Sexta-feira, 23 de outubro de 2009 - 07h59
O Colégio Dom Bosco reúne neste Dia Nacional da Juventude os jovens de Porto Velho, para o VI FEST VIDA, das 8 às 17h, com o tema “Juventude, há esperança no caminho”. A iniciativa é da Coordenação Arquidiocesana das Pastorais de Juventude e Vocacional que convoca os adolescentes e os jovens das diversas escolas, paróquias e comunidades, pastorais e movimentos, inclusive os jovens crismandos, para comparecerem com suas caravanas para essa grande festa em prol da Juventude com apresentações culturais, conjuntos musicais, danças, teatro, gincana, missa da juventude e oficinas temáticas.
Esta é a 24ª Edição do DNJ: Dia Nacional da Juventude a pautar temas em defesa da vida e dos direitos juvenis; celebra as lutas anuais dos jovens organizados e é a mobilização em busca da dignidade da juventude, concentrando multidões de jovens que buscam novas relações de vida pautadas na justiça social, no poder popular, na legitimidade da diversidade, no protagonismo juvenil, na educação libertadora, na construção da paz.
O tema deste ano do DNJ é “Contra o Extermínio da Juventude, na Luta pela Vida” e o lema “Juventude em Marcha contra a violência”.
O extermínio dos jovens é uma realidade: nesta semana em Machadinho d’Oeste foram eliminados cinco jovens, inclusive um adolescente de 12 anos. O extermínio não um exagero panfletário, constata a assessora de comunicação, Jakeline Lira G. Magalhães que reforça a necessidade de posicionamentos, ações e mobilizações de grupos, movimentos e de toda sociedade civil, pois as proporções da problemática diagnosticada e vivenciada no nosso cotidiano não diminuirão se agirmos no plano individual. Essa é uma causa coletiva e carece da luta coletiva, especialmente dos jovens, para alcançar as respostas eficientes do poder público e mudança cultural da sociedade.
Segundo o Mapa da Violência 2008, entre 1996 e 2006, os homicídios na população brasileira de 15 a 24 anos de idade passaram de 13.186 para 17.312, representando um aumento de 31,3% em dez anos. O crescimento foi bem superior ao experimentado pelos homicídios na população total, onde o aumento foi de 20% nesse período.
Divulgado em julho deste ano, o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) reforça este mapeamento e traz uma estimativa preocupante: 33.000 jovens entre 12 e 18 anos assassinados entre 2006 e 2012, se as condições não mudarem. Ainda pelo IHA, que analisou 267 municípios brasileiros com mais de 100.000 habitantes, dentre todas as causas mortalidade de adolescentes entre 12 e 18 anos, 45% foi por homicídio, sendo esta a principal, seguida por morte natural (25%) e acidentes (22%). O estudo aponta que o risco de assassinato é ainda maior para a faixa etária de 19 a 24 anos, e decresce a partir daí. Mostra também que a probabilidade de ser vítima de homicídio é quase 12 vezes maior para homens e que o risco de um jovem negro morrer assassinado é 2,6 vezes maior em relação a um branco. A arma de fogo também é elemento preocupante. Segundo professor Inácio Cano, membro do laboratório de Análise da Violência da UERJ, “Está na hora de o Brasil mudar suas prioridades”, ao ressaltar o dado do IHA mostrando que a probabilidade de um adolescente brasileiro ser vítima de arma de fogo chega a ser três vezes maior do que a de ser assassinado de outra forma. “A arma de fogo tem que ser sempre foco em qualquer política de prevenção”.
Por outro lado, o Boletim de Políticas Sociais (BPS) nº 15, do Ipea (Instituto Pesquisa Econômica Aplicada), constatou que 59,6% da população carcerária do país é constituída por jovens do sexo masculino entre 18 e 29 anos. Indicadores como estes mostram que os maiores índices de violência tem cor, classe social, sexo e se concentram em alguns territórios. Comprovam também a urgência de políticas públicas que reconheçam a especificidade juvenil e não apenas ações pontuais ou isoladas, que podem dar “ilusão imediata de melhora”, porém poderão até provocar pioras futuras, se não forem efetuadas dentro de um projeto maior e numa perspectiva inovada. O próprio BPS do Ipea sinaliza: “Seria da maior importância que uma política nacional de prevenção à violência fosse estruturada, incluindo ações de enfrentamento de fatores de risco e a potencialização de fatores de proteção, buscando ampliar a ação do sistema de justiça criminal da simples repressão e punição para o tratamento e reinserção social dos apenados”. Já a pesquisadora da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), Miriam Abramovay, afirma: “Torna-se fundamental uma nova visão sobre a juventude, que fomente sua inclusão e emancipação e que amplie uma rede de proteção social, com oportunidades de estudo e trabalho, com política de combate às diferentes violências existentes, promovendo espaços de arte, cultura, esporte e lazer”.
A Igreja reafirma seu compromisso com a vida da juventude, assumindo o desafio de colaborar com a construção da cultura da paz e denunciando as estruturas sociais que geram morte e violência. São os jovens que nos colocam em marcha na campanha contra o extermínio, por isso, cremos que há esperança no caminho!
“O desejo de resgatar o rosto jovem em nossa Igreja e Sociedade é alimentado por inúmeros sinais positivos e desafiadores”, confirma o bispo da juventude, Dom Eduardo Pinheiro da Silva. Se por um lado nos angustiamos ao constatar que, anualmente, mais de 40.000 jovens de 15 a 29 anos morrem de morte violenta em nosso país, por outro, nos alegramos ao ver que muitos jovens se fazem presentes nas Comunidades Eclesiais de Base, Pastorais da Juventude, Catequese, Serviço de Animação Vocacional, diversos movimentos e ministérios.
Outra boa noticia é que os jovens com idade entre 15 e 29 anos podem ser beneficiados com a criação do Estatuto da Juventude, através do Projeto de Lei 4529/04, em tramitação no Congresso Federal. Em processo de análise, diversas reuniões estão sendo realizadas nos estados para promover e articular jovens de todas as regiões do país. Conclamamos todos os jovens de Rondônia para que promovam debates com nossos parlamentares sobre as questões previstas no estatuto, que define as obrigações da família, sociedade e governos além de regulamentar os direitos dos jovens, garantindo a participação social e política, igualdade racial e de gênero, acesso à educação, saúde e formação para o trabalho. O objetivo, segundo Davi Barros, assessor nacional da Juventude, é transformar as políticas da juventude em políticas do Estado.
Tramita ainda no Congresso Nacional a criação do Plano Nacional de Juventude. Entre as metas do PNJ, que devem ser cumpridas em parceria entre municípios, estados e organizações juvenis, estão o incentivo ao empreendedorismo juvenil, a erradicação do analfabetismo entre os jovens em um prazo de cinco anos e a oferta de bolsas de estudo e financiamento para o ingresso na faculdade. Além disso, ações nas áreas de saúde, lazer, cultura e inclusão digital. (Adital).
Juntos e mais conscientes, os jovens se sentem mais fortalecidos para transformar suas vidas e contribuir para uma sociedade mais justa e sem violência. Em sua mensagem durante a 24ª Jornada mundial da juventude, em abril deste ano, o papa fala aos jovens da esperança e que a Igreja conta com eles para que coloquem suas capacidades humanas e profissionais ao serviço do bem comum e da verdade, sempre prontos a responder "a quem perguntar a vocês a razão da sua esperança!" (1 Pd 3, 15).
Fonte: Pascom
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