Sábado, 3 de setembro de 2011 - 20h55
Neste domingo, dia dos Catequistas, dirigimos uma prece especial por aquelas pessoas que vivem, em nossa arquidiocese, a missão de anunciar Jesus Cristo nas Comunidades, através da Catequese, como “testemunhas de uma vida autenticamente cristã, entregue nas mãos de Deus, numa comunhão que nada deverá interromper, e dedicada ao próximo com um zelo sem limites” (EN 41).
Ao dirigir sua mensagem aos catequistas, aIgreja no Brasil reconhece com muito carinho essa vocação tão fundamental e apoia o “sim” dado diuturnamente a essa vocação por cada catequista. Por meio da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética afirma que os catequistas são indispensáveis na educação da fé apostando no sentido pleno da vida.
As atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil afirmam no número 37: “A fé é dom de Deus! ‘Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva’ (Deus Caritas est 1). Por sua vez, este encontro é mediado pela ação da Igreja, ação que se concretiza em cada tempo e lugar, de acordo com o jeito de ser de cada povo, de cada cultura. A descoberta do amor de Deus manifestado em Jesus Cristo, dom salvífico para toda a humanidade, não acontece sem a mediação dos outros (Rm 10,14)”.
Dentre as urgências na Ação Evangelizadora, que dizem respeito diretamente ao nosso agir bíblico-catequético destacamos o grande desafio de tornar sempre mais a nossa Igreja “casa da iniciação à vida cristã” e um “lugar de animação bíblica da vida e da pastoral”. Portanto, trabalho existe e a graça de Deus não falha!
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está preparando o 1º Congresso Brasileiro de Animação Bíblica da Pastoral, que deve acontecer de 8 a 11 de outubro, em Goiânia. O evento, que é organizado pela Comissão Episcopal Pastoral para Animação Bíblico-Catequética tem por objetivo dinamizar o processo de reflexão e ação da Igreja, fazendo com que cada fiel, cada pastoral e as demais iniciativas eclesiais sejam perpassadas pela Palavra de Deus. As conferências do Congresso serão feitas por teólogos e biblistas, que já estão nos enviando excelentes contribuições, como a reflexão de Francisco Orofino: “Como chegar a uma Animação Bíblica de toda a Pastoral”.
São inegáveis os avanços conseguidos pela Igreja católica, a partir do desafio colocado pelo Vaticano II, em colocar a Bíblia nas mãos dos fiéis. Ao longo dos últimos 50 anos nossa Igreja fez uma caminhada em que buscou recuperar o tempo perdido, lançando-se num processo que deve ser analisado a partir das renovações propostas pelo Concílio. Os resultados que temos hoje foram alcançados através de passos importantes. Um primeiro passo foi, literalmente, colocar uma Bíblia nas mãos dos fiéis. Não era costume dos fiéis católicos terem uma Bíblia para seu uso pessoal. Isto exigia rapidez em novas edições trazendo traduções novas, numa linguagem atualizada. Exigia também grandes tiragens que alcançassem um preço acessível aos fiéis. Esta meta foi atingida a partir dos anos 70, com a confecção de Bíblias populares, tais como a Bíblia da Ave Maria, Vozes, Pastoral, etc. As grandes tiragens de Bíblias continuam sendo feitas, mantendo os preços das Bíblias dentro das possibilidades das pessoas mais pobres. Anualmente no Brasil vendem-se cerca de 7 milhões de Bíblias.
O surgimento das pastorais bíblicas diocesanas incentivou a distribuição de Bíblias aos fiéis. Este passo ainda é necessário. Prova disso é a Campanha nacional de doação de um milhão de Bíblias, promovido pela CNBB. Hoje a grande maioria dos fiéis tem uma Bíblia para seu uso pessoal.
Um segundo e importante passo foi o desenvolvimento de um método de leitura e interpretação dos textos bíblicos que ajudasse os fiéis a se apropriar do conteúdo bíblico. Este objetivo foi alcançado através da popularização do método pastoral ver-julgar-agir aplicado na leitura popular da Bíblia. Surgiram assim os círculos bíblicos (Grupos de Reflexão). O material proposto em um círculo parte sempre de um fato da vida (ver) seguido de um estudo ou aprofundamento de um texto bíblico relacionado ao fato (julgar). O estudo, sempre comunitário, conclui apontando pistas pastorais dentro de uma celebração (agir). Várias propostas de cursos e de publicações que de fato ajudaram o povo católico a se apropriar do conteúdo dos textos bíblicos, tais esforços, como a iniciativa do Mês da Bíblia, são de reconhecida importância para a vida eclesial.
Alguns pontos devem ser ressaltados se queremos avançar na formação bíblica de agentes de pastoral, capazes de animar biblicamente toda a Pastoral: Devemos constatar que está em andamento uma descoberta progressiva de que a Palavra de Deus não está só na Bíblia, mas também na vida, e de que o objetivo principal da leitura da Bíblia não é interpretar a Bíblia, mas sim interpretar a vida com a ajuda da Bíblia. Descobre-se que Deus fala hoje, através dos fatos. Isto gera um entusiasmo muito grande. Não é tanto por causa das coisas novas que eles descobrem na Bíblia, mas muito mais por causa da confirmação que recebem de que a caminhada pastoral que estão fazendo é uma caminhada bíblica e, assim, neles se renova a esperança. A Bíblia ajuda a descobrir que a Palavra de Deus, antes de ser lida na Bíblia, já existia na vida. “Na verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia” (Gn 28,16)!
A Bíblia entra por uma outra porta na vida do povo. Ela não pela porta da imposição autoritária, mas sim pela porta da experiência pessoal e comunitária. Ela se faz presente não como um livro que impõe uma doutrina de cima para baixo, mas como uma Boa Nova que revela a presença libertadora de Deus na vida e na luta do povo. Os que participam dos grupos bíblicos, eles mesmos se encarregam de divulgar esta Boa Notícia e atraem outras pessoas para participar (Pastoral Missionária). “Venham ver um homem que me contou toda a minha vida!” (Jo 4,29).
Lendo assim a Bíblia, produz-se uma iluminação mútua entre Bíblia e vida. O sentido e o alcance da Bíblia aparecem e se enriquecem à luz do que se vive e sofre na vida, e vice-versa. Para que se produza esta ligação profunda entre Bíblia e vida, é importante: ter nos olhos as perguntas reais que vêm da vida e da realidade sofrida de hoje. Aqui aparece a importância de o estudioso da Bíblia ter convivência e experiência pastoral inserida no meio do povo. Descobrir que se pisa o mesmo chão, ontem e hoje. Aqui aparece a importância do uso da ciência e do bom senso tanto na análise crítica da realidade de hoje como no estudo do texto e seu contexto social. Ter uma visão global da Bíblia que envolva os próprios leitores e que esteja ligada com a situação concreta das suas vidas.
Para uma boa interpretação da Bíblia, é muito importante o ambiente de fé e de fraternidade, através de cantos, orações e celebrações. Sem este contexto do Espírito, não se chega a descobrir o sentido que o texto tem para nós hoje.Pois o sentido da Bíblia não é só uma idéia ou uma mensagem que se capta com a razão e se objetiva através de raciocínios; é também um sentir, um conforto que é sentido com o coração, “para que, pela perseverança e pela consolação que nos proporcionam as Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15,4).
Fonte: Pascom
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