Domingo, 24 de maio de 2009 - 23h03
Na alegria da caminhada rumo ao 12º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, celebramos hoje a Solenidade da Ascensão de Jesus e o dia da Padroeira de Porto Velho, Nossa Senhora Auxiliadora, cuja celebração aconteceu neste sábado. Sob sua proteção entregamos nossas vidas e nossa missão e consagramos, neste 43º Dia Mundial das Comunicações Sociais, todos os comunicadores que trabalham diretamente nos veículos de comunicação social no Estado de Rondônia. Na Catedral às 8h, a missa e confraternização dos comunicadores.
São muitas as motivações e ocasiões para fortalecer e revitalizar a nossa fé cristã. Nesta Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos somos convidados a orar pela unidade em cada igreja cristã, acolhendo todos aqueles que fazem parte dessa caminhada ecumênica. “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles”. (Mt 18,18-20).
Diante das constantes ameaças à vida e à família, acontece hoje a “Peregrinação Nacional em Favor da Família” ao Santuário Nacional de Aparecida. Em sintonia, a Pastoral Familiar e as comunidades do Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora Aparecida participam da Celebração Eucarística e de uma extensa programação no local “reafirmando que o matrimônio e a família constituem um bem para os esposos e a sociedade; que o amor conjugal aberto à geração e educação dos filhos proporciona a experiência de paternidade e maternidade através da qual os pais se tornam colaboradores do Criador; que a família contribui para que todos os povos reconheçam os laços fraternos que os unem, pois o mundo é chamado a ser uma grande família, um mundo de irmãos e irmãs” (Nota da CNBB).
Nas Comunidades e Paróquias a Novena de Pentecostes prepara a grande Festa do Divino Espírito Santo, a manifestação pública da Igreja chamada a anunciar o Evangelho de Cristo, com a força do Espírito a todos os povos da terra até o fim do mundo.
Dom e obra do Espírito Santo (DA 311), “as Comunidades Eclesiais de Base permitem ao povo chegar a um conhecimento maior da Palavra de Deus, ao compromisso social em nome do Evangelho, ao surgimento de novos serviços leigos e à educação da fé dos adultos” (DA 178).
O Texto-Base “Do ventre da terra o grito que vem da Amazônia” está sendo estudado pelos grupos de reflexão e pelas comunidades, contribuindo na preparação do encontro nacional do 12º. Intereclesial de Porto Velho (21 a 25 de julho de 2009) que vai marcar o nosso Pentecostes.
O historiador, padre Raimundo Possidônio, ao escrever no Texto-Base sobre as CEBs: uma Igreja com rosto amazônico, deixa-nos uma mensagem para nos ajudar a manter o pé firme no chão dessa Amazônia, na certeza de que o Espírito de Deus caminha com as nossas Igrejas espalhadas (por estas matas e florestas), encorajando a assumir as mudanças e orientando um novo rumo.
A partir da leitura de Gn 26,15-33 ele fala da teimosia da profecia e da missão e que os poços continuam a ser escavados. Numa região inóspita como aquela onde vivia Abraão e sua família, ter um poço era uma riqueza. Imaginemos também aqui entre nós, apesar de haver tanta água, o poço, a fonte, a cacimba, tem uma importância fundamental para a comunidade, pois ao redor de um poço há muitos encontros, conversas, às vezes conflitos, é um símbolo de vitalidade de uma comunidade.
Abraão deu a seu filho Isaac uns poços cavados... e ele usou durante um bom tempo... mas estes foram entulhados, entupidos pelos filisteus, liderados por Abimelec... Isaac os cavou de novo, restaurou-os... e estes foram motivos de discórdia entre Isaac e os filisteus. Por isso Isaac marchou para a fronteira, um lugar desconhecido, onde teve que começar tudo de novo. Ali cavou poços que deram muita água. Se Isaac pôde se afastar do lugar da discórdia e não brigar mais pelos velhos poços de água para começar uma nova missão de fronteira, deveu-se ao verdadeiro valor da herança que seu Pai lhe tinha legado. Ou seja: não eram uns poços cavados apenas... mas a ARTE DE CAVAR POÇOS que lhe havia ensinado.
Aqui salta aos olhos uma mensagem de CONSERVAÇÃO – RESTAURAÇÃO ou REFORMA e REVITALIZAÇÃO como NOVIDADE PERMANENTE de uma expressão eclesial, como as Cebs, que têm tudo para renovar-se sempre, pois, diferente das instituições tradicionais, elas são chamadas a caminhar para as situações novas, de mudanças, acompanhando par a passo as idas e vindas de nossos povos amazônicos.
Cremos que Deus-Criador e Pai faz novas todas as coisas. É uma atitude de espírito que permite em todo o tempo e lugar perscrutar os horizontes e perceber os SIGNOS REVELADORES da presença de Deus que passa adiante de nós com uma oferta de salvação.
Sem esquecer a memória do passado, dos grandes feitos e de uma bela caminhada, sem querer esquecer os pais e mães, pioneiros e profetas da Igreja na Amazônia, não está na hora de lançar-se na direção da fronteira, como algo novo, desafiador, desbravador, missionário, sem saudosismos e sem querer ficar apenas com uma visão arqueológica da Igreja?
Isto não significa ser apenas novidadeiro, novidade pela novidade ou ficar ao sabor dos ventos, mas de ter certezas ou esperança de que ali pode estar a resposta, um poço novo que vai dar muita água, água viva, sinal do Espírito que a tudo renova!
Pe. Possidônio acredita ser este o momento da Igreja ter as Cebs como parceiras de sua caminhada: um passo significativo foi dado em Aparecida em que as Cebs foram reconhecidas e se fortaleceram para continuar exercendo sua missão. As Cebs configuram uma Igreja em células, pequenas expressões da eclesialidade presentes em situações humanas não totalmente alcançadas pelos projetos pastorais e seus agentes, que podem ajudar a concretizar um dos maiores sonhos de Aparecida que é a Igreja como comunidade de comunidades, transformando seus membros nos evangelizadores e missionários que a Igreja precisa para realizar sua Missão Continental.
É necessário, no campo ou nas cidades, investir na formação dos membros das Cebs, seja uma formação local, diocesana, paroquial, seja uma formação em nível regional, mais abrangente e aberta. Precisamos preparar nossos militantes e ministros para não se deixarem levar pelas influências negativas da propaganda religiosa enganosa, e assumam seu papel nesta hora em que toda a Igreja latino-americana e caribenha se propõe a realizar uma grande missão evangelizadora.
Na Amazônia, cenário de tantos contrastes, de sofrimentos para os pobres, excluídos e “descartados” do mundo globalizado e sem alma, as pequenas comunidades eclesiais serão como o Bom Samaritano a debruçar-se sobre o caído, curar-lhe as feridas, devolver-lhe a dignidade de viver, na certeza de que nunca estará sozinho nas estradas deste mundo desigual, pois haverá sempre uma comunidade em seu caminho, que fez a opção por Cristo em solidariedade com os pobres, para caminharem juntos rumo a um mundo fraterno, a utopia do Reino de Deus, reconstruindo a Amazônia como o lugar onde Deus viu que tudo era bom e que continua a ser este lugar acolhedor de tantos irmãos e irmãs que aqui chegam buscando um lugar para viver com dignidade.
O rosto amazônico das Cebs, neste sentido, continuará a ser profecia: num lugar de fronteiras, de desacertos, confrontos e conflitos, as Cebs insistirão na necessidade de mudanças e transformações destes cenários tão agressivos e proporão um mundo novo, pois não existe profecia que não seja para isso, anunciar uma boa nova que traga não só esperança, mas realização concreta de uma justa reparação aos deserdados da terra e concretize um novo céu e uma nova terra: o céu nós já temos, pois é promessa de Jesus aos que o seguirem; a terra, a nova terra é uma conquista, com muita luta feita de união, coragem, esperança e fé.
Fonte: Pascom
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