação. Mas, para perceber isso, era necessário aprender a ler as
Escrituras, a interpretá-las de maneira unitária, como uma revelação
do amor de Deus pela humanidade. A encíclica marcou um momento
decisivo desse caminho.
Devemos ainda valorizar o Apostolado da Oração porque muitas
pessoas encontram nele uma ajuda para viver o cristianismo de maneira
autêntica. Ele coloca à disposição de todos os fiéis, com a oferta
cotidiana do dia em união com a oferta eucarística que Jesus faz de
si, uma síntese prática da vida cristã conforme as palavras do
Apóstolo Paulo: Exorto-vos, portanto, irmãos, pela misericórdia de
Deus, a que ofereçais vossos corpos como hóstia viva, santa e
agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual (Rm 12,1).
O documento de Aparecida reafirma que é sinal de esperança o
fortalecimento de várias associações leigas, movimentos apostólicos
eclesiais e caminhos de formação cristã, pois ajudam muitos batizados
e grupos missionários a assumir com maior responsabilidade sua
identidade cristã e a colaborar mais ativamente na missão
evangelizadora, desenvolvendo forte protagonismo, para a edificação da
Igreja (DAP 214).
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